O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Venceram — Familiares diversos


1

Carlos Alberto da Silva Lourenço (Tato)

Santos (SP), 25 de junho de 1956.
São Bernardo do Campo (SP), 17 de setembro de 1974.

Estudante de Engenharia, 18 anos, filho de Severino Domingos Lourenço e Dirce Pessoa da Silva Lourenço.


DEPOIMENTO


Durante a estruturação deste livro, em uma de nossas entrevistas, perguntamos o seguinte à genitora do Tato:
— D. Dirce, de que modo estão as coisas, depois de quase 10 anos de separação?


“Não houve separação, Dr. Caio. No início, quando o desespero me toldava o raciocínio, quando a dor me imobilizava no leito, tudo pareceu perdido. Mas houve um sol em nossas vidas - Chico Xavier, o amigo a quem tudo devemos.

“Por seu intermédio, voltamos a conversar com o Tato: as mensagens tão autênticas de nosso filho trouxeram-nos a convicção de que apenas houve a separação física, mas o querido Tato continua existindo no Plano Espiritual e continua sempre conosco, visitando-nos, orientando-nos e participando dos problemas, das dificuldades e alegrias de nossa casa.

“Eu e Severino nos vinculamos ativamente a tarefas junto aos que sofrem, qual nós sofremos e, de certa forma, procuramos ser mais úteis ao nosso semelhante.”




I

PRIMEIRA MENSAGEM


1 Querida mãezinha Dirce e meu querido papai Severino, minha mãezinha Amélia e meu paizinho Olavo, com todos os nossos e o meu irmão André Luiz, peço a Deus nos abençoe. n

2 Estamos agradecendo a festa de aniversário. n A meu ver, outro companheiro deveria tomar o lápis e traduzir a nossa gratidão; entretanto, o nosso irmão Tedy, n a quem pedi escrevesse, deixou a mim este encargo.

3 Agradecemos, em nosso nome, tudo de bom que os amigos queridos dividiram hoje, lembrando-nos na pessoa de nossos irmãos em obstáculos materiais maiores do que os nossos.

4 As jovens Maria Helena e Maria Célia n se nos associam ao reconhecimento e o nosso Augusto Cezar, n com tantos outros amigos, nos compartilha o júbilo.

5 Muito gratos pelos cobertores que distribuíram, sob o amor de nossos amigos Domenico e Elda, n em benefício dos nossos amigos que estão duelando com o frio da noite; pelos bolos e doces com que tantas crianças nos endereçam sorrisos de paz e felicidade, pelos materiais de alimentação que aliviaram tantas famílias afetuosas e amigas e por todas as alegrias que souberam criar no ânimo dos pequeninos que receberam o leite em pó encharcado de beijos da saúde.

6 E, acima de tudo, mãezinha Dirce, nós agradecemos o carinho com que nos recebem os apelos de fraternidade, porque todos somos uma só família perante Deus.

7 Sabemos que todos vocês, nossos pais e mães, nossos irmãos e nossos amigos, se o quisessem, poderiam estar gastando as moedas invisíveis do tempo, em distrações e prazeres, à distância dessas obrigações iluminativas da alma.

8 Não ignoramos que todos trabalharam durante a semana inteira e mereciam o repouso em casa nos chinelos macios, mas vocês nos ouviram e estamos felizes. Nossa alegria é muito grande e, avalizados por Jesus, afirmamos a todos que o esforço de cada um será recompensado com as bênçãos de Deus.

9 Mãezinha, você sabe que andei estudando para escolher atividades e a Engenharia com a Eletrônica me chamavam a vocação. Agora, porém, estou aprendendo que a beneficência é a faculdade do bem, na qual aprendemos as maneiras de servir.

10 Agora, sei que podemos contar quantas lágrimas verte um pai de família ou um coração materno, a fim de criar-nos para a vida;   11 quantos minutos foram arrebatados pelo trabalhador sincero aos horários de rotina para as visitas fraternas aos que pedem socorro; 12 quantas horas são gastas com os doentes sem ninguém; 13 quantos sacrifícios se exige daqueles que se dispõem a servir aos semelhantes, tanto quanto hoje não ignoramos a importância das pontes de entendimento que nos cabe construir entre as pessoas, para que a solidariedade reine sobre a Terra; 14 quantos refúgios de consolo precisamos levantar para a conversação mais íntima com os nossos irmãos sofredores, orientando-lhes os passos para a vida e, sobretudo, quanto nos cabe fazer para que novos obreiros apareçam e nos ajudem.

