1 O avarento, na pilhéria,
É um homem, se bem me explico,
Que ama a vida na miséria
Para morrer muito rico.
Sylvio Fontoura
2 Amargas lutas do homem,
Contra a própria natureza,
São aqueles que o consomem
Nos domínios da avareza.
Silveira Carvalho
3 O triste fim do avarento,
Morrendo sem companheiros,
É um quadro de sofrimento
Na alegria dos herdeiros.
Pedro Silva
4 O sovina é uma pessoa
Que só ao ouro se agarra,
Mas, um dia, morre à-toa
Deixando o ouro na marra.
Jair Presente
5 Maricota do Rochedo,
Procurando ser mais rica,
Só comia bolo azedo
Com quirera de canjica.
Cornélio Pires
6 Antonino era dotado
Por terra, prata e fazenda,
Mas tinha o coco apertado
Qual a cana na moenda.
Josué Romano
7 Para aumentar a poupança
Jejuava o Nicolau…
Certa vez, caiu de fome,
Morreu pedindo mingau.
João Moreira da Silva
8 Triste vida, após a morte,
É a do amigo Lico Franco,
Estirou-se sobre um cofre,
Lambendo notas de banco.
Lulu Parola
9 Prazer de morrer de fome
Na ambição que nos domina?
Avareza é um mal sem nome
À espera de medicina.
Manoel Serrador
10 A avareza, em seus extremos,
Aponta à Luz do Porvir,
Quando todos saberemos
A conta de dividir.
Auta de Souza
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