O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vozes do Grande Além — Autores diversos


25 n

A prece de Cerinto

Quantos venham a ler a mensagem constante deste capítulo, decerto nem de longe experimentarão a surpresa de nosso grupo, em cuja intimidade Cerinto, n o amigo espiritual que no-la transmitiu, caminhou, pouco a pouco, da sombra para a luz.

A princípio, era um Espírito atrabiliário e revoltado chegando mesmo a orientar vastas falanges de irmãos conturbados e infelizes, ainda enquistados na ignorância.

Discutia acerbamente. Criticava. Blasfemava.

De nossos entendimentos difíceis, manda a caridade nos detenhamos no silêncio preciso.

Surgiu porém o dia em que a influência de nossos Benfeitores Espirituais se revelou plenamente vitoriosa.

Cerinto modificou-se e transferiu-se de Plano mental, marchando agora ao nosso lado, sedento de renovação e luz como nós mesmos.

Foi por isso com imensa alegria que lhe registamos a comovente rogativa, por ele pronunciada em nossa reunião da noite de 24 de novembro de 1955.


1 Senhor de Infinita Bondade.

2 No santuário da oração, marco renovador do meu caminho, não te peço por mim, Espírito endividado, para quem reservaste os tribunais de tua Excelsa Justiça.

3 A tua compaixão é como se fora o orvalho da esperança em minha noite moral e isso basta ao revel pecador que tenho sido.


4 Não te peço, Senhor, pelos que choram.

Clamo por teu amor, a benefício dos que fazem as lágrimas.


5 Não te venho pedir pelos que padecem.

Suplico-te a bênção para todos aqueles que provocam o sofrimento.


6 Não te lembro os fracos da Terra.

Recordo-te quantos se julgam poderosos e vencedores.


7 Não intercedo pelos que soluçam de fome.

Rogo-te amor para os que furtam o pão.


8 Senhor Todo-Bondoso!… Não te trago os que sangram de angústia.

Relaciono diante de ti os que golpeiam e ferem.


9 Não te peço pelos que sofrem injustiças.

Rogo-te pelos empreiteiros do crime.


10 Não te apresento os desprotegidos da sorte.

Sugiro teu amparo aos que estendem a aflição e a miséria.


11 Não te imploro mercê para as almas traídas.

Exoro-te o socorro para os que tecem os fios envenenados da ingratidão.


12 Pai compassivo!…

Estende as mãos sobre os que vagueiam nas trevas…

13 Anula o pensamento insensato.

14 Cerra os lábios que induzem à tentação.

15 Paralisa os braços que apedrejam.

16 Detém os passos daqueles que distribuem a morte…

17 Ajuda-nos a todos nós, os filhos do erro, porque somente assim, ó Deus piedoso e justo, poderemos edificar o paraíso do bem com todos aqueles que já te compreendem e obedecem, extinguindo o inferno daqueles que, como nós, se atiraram, desprevenidos, aos insanos torvelinhos do mal!…


Cerinto


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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