15 Por isso, aprovo o desejo de trabalharem e servir, cada vez mais.

16 Até hoje, no mundo, temos vivido atentos às edificações materiais, mas nem sempre nos lembramos de que, por dentro de nós, necessitamos erguer muitos valores para a nossa mais ampla tarefa do bem na Terra.

17 Tenho acompanhado as nossas lutas, mas peço ao meu paizinho Olavo e à mãezinha Amélia muita serenidade e coragem. Basta fazer esforço pelos outros para que os outros se esforcem a nosso favor. As lutas passarão.

18 Sei que o nosso caro amigo Dr. Marins n vem atravessando uma fase difícil da vida, mas estamos pedindo a Jesus para que ele e a esposa reencontrem o caminho da paz. A luta na Terra é uma série de problemas constantes, um vai e outro vem, mas não pode ser diferente.

19 Agradeçam a ele, Dr. Marins, o que faz por mim e espero manifestarem ao nosso caro amigo José da Fonseca n os meus agradecimentos pelo carinho com que sempre nos acompanha desde o princípio de minha transferência para o Mundo Espiritual.

20 Estava presente em nossa palestra quando o nosso Fonseca se referia à minha palavra que ele sempre nobremente aguardou. Ele, papai Severino, tem sido um amigo fiel e peço-lhe falar a ele de minha amizade e gratidão.

21 Não tenho escrito mais frequentemente, porque me achava seguindo os problemas do paizinho Olavo e agora que as tempestades vão se acalmando, quero dizer-lhe que estamos a postos, unidos nas mesmas preces, para que a tranquilidade nos favoreça. Um abraço à vovó Deolinda n e aos primos e tios.

22 Nosso irmão João Luiz Palatinus n solicita-nos transmitir à mãezinha presente o seu carinho e gratidão, informando que vem fazendo quanto pode, a fim de ver a irmãzinha dele sempre mais feliz.

23 Hoje, mãezinha Dirce, escrevo esta carta, tão só no intuito de transmitir-lhes os nossos agradecimentos pelo bem que estendem em nosso nome.

24 O padre Galdino n está comigo e pede a Deus para que todos nós, os cristãos, estejamos unidos no bem, para que o bem com Jesus seja realizado plenamente.

25 Nosso André Luiz receba um beijo de muito carinho nosso e vocês, pais queridos, recebam o coração reconhecido que sempre lhes segue todos os passos.


Carlos Alberto

(Tato)

25 de junho de 1977.  




II

SEGUNDA MENSAGEM


1 Querida mãezinha Dirce, peço ao seu querido coração de mãe abençoar-me as esperanças de filho.

2 Agradeço, mãezinha Di, o seu concurso de presença nestes dias, junto às tarefas em que nos achamos envolvidos, nas lembranças de nosso amigo Augusto Cezar, que se converteram em abençoados encontros de trabalho na oficina do bem.

3 Religo-me aos seus sentimentos de carinho, na cooperação com os amigos, e, de meu lado, estou na turma daqueles que se irmanam para cooperar nos contatos de outros companheiros em nossos momentos de oração.

4 Graças a Deus, estamos sempre juntos. Não me creia esquecido de nossas datas e lembranças. Felizmente, vejo-a mais tranquila e mais ajustada às nossas realidades presentes e, durante as suas reflexões, conserve a certeza de que o seu carinho me registra a presença com precisão quase que absoluta.

5 Nos dias que passaram, ambos desconhecíamos de que modo nos cabia controlar o sofrimento que raiava quase no desespero, mas, agora, no curso dos dias, pouco a pouco, convencemo-nos de que a aceitação é o melhor estado de prece, a fim de acumularmos forças para a caminhada.

6 Agradeço a paz com que você, querida mãe Di, tem sabido orientar o papai Severino e a consolar os paizinhos outros, tio Olavo e tia Amelinha. Muitas lutas foram já superadas e esperamos que o seu equilíbrio continue harmonizando a todos os nossos no caminho a ser percorrido.

