1 Nunca te esqueço o riso cristalino
Quando o fracasso vinha em nossa casa,
Soube, depois, que a voz que de ti se extravasa
Era para acalmar o teu pobre menino.
2 Breve, levou-te a Morte…
Não sei se por desastre ou por destino…
Chorei-te pela perda que me arrasa…
Viajei com meu pai… Vi famoso cassino…
Esqueci-te… Joguei… Não me domino…
Fiz a grande fortuna que me arrasa.
Envelheci jogando, até que um dia,
Recordei que na infância, eras minha alegria,
Mas a exaustão me toma o coração cansado…
3 Vi a Morte a meu lado
E perguntei:
“Dize, Morte, onde achar minha querida,
Minha mãe, meu amor e minha vida?!…”
4 Ela apenas me disse: “Entre os mortais…
Muitos anos passaram…
Sem receber de ti qualquer lembrança
Pediu reencarnação, em busca de esperança…
Vais vê-la no futuro ou nunca mais!”
Antônio Gomes
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