1 Em nosso renascimento na Terra, entrelaçamo-nos, como é justo, sob a influência de quantos se acumpliciaram conosco na criminalidade ou na sombra, quase sempre erguidos à posição de inexoráveis credores de nossa vida, exigindo-nos pagamento ou reparação.
2 E, como enxameiam em nosso pretérito próximo ou remoto gravames deploráveis e contas obscuras que nos compete apagar ou ressarcir, na maioria das circunstâncias, a atuação dessa natureza é deprimente e perturbadora, muita vez constrangendo-nos a incidir nos mesmos erros que nos tisnam as consciências e nos dilaceram os corações.
3 É por isso que, durante a viagem na Esfera física, somos habitualmente assaltados por aflitivas surpresas do Plano oculto, em qualquer idade e em toda situação.
4 Há quem se veja enrodilhado nas suas malhas esfogueantes, em plena juventude corpórea, quem lhe conheça o sabor amargo no matrimônio, quem lhe experimente o impacto de angústia nas mais nobres tarefas do lar, quem lhe sinta a presença na esfera da profissão e quem lhe receba a nuvem desnorteante na hora da madureza ou da senectude, em dolorosas inquietações.
5 Para todos os problemas desse jaez, entretanto, é preciso reconhecer que só o bem puro e espontâneo é remédio justo e eficaz.
6 Somos, em verdade, seguidos pela influência que aliciamos, como quem apenas recolhe da gleba plantada aquilo que semeou.
7 E, assim como apenas a lances de suor e trabalho digno, preservaremos a lavoura de nosso compromisso contra a hera que lhe sufoca os rebentos ou contra os vermes que lhe devoram as flores, somente ao preço de perdão e renúncia, amor e desinteresse, por vezes com o sacrifício de nossa própria felicidade, é que operaremos em nossos associados da sombra de ontem a necessária renovação, para que a liberdade nos favoreça na reconquista da Luz.
Emmanuel