7 Faça os nossos compreenderem que ninguém se realiza e nem realiza algo de bom na Terra sem problemas e sem lutas. 8 Quando o calor das crises subir ao clima de alta tensão, proceda como vem fazendo, interpondo a sua palavra de serenidade e de harmonia, paz e segurança, entre os argumentos menos felizes que os nossos entes amados apresentem, e tudo seguirá bem, com as bênçãos de nossos Benfeitores da Vida Superior.

9 Tenho acompanhado a evolução do Andrezinho e envio a ele os meus parabéns. É um garoto assombroso esse meu irmão, que tenho sob os melhores votos de amparo espiritual.

10 Mãezinha Di, sei quão difíceis são os problemas para a sua sensibilidade no tempo que se desdobra, sem que a minha presença mais imediata e mais concreta esteja a oferecer-lhe o suporte preciso à confiança em si mesma, no entanto, mãezinha, observe que isso acontece imaginariamente.

11 Digo isso porque tenho sido, com a bênção de Jesus, e embora eu não mereça, a esperança em suas horas difíceis, o seu apoio nos momentos de incerteza, a resposta às suas indagações e sobretudo, aquela voz que lhe fala por dentro do coração, induzindo-a à calma e à coragem necessárias para atravessar todos os obstáculos.

12 Não se deixe vencer pelos empeços e aflições das experiências na vida material. Eleve a sua fé para os cimos da vida e observará que Deus é amor que nunca se esgota e luz que não se extingue.

13 A vovó Zezé n tem estado junto de mim compartilhando de nossas tarefas, tanto quanto a outra avó, sempre atenta ao carinho de que necessitamos para reforçar os nossos recursos no trabalho do cotidiano.

14 Temos colaborado, quanto possível, em benefício da vovó Deolinda e da tia Amélia, no setor da saúde, rogando a Jesus as conserve satisfeitas e felizes. Peço dizer ao papai Severino e ao papai Olavo que nos tempos mais difíceis, quais os nossos de agora, o pensamento circunscreve os próprios voos às atividades julgadas mais simples, a fim de não provocarmos falsas impressões a nosso respeito.

15 Quanto mais simplicidade nas situações, maior será o apoio que recolheremos do Mais Alto, porque os Espíritos Superiores igualmente encontram com isso mais amplas oportunidades para o auxílio em nosso favor.

16 Agradeço à tia Alzira que nos dispensa tamanho amor, conservando na memória as recordações do seu filho que deseja a todos os nossos o Maior Bem. Alzirinha e Alexandre me falam alto ao coração, como também todos os nossos que nos honram com o seu habitual carinho. n

17 Peço a você, mãezinha Di, e ao papai Severino, transmitirem ao nosso irmão Fonseca, os nossos agradecimentos pelos estímulos que nos tem doado aos corações, a fim de prosseguirmos em nossa jornada para a frente.

18 Com tantos amigos ao nosso lado e considerando as bênçãos que temos recebido, de maneira incessante, não temos senão motivos para sermos gratos a Deus.

19 Mãezinha Di, tenho tido a alegria de continuar trabalhando em nossa equipe juvenil de serviço cujas atividades se ampliaram intensamente depois dos nossos livros de parceria e agora tenho minhas tarefas acrescentadas com uma boa ponta de trabalho em favor dos doentes, com a supervisão do nosso estimado médico Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho, n orientador de grande escola de realizações beneméritas em toda a orla de que a nossa querida cidade de Santos é uma parcela das mais importantes.

20 Dou para o seu carinho estas notícias por saber que a sua dedicação materna se sentirá feliz em saber seu filho trabalhando com esperança e alegria.

21 Agradeço as suas preces e flores de sempre e estou encantado com as suas conversações comigo, junto de meu retrato. Nada fiz por merecer tanto carinho de sua ternura e da confiança de meu querido papai Severino, mas creiam os dois que tudo farei por ser digno do crédito com que me honram.

22 Estamos felizes com as lembranças oferecidas ao nosso querido amigo Augusto e envio a meu pai, ao Andrezinho, à tia Amélia e ao tio Olavo, com a vovó Deolinda e todos os nossos as alegrias destes momentos de paz e encorajamento que estamos desfrutando na união espiritual completa, uns com os outros.

23 Mãezinha Di, não posso alongar-me. Agradeço ainda aos nossos amigos da experiência diária por todas as preces e referências confortadoras que formulam em meu benefício.

