1 Meus amigos, o Senhor nos ilumine e fortaleça.
2 O Espiritismo é a grande luz que se derrama em catadupas de bênçãos sobre a humanidade sofredora e atormentada, e cada santuário doméstico que lhe entroniza a claridade no altar mais íntimo, é abençoado núcleo distribuidor dos celestes dons que fluem, incessantemente, do Alto. Temos aqui, portanto, a revelação do porvir terrestre.
3 A verdade libertada dos templos de pedra que a algemam a férreos princípios convencionais, atravessando o lar, à maneira de corrente cristalina, aliviando corações dilacerados, sarando velhas úlceras e preparando almas para a Vida Eterna.
4 Prescindimos aqui do sacerdócio organizado porque individualmente cada companheiro oficia ao Supremo Senhor, no santuário de si mesmo; 5 dispensamos o fausto do culto externo, porquanto, a veste do crente é a sua própria indumentária viva de sentimento edificante; 6 não necessitamos de códigos preestabelecidos a legislarem sobre a nossa fé, porque a convicção de imortalidade nasce pura e sublime no livro de cada um de nós, expresso no coração com que amamos e vibramos dentro da vida.
7 Maior revelação não encontraremos por agora, além dessa bendita oportunidade de serviço com Jesus, em sagrado conjunto de forças a se desdobrarem, uníssonas, à procura da concretização da caridade e da harmonia na Terra.
8 Um lar sintonizado com Cristo é uma orquestra divina. Contemplam-se os instrumentos do bem, aí dentro, espontaneamente, compondo a música do Amor em derredor de todos os peregrinos que marcham nos Círculos de luta redentora em busca da Espiritualidade Superior.
9 Não tendes, desse modo, mensagem mais expressiva a recordar-vos senão a da oportunidade santificante que repousa em vossas mãos.
10 Cada servidor é chamado à tarefa que lhe é própria. Cada trabalhador tem serviço especializado na obra do mundo, qual ocorre à semente que se reveste de utilidade diferente nas leiras da vida.
11 Cada missionário permanece no ministério de que é detentor.
12 Cada conjunto de servidores, trabalhadores e missionários guardam responsabilidades diversas em nossos círculos.
13 Assim, saudamos, não só a fé renovadora que vos possui, mas também a diligência que vos assinala os passos no desempenho das obrigações que vos cumprem executar.
14 Crede que a riqueza do lar convertido em manancial do Evangelho é tesouro cobiçado por milhões de operários que perderam o dia ou esfacelaram as ferramentas que a Bondade Divina lhes confiou.
15 Grande é, por isto, a vossa fortuna, à frente do erário eterno e maior será o vosso galardão se souberdes marchar unidos, ao encontro dos objetivos que nos entrelaçam os propósitos.
16 E essa jornada, meus amigos, no fundo, é constituída por serviço constante no bem. Cada ângulo de dor do caminho, cada irmão desesperado, cada companheiro ignorante e desiludido representam ocasiões luminosas de ação com o Senhor.
17 O discípulo distraído costuma perder-se em variadas e inúteis indagações com respeito às provas, olvidando que as provas mais elevadas da Terra não são aquelas que a dor traz habitualmente consigo, arrasando muitas vezes os corações desprevenidos e invigilantes.
18 Cada momento de socorro aos semelhantes, no capítulo da bondade e da tolerância, é realmente glorioso minuto de prova benemérita, no qual poderemos desenvolver nossa capacidade máxima de assimilação do Evangelho Salvador.
19 Em vista dessa verdade, este é o nosso roteiro com o Cristo — atividade com Jesus, nos setores do esforço diário, a fim de que não precisemos escrever Espiritismo para os outros, mas que o Espiritismo escreva em nós as suas lições imperecíveis de iluminação, santificação e vitória. 20 Que o Mestre nos abençoe a divina aspiração de executar-lhe os desígnios soberanos e misericordiosos, onde estivermos, são os votos do irmão e servo reconhecido,
Aires de Oliveira
Mensagem recebida em junho de 1949, na cidade de Muriaé, estado de Minas Gerais.
[1] Essa mensagem foi publicada em 2010 pela editora Madras/Use e é a 12ª lição do
livro “Chico Xavier inédito.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.