1 Alma querida, observa
Na Terra que se aprimora
A vida fulge por fora
Nas trilhas da evolução.
Em toda parte, no entanto,
Sob ruído e disfarce
A dor é chaga a ocultar-se
Por dentro do coração.
2 Nunca existiu para os homens
Tanta cultura brilhando,
Altas conquistas em bando,
Inventos, palmas, troféus!…
Mas a violência campeia,
No império do instinto bruto,
Ouro e sangue, pompa e luto,
Entremeiam-se ante os Céus!…
3 O ódio incendeia povos,
A ambição ruge no excesso,
Desnorteando o progresso,
A discórdia aflige o lar…
As criaturas se apartam,
Sob o medo que as domina,
A treva espalha em surdina
A guerra ativa no ar.
4 Mas sobrestando o tumulto,
Reina a Divina Presença,
Em Cristo, a luz se condensa
E aponta o Sol por porvir…
Quanto a nós outros, obreiros
De qualquer tempo e lugar,
A ordem é “trabalhar”
E o lema é “sempre servir”!…
5 Alma fraterna, sigamos!
A voz do Céu nos confia
A base do novo dia
No campo renovador.
Caridade! Caridade!
Sem cansaço ou retrocesso
Eis o caminho de acesso
Ao Reino do Eterno Amor.
Maria Dolores
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