24 Com os pensamentos de carinho concentrados em meu pai e em nosso Andrezinho, peço ao seu coração de mãe e à sua alma querida de Estrela do Meu Caminho, receber todo o amor e toda a gratidão do seu filho e companheiro de todos os momentos, sempre o seu


Tato

Carlos Alberto Da Silva Lourenço

30 de setembro de 1979.  




III

TERCEIRA MENSAGEM


1 Querida mãezinha Dirce, aos Céus dirijo a minha oração, rogando a paz em nosso auxílio.

2 Estou muito edificado com a sua corajosa ternura, varando a distância para as nossas possíveis entrevistas. Compreendo quanto isso custa ao seu coração.

3 O lar foi sempre o reino encantado em que a sua dedicação vela por meu pai, tanto quanto velava por mim e se empenha hoje pela tranquilidade do nosso André Luiz.

4 A saudade é uma alavanca prodigiosa. Acionada pelo amor, remove os próprios mundos que nos abrem caminhos de trânsito necessários ao reencontro, através de todos os processos ao nosso alcance para a reciprocidade de comunicação.

5 E creia, mãezinha Di, que isso não funciona em estrada de mão única. Estamos no mesmo circuito de ideias e realizações.

6 Muitas vezes, em suas palavras inarticuladas de esperança e sofrimento, é que vou recolher a necessária motivação para trabalhar com devotamento mais amplo, na Causa do Bem na qual fomos engajados.

7 Rogo-lhe nunca se sentir a sós ante os problemas do caminho. Através dos fios invisíveis da intuição, estamos reunidos na mesma jornada. Pareceres de sua experiência na solução dos assuntos de meu pai Severino e de meu pai Olavo, da mãezinha Amélia e de familiares outros, são peças em que funcionamos a dois.

8 Graças a Deus que assim é, porque quanto mais nos identificamos um com o outro pelos laços do sentimento e do espírito, mais fortalecido me reconheço para a continuidade das construções novas às quais me empenho na atualidade.

9 Tenho tido a felicidade de prosseguir colaborando, embora modestamente, nas equipes de trabalho de que o nosso benfeitor Dr. Arnaldo se fez orientador e isso me alegra muitíssimo.

10 O trabalho, mãezinha Di, pode ser, às vezes, difícil ou menos leve, mas é justamente nele que encontramos o melhor refúgio para nos esquecermos, marginalizando o fardo de nós mesmos para repô-lo nos próprios ombros, mais moderadamente, à medida em que se nos amplia o desejo de satisfazer os nossos compromissos com o bem dos outros.

11 Compreendo a inquietação e a ansiedade com as quais muitos de nossos amigos aguardam as mensagens do nosso Plano de ação, mas nos compete seguir assim mesmo: intercâmbio menor para realizações sempre maiores.

12 Envio muitas lembranças para Alzirinha, para a Regina, para o nosso caro amigo Dr. Marins e todos os nossos. n

13 Desejaria formular uma lista grande em que especificássemos os nomes de cada um, no entanto, a nossa quota de tempo já não mais nos permite maior extensão de noticiário.

14 Continuo cooperando com o André Luiz que me substituiu no lar e o seu coração pode estar contente com as suas atitudes adotadas nas quais a vejo temperando a bondade com a energia.

15 Não esmoreça com os conselhos nobres e dignos em nosso favor. Mãezinha Di, será falando que nos entenderemos. Fale sempre nos moldes da palavra amiga e feliz.

16 O mundo pode estar receando acontecimentos graves, mas nós, com as nossas atividades de cada dia, estaremos em paz. Prossigamos trabalhando, quanto se nos faça possível na extensão do bem.

17 Querida mãezinha Dirce, a querida vovó Deolinda tem recebido muito auxílio de nossos Benfeitores Espirituais. Deus nos abençoe.

18 Contando com o seu zelo em auxílio à sua própria saúde e desejando à sua bondade um Feliz Natal e um 1980 repleto de alegrias e bênçãos, juntamente de meu pai e de nosso André Luiz e de todos os nossos, com o carinho de todos os instantes, como sempre, sou o seu


Tato

Carlos Alberto Da Silva Lourenço

13 de dezembro de 1979.  




