1 Caro companheiro.
Você quer saber algo de sua verdadeira situação na Terra.
2 Compreendo.
Quando a pessoa entra nessa grande colônia de tratamento e cura, é convenientemente tratada.
3 A memória deve funcionar na dose justa.
É natural.
4 A permanência aí poderá ser longa e, por isso mesmo, certas medidas se recomendam em favor dos beneficiários.
5 Atenda às instruções do internato e não se preocupe, em demasia, com os problemas que não lhe digam respeito.
6 Não se prenda aos seus apetrechos de uso e nem acumule utilidades que deixará inevitavelmente, quando as autoridades observarem você no ponto de retorno.
7 Se algum colega de vivência estima criar casos, esqueça isso. Não vale a pena incomodar-se.
8 Ninguém ou quase ninguém passa por aí sem dificuldades por superar.
9 Viva alegre, com a sua consciência tranquila.
10 Em se achando numa estância de refazimento, é aconselhável manter-se fiel à tarefa que a administração lhe confie.
11 Procure ser útil, deixando o seu lugar tão melhorado quanto possível, para alguém que aí chegue depois.
12 Quanto ao mais, considere você e os demais companheiros de convivência e necessidade simplesmente acampados, unidos numa instituição de tratamento oportuno e feliz.
13 Aí você consegue dormir mais tempo, distrair-se na sua faixa temporária de esquecimento terapêutico, deliciar-se com excelente alimentação, compartilhar de vários jogos e ensaiar muita atividade nobre para o futuro.
14 Aproveite.
O ensejo é dos melhores.
15 Descanse e reajuste as próprias forças porque o trabalho para você só será serviço mesmo, quando você deixar o seu uniforme do instituto no vestiário da morte e puder regressar.
André Luiz