1 Lembro-te rico e nobre… O peito hirsuto e forte…
Empinas o corcel dominante na pista…
Nos jogos medievais, tudo o que mais se avista
É a força de teu braço e a graça de teu porte!…
2 Mas abusas do amor, de conquista em conquista,
Filhas, esposas, mães arrastas para a morte…
Quanto luto e aflição, sem que nada te importe!…
E o corpo se te esvai e sem que o ouro te assista…
3 Achas, desencarnado, as vítimas de outrora,
O remorso te assalta o coração que chora…
Tudo o tempo envolveu em espessa neblina!…
4 Reencontrei-te, hoje, enfim, mendigo em longa prova.
Louva, porém, os Céus… Na dor que te renova,
Sublimarás o amor para a ascensão divina!…
Epiphanio Leite
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