I
1 Filhos, o Senhor nos abençoe!
O trabalho de conscientização em Cristo é serviço pioneiro no Plano Físico, porquanto relaciona atividades, ou melhor, as atividades fundamentais do Espírito desencarnado quando se reconhece defrontado pela grandeza da vida, perante o Mais Além.
2 O tempo é o principal fator de aferição de quaisquer aquisições que se façam nesse terreno, de vez que o tempo é o agente silencioso que preside o crescimento, a evolução e a maturação das sementes de renovação do mundo interior de cada um de nós, para que nossos recursos se descerrem plenamente ao sol do trabalho para o engrandecimento da vida em nós e fora de nós.
3 Em vista do exposto, comecemos por apresentar as figurações ou ideias-sínteses, destinadas a acordar as nossas consciências à plena luz da imortalidade.
Enumeraremos algumas dessas indicações básicas para nosso aproveitamento:
II
01. — Em toda questão difícil, indagar de nós mesmos o que faria Jesus em nosso lugar.
02. — Aceitar-nos por parte da família universal de Deus, na mesma moradia terrestre, moradia que permanece integrada no Plano Cósmico, à maneira de um conjunto residencial, renteando com inúmeros outros na Criação Divina.
03. — Cada criatura é um mundo por si, com leis e movimentos próprios, que nem sempre se harmonizam com os nossos.
04. — Ser-nos-á obrigação clara e simples aceitar os outros tais quais são, tanto quanto desejamos ser aceitos como somos, ante a consideração alheia.
05. — Reconheçamos a verdade de que todo bem e todo mal de que nos façamos autores para os que nos cercam, apresentarão, hoje, amanhã ou depois de amanhã, o somatório das bênçãos ou dos males de que tenhamos sido a causa.
06. — Atendendo-se à realidade de que somos psicologicamente diferenciados no campo geral da existência, respeitar sempre as necessidades ou os problemas do próximo, já que, por enquanto, não conseguimos desvencilharmo-nos dos nossos, no sentido imediato dessas palavras.
07. — Cada qual de nós neste justo momento está no melhor lugar, na melhor posição, na melhor tarefa e com os melhores companheiros que sejamos capazes de usufruir com o necessário proveito.
08. — As condições do berço e da família, do grupo social e dos compromissos que venhamos a assumir com outra pessoa ou com outras pessoas são áreas de dever a cumprir que não nos será lícito esquecer ou menosprezar sem danos para nós mesmos.
09. — Admitirmos sem discussão o imperativo de tolerância para com os outros, tanto quanto precisamos ou desejamos ser tolerados em nossa estrada comum.
10. — O trabalho, seja na condição de atividade profissional ou na prestação de serviço desinteressado aos nossos irmãos do caminho diário, é a nossa escola permanente, de cujos ensinamentos não nos será lícito desertar.
11. — Desculpar quaisquer ofensas de que nos julguemos vítimas, esquecendo esse ou aquele atrito que nos tenha colhido em más regiões de influência, com absoluto esquecimento dos desajustes havidos, para que a espontaneidade na prática do bem, seja em nós ou fora de nós, não sofra qualquer prejuízo.
12. — Entendendo-se que cada criatura se encontra no lugar que lhe é próprio, não nos permitirmos apreciações apressadas ou errôneas em torno dessa ou daquela pessoa.
13. — Abolir a queixa da conversação, na certeza de que se, porventura, tivermos alguma razão para essa ou aquela reclamação quanto aos outros, é possível que aqueles de quem nos queixamos, talvez possuam motivos mais fortes para se queixarem de nós.
14. — Ajustar-se à família à maneira do ouro entregue ao cadinho, para que se lhe promova a purificação.
15. — Regozijarmo-nos com o progresso alheio, na convicção de que o êxito nos visitará igualmente, na medida em que nos esforcemos por obtê-lo.
16. — Nunca olvidarmos, em matéria de afeição, que a renúncia a quaisquer alegrias decorrentes de conjunções prematuras será sempre superior a qualquer vitória passageira nos domínios da posse.
17. — Fixar o lado melhor das pessoas e dos acontecimentos, para que o lado sombrio desapareça naturalmente.
18. — Rejubilarmo-nos com aquilo que tenhamos ao nosso dispor, sem preocupação por obter o que talvez quiséssemos.
19. — Saber sorrir tanto nas horas de contentamento, quanto naquelas outras em que as inquietações estejam conosco.
20. — Abstermo-nos de gastar com a irritação, o tempo e os recursos da vida com reações desnecessárias e incompatíveis com o nosso dever de acompanhar o Divino Mestre.
21. — Não desconhecer que, muitas vezes, contra nós próprios, ser-nos-á necessário ouvir as opiniões de companheiros e acatá-las, considerando o benefício geral e não os nossos próprios interesses pessoais que nos cabe sofrear, para que a felicidade dos outros nos favoreça com a alegria de ver os outros felizes e abrindo, com isso, novas estradas no campo íntimo que nos visem a melhoria e a paz, a compreensão e o bom ânimo.
22. — Habituarmo-nos a enxergar nos companheiros de experiência terrestre a parte melhor que apresentem, a fim de que nenhum deles perca o incentivo de agir e servir, trazendo a quota de seus esforços no bem para a felicidade do grupo a que nos vinculamos.
23. — Auxiliar para o bem geral em todo tempo, mas escolher o tempo adequado para tratar dos problemas difíceis e dos casos graves com os irmãos neles envolvidos.
24. — Exerçamos a paciência sem limites.
25. — Aceitar o amor que Jesus nos ensinou e nos legou por esquema a ser cumprido nas menores ocorrências do nosso campo de ação.
26. — Começar de nós mesmos o serviço de conscientização, transferindo-o em seguida às pessoas que nos sejam particularmente queridas e, logo após, transmiti-lo aos grupos humanos em geral.
Estes são alguns dos itens que, em outra ocasião, ser-nos-á possível desenvolver em nosso próprio benefício.
Que o Senhor nos ampare e nos abençoe sempre são os votos reconhecidos,
Bezerra
Mensagem [recebida] em Uberaba, estado de Minas Gerais Minas, em 16 de agosto de 1983.