O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Trilha de luz — Emmanuel


8

Meia-noite

“Era perto da meia-noite; Paulo e Silas cantavam hinos a Deus e os outros presos os escutavam.” — (Atos 16.25)


1 Reveste-se de profundo simbolismo aquela atitude de Paulo e Silas nas trevas da prisão, quando numerosos encarcerados ali permaneciam sem esperança, eis que os herdeiros de Jesus, embora dilacerados de açoites, começam a orar, entoando hinos de confiança.


2 O mundo atual, na esteira de transições angustiosas e amargas, não parece mergulhado nas sombras que precedem a meia-noite?


3 Conhecimentos generosos permanecem eclipsados. Noções de justiça e direito, programas de paz e tratados de assistência mútua são relegados a plano de esquecimento.

4 Animais furiosos aproveitam a treva para se evadirem dos recônditos escaninhos da alma humana, onde permaneciam guardados pela cobertura da civilização, e tentam dominar as criaturas empregando o terror, a perseguição, a violência.


5 Quantos homens jazem no cárcere das desilusões, da amargura, do remorso, do crime?

6 Através de caminhos desolados, ao longo de campos que as bombas devastaram, dentro de sombras frias, há mães que choram, velhos desalentados, crianças perdidas.


7 Quem poderá contar as angústias da noite dolorosa?

8 Os aprendizes do Evangelho, igualmente, sofrem perseguições e calúnias e, em quase toda parte, são conduzidos a testemunhos ásperos.
Muitos envolveram-se nas nuvens pesadas, outros esconderam-se fugindo à hora de sofrimentos; mas, os discípulos fiéis, esses suportam ainda açoites e pedradas e, não obstante as trevas insondáveis da meia noite da civilização, oram nos santuários do Espírito eterno e cantam cânticos de esperança, alentando os companheiros.


9 Enquanto raras almas sabem perceber os primeiros rubores da alvorada, em virtude da sombra extensa, recordemos os devotados obreiros do Mestre e busquemos na prece ativa o refúgio consolador. 10 Se o mundo experimenta a tempestade, procuremos a oração e o trabalho, a fé e o otimismo, porque outro dia abençoado está a nascer e em Jesus Cristo repousa nossa resistência espiritual.


Emmanuel



A presente mensagem, com uma plavra de diferença no indicador 10, foi publicada pela FEB no Reformador de dezembro de 1942, p. 284.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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