IV

QUARTA MENSAGEM


1 Mãezinha Dirce e querido papai Severino, um momento a fim de rogarmos juntos a bênção de Deus, em nosso favor.

2 Reunidos com a família espiritual que os Mensageiros do Mais Alto nos concederam, agradeço a oportunidade com que me facultam a satisfação de me dirigir não somente aos pais queridos, mas a todos os corações amigos que nos integram a assembleia de fraternidade.

3 Querida mãezinha Di, em muitas ocasiões posso parecer ausente ou talvez algo modificado em vista da falta de notícias mais assíduas. Entretanto, isso não acontece. Sou o mesmo Tato, o mesmo filho agradecido que lhes consagra imperecível amor. O que sucede é a extensão dos encargos crescentes, com que fomos felicitados pela Infinita Bondade que nos rege os destinos.

4 Mãezinha, estamos juntos, como sempre, mas legião imensa de criaturas sofredoras se nos agregam presentemente à vida, buscando em nós aquele mesmo socorro que Jesus nos concedeu. 5 O serviço ampliou-se, as áreas de nossas atividades alcançam agora regiões de trabalho, com as quais no princípio de nosso intercâmbio, talvez não pudéssemos contar.

6 Sigo as dificuldades da mãezinha Amélia e do papai Olavo, com os melhores esforços a fim de auxiliá-los a resolve-las; no entanto, a dor de tantos irmãos em Humanidade nos concita a refletir na colaboração que se nos faça possível, em favor deles.

7 Sigo o trabalho abençoado da vovó Deolinda, contudo, há que atendermos a outras almas queridas que atravessam nuvens de preocupação semelhantes àquelas que a vovó está vencendo valorosamente; não perco de vista as tarefas de amigos e parentes queridos, quais os nossos caros Doutor Marins e Fonseca, Alzirinha e nosso caro Doutor Olindo, n entretanto, o quadro se fez mais vasto, à minha frente, trazendo-nos a visão de outros companheiros em conflitos maiores a nos solicitarem apoio.

8 Penso, mamãe Di, que entrei num outro Pronto Socorro, em continuidade ao serviço assistencial a que o meu pai Severino se entregou, com o melhor espírito de compreensão e boa vontade. n

9 Expresso-me aqui sobre o assunto, considerando que somos em nossa reunião uma grande família de representantes das nossas ideias, atuando em diferentes setores. E creio seja meu dever rogar aos amigos todos para que nos auxiliem, construindo ambiente adequado à nossa cooperação espiritual.

10 Muitas vezes, tolerar caridosamente uma ofensa ou desconhecer esse ou aquele agravo que se nos faça, constituem o campo em que nos será possível agir, para melhorar situações que se afiguram intrincados problemas, sem pontos de abordagem para serem convenientemente resolvidos.

11 Abençoar alguém que outros reprovam ou guardar paciência, diante de um conflito lançado à nossa consideração, no intuito de confundir-nos, representam aberturas de amor pelas quais se nos possibilitam as providências indispensáveis à paz.

12 Tenho hoje a convicção de que a Lei da Vida me transferiu dos estudos de São Bernardo para a vivência prática das lições de relacionamento e harmonia de que eu necessitava para a conquista de mim próprio. 13 Isso não quer dizer que me desinteressei do trabalho de apoio à família querida em que Deus me situou; significa somente que nos vamos deslocando da órbita doméstica, a fim de nos colocarmos ao encontro daqueles que suportam obstáculos maiores do que os nossos.

14 E com isso, convido os pais queridos a nos empenharmos, cada vez mais, à procura do bem para os outros, porquanto é procurando o bem para os outros que encontramos o nosso próprio bem.

15 Agradeço, mãezinha Di sempre querida, as suas lembranças e as suas flores e peço a Deus transforme em bênçãos de paz e luz as suas lágrimas por seu filho, mas peço-lhe para que nos sintamos sempre mais fortificados para servir.

16 Sei que o seu coração abnegado, tanto quanto o papai Severino vão atendendo, com dedicação e carinho, os novos chamados para a Seara do Bem, realizando o possível, em auxílio aos nossos semelhantes, no entanto, se isso lhes for possível, aceitem, na medida dos recursos de trabalho de que disponham, as novas convicções de trabalho que vão surgindo…

17 Por dentro de mim, sou o Tato pequenino dos primeiros tempos da infância, sou o colegial encantado com o mundo dos livros no qual me redescobria, pouco a pouco, e sou o jovem que saía de casa para as aulas da Faculdade…

18 Ainda assim, na intimidade de mim mesmo, reconheço-me igualmente na condição do companheiro mais experiente, numa sequência de renovações que me surpreende. Especialmente, depois do lançamento de nossas páginas em livro, sinto que uma experiência de novo engajamento se cumpriu, em meu favor, porque são muitos os companheiros que me buscam para o trabalho salutar.

