O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Verdade e amor — Autores diversos


Capítulo 18

A doença e a justiça n

(Causas espirituais das doenças)

1. — O que estrutura espiritualmente o corpo de carne?

O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne.


2. — O erro de uma encarnação passada pode influir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?

A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semimaterial do corpo espiritual. Havendo o Espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.


3. — Quais os dois aspectos da Justiça?

A justiça na Terra pune simplesmente a crueldade manifesta, cujas consequências transitam nas áreas do interesse público, dilapidando a vida e induzindo à criminalidade; entretanto, esse é apenas o seu aspecto exterior, porque a justiça é sempre manifestação constante da Lei Divina, nos processos da evolução e nas atividades da consciência.


4. — Qual a relação existente entre doenças e Justiça?

No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos.


5. — O que faz o Espírito antes de reencarnar-se visando à própria melhoria?

Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.


6. — Que pedem, para regenerar-se, os intelectuais que conspurcaram os tesouros da alma?

Artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogamos empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual.


7. — Que medidas de reabilitação rogam os artistas que corromperam a inteligência?

Artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas.


8. — Que emendas solicitam os oradores e pessoas que influenciaram negativamente pela palavra?

Tarefeiros da palavra, que nos prevalecemos dela para caluniar ou para ferir, solicitamos as deficiências dos aparelhos vocais e auditivos, que nos garantam a segregação providencial.


9. — Que providências retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?

Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que em nos humilhando, servem por válvulas de contenção dos nossos impulsos inferiores.


10. — Todas as enfermidades conhecidas foram solicitadas pelo Espírito do próprio enfermo, antes de renascer?

Mas, nem sempre requisitamos deliberadamente semelhantes suplícios temporários, de vez que, em muitas circunstâncias, quais aquelas que se verificam no suicídio ou na delinquência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos constrange a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatórios.


11. — Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina?

Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, se mostram na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se acumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinquiram.


12. — A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? E o que pode provocar doenças de causas espirituais na vida diária?

A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois considerar igualmente que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitos destruidores; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; ou que passam todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas.


13. — Qual a advertência de Jesus para que nos previnamos contra os males do corpo e da alma?

Assinalando as causas distantes e próximas das doenças de agora, destacamos o motivo por que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos fazem considerar, com mais senso de gravidade, a advertência do Mestre: — “Orai e vigiai para não cairdes em tentação”. ( † )


Emmanuel



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original, psicografada por Waldo Vieira e não por Francisco Cândido Xavier, e seu conteúdo, com grandes cortes, foi composto utilizando-se das cinco primeiras questões da 1ª lição do livro Leis de amor, publicado originalmente em 1963 pela FEESP. — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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