19 Estou feliz com isso, porque na vida diferente a que fui trazido, receber incumbências de serviço é o mais alto salário que se pode conquistar. 20 Digo-lhes tudo isso, de maneira a reafirmar-lhes que não tenho descansado e sim avançado sempre, caminho afora, de modo a encontrar a vida crescente e sempre mais bela, pela qual Jesus consiga encontrar algum ponto diminuto de apoio para a sua obra de Redenção Humana.

21 Espero que os nossos amigos e familiares nos sintam nesta maravilhosa transformação, em que o nosso “eu” se expande para ser morada de entendimento para quantos nos buscarem a colaboração e a simpatia. Quanto mais doarmos de nós aos que necessitem, mais receberemos do Senhor — esta é uma lei que ninguém consegue alterar.

22 O nosso André Luiz está naturalmente em meus cuidados. Jesus nos auxiliará a ver o nosso querido irmãozinho crescendo para o bem, a consolidar as qualidades que lhe dignificam o Espírito compreensivo e superior. Agradeço todos os carinhos com que o seu amor lhe enriquece o coração para as tarefas do futuro. Amparado por amigos benfeitores da Vida Maior, sinto que é obrigação propriamente minha, dedicar-me ao auxílio aos outros.

23 A bisa Glianda n veio em minha companhia e a vovó Zezé, igualmente comigo, lhes deseja muita felicidade envolvida de paz e de alegria.

24 Muitos amigos presentes saúdam os corações amigos que nos formam a corrente de solidariedade e de luz. Todos lhes desejam muitas bênçãos de tranquilidade e progresso.

25 Meus votos muito especiais pela felicidade e segurança dos queridos paizinhos Olavo e Amelinha que vivem no meu reconhecimento e a reuni-los, a ambos, em meu afeto, sou o filho que lhes pertence pelo coração, sempre e cada vez mais reconhecido.


Tato

Carlos Alberto Da Silva Lourenço

10 de abril de 1980.  




V

QUINTA MENSAGEM


1 Querida mãezinha Dirce, com o papai Severino e todos os nossos corações queridos, receba os meus votos a Jesus para que todos estejamos em suas bênçãos de infinito amor.

2 Longe vai o 17 de setembro, seis anos de saudade que a fé em Deus vai transfigurando em esperança.

3 Felizmente para nós, a angústia foi substituída pelo trabalho que, sob o amparo dos nossos Benfeitores da Vida Maior, prossegue em ampliação crescente.

4 Querida mãezinha, por alegria maior de nossas lembranças, já que o 17 assinala o meu renascimento na Espiritualidade, encontro-a em serviço ativo em favor das crianças e dos necessitados.

5 Mãezinha, nenhuma dádiva mais valiosa poderia eu receber de seu carinho, além dessa — a felicidade de vê-la a se integrar sempre mais intensamente nas atividades de apoio ao próximo. Justamente assim, é que descobriremos o escoadouro de nossas lágrimas. 6 Auxiliando a outros, reconheceremos, gradativamente, que o auxílio do Céu nos alcança, em forma de compreensão e de paz.

7 Continuo atento ao esforço de colaborar, em benefício dos nossos, se é que posso dizer assim, em minha pequenez — especialmente no que se refere ao paizinho Olavo e à mãezinha Amelinha a cuja bondade devo tanto e nas modestas atividades a que me associo, por bênção do Mais Alto, prossigo confiando na Providência Divina no apoio a nós todos.

8 Sei que as provas não têm sido pequenas, em nosso conjunto familiar, mas a nossa confiança em Jesus consegue superar todos os entraves que se nos apresentam em caminho.

9 Mãezinha Dirce, quanto puder, ajude aos nossos parentes queridos a compreenderem que o sofrimento é uma concessão de Deus àqueles filhos que já demonstram afetividade e maturidade maiores, porquanto noto que muitos dos nossos esmorecem ante os primeiros problemas que aparecem.

10 Tenhamos coragem e sigamos para diante, distribuindo o apoio e o auxílio que se nos façam possíveis, porque, efetivamente, de tudo o que nos acontece no mundo, o que fica inquebrantável e permanente é o bem que façamos aos outros.

11 A vovó Glianda e a vovó Pessoa estão aqui, endereçando-me as palavras e sinto nisso grande contentamento, porque ambas se formaram na escola dos obstáculos, legando-nos imperecíveis exemplos de paciência e abnegação — abnegação e amor.

12 Em Santos, continuo tão assíduo quanto possível em seu trabalho que se vai deslanchando de casa, na direção da Humanidade.

13 Querida mãezinha Dirce, peço-lhe para que o nosso Andrezinho cresça no contato das realidades da vida, observando a luta das outras crianças muitas que sofrem tanto, de maneira a adquirirem a precisa sobrevivência na própria Terra. Isso é muito importante para o futuro dele e nosso.

14 Não quero dizer que se lhe ponha pesada carga nos ombros, mas sim que não lhe falte o preciso conhecimento da vida para desenvolver-se amando ao próximo, como devemos amar.

15 Por hoje, não consigo ser mais extenso, mas, antes de terminar, expresso os meus agradecimentos muitos ao nosso amigo Sr. Fonseca que não nos esquece. Deus o resguarde sempre contra o mal, sustentando-o sereno e firme no trabalho a realizar.

16 Querida mãezinha Dirce, agradecendo a você e ao papai Severino tudo o que fazem pelas crianças sofredoras e anônimas que tanto me enternecem, beija-lhes as mãos queridas o filho que sempre necessita do amor dos pais queridos para viver.

17 Sempre o filho reconhecido,


Tato

Carlos Alberto Da Silva Lourenço

24 de setembro de 1980.  



1 - Tato sempre considerou os tios Olavo Jorge Bonfim e Amélia da Silva Bonfim, qual seus próprios pais. André Luiz Pessoa da Silva Lourenço, irmão, atualmente com 7 anos.

2 - A mensagem foi recebida no dia do natalício do Tato.

3 - Tedy, jovem desencarnado que ainda não identificamos.

4 - Augusto Cezar, já o conhecemos de Jovens no Além, Somos Seis, Falou e Disse e Augusto Vive, livros psicografados por Chico Xavier e editados pelo GEEM.
Maria Célia Marcondes e Maria Helena Marcondes, irmãs, filhas do casal Dioscórides Marcondes dos Santos Freire e Maria José Caetano Marcondes. Faleceram, respectivamente, em 1975 e 1976.

5 - Juntamente com o casal Domenico e Elda Orlandi e na companhia de amigos outros, os pais do Tato organizaram distribuição de cobertores, alimentos e doces a famílias carentes, lá em Uberaba, no dia da recepção da mensagem.

6 - Dr. José Marins, médico amigo da família.

7 - Abnegado militante espírita de Santos.

8 - Avó materna. Deolinda Glianda da Silva.

9 - Co-autor espiritual deste livro.

10 - Padre Galdino Viliotto, amigo de Carlos Alberto, desencarnado em 1973. Professor de Química do Colégio Santista.

11 - Vovó Zezé ou, também, vovó Pessoa, Maria Josefa Pessoa dos Santos, bisavó desencarnada em Portugal há algumas décadas. A outra avó é a vovó Bonfim, Alvarina Jorge Bonfim, também domiciliada no Plano Espiritual, desde a década de 1940.

12 - Tia Alzira: Alzira Bonfim da Silva Vitorino, irmã de D. Dirce.
Alzirinha: Alzira Maria Bonfim Faria Santos, genitora do Alexandre, é prima do Carlos Alberto.

13 - Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho: Grande vulto da Medicina Brasileira, fundador da Faculdade de Medicina de São Paulo.

14 - Alzira Maria Bonfim Faria Santos. Regina Célia da Silva Bonfim Mariana e o Dr. José Marins.

15 - Dr. Olindo Antônio Faria Santos, advogado, esposo de Alzirinha.

16 - O pai de Tato. Sr. Severino, é funcionário do Pronto Socorro Municipal de Santos.

17 - A bisa Glianda. Quando encarnado, por vezes, Tato assim chamava D. Sofia Glianda, sua bisavó materna, falecida em 1965.


Caio Ramacciotti


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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