1 Bendito sejas, coração amigo,
Buscando construir e elevar para o bem
Sem destacar a treva
Nem ferir a ninguém.
2 Deus te guarde na lei do auxílio que nos rege
Sempre que te dediques a expressar-te,
À Excelsa Providência determina
Que a bênção do socorro esteja em toda parte.
3 Quem de nós, aprendizes do progresso,
Estará esquecendo orgulho, possessão, vaidade, força bruta?
Sem o amparo de alguém que nos tolere
E nos minore a luta?
4 Não vale maldizer a sombra em torno,
Basta a fim de arredá-la humilde vela acesa,
Unir e melhorar, ajudar e servir
São determinações da natureza.
5 Um pântano qualquer pode fazer-se, um dia,
Campina surpreendente, em fruto e flor,
Mas não prescindirá de mãos amigas
Que lhe estendam recurso, auxílio e amor…
6 Fita a cachoeira em ápices de força…
Sem alguém que lhe oferte o controle da usina.
É grandeza de ação deficitária,
Alto poder entregue à indisciplina.
7 Certo bloco de mármore do monte
Rolou a flagelar canteiros de verdura,
Mas um artista a educá-lo, dia a dia,
Dele fez obra-prima de escultura.
8 Pensemos quanto a isso, alma querida,
Estendendo a esperança, ante a força do bem;
Quem procura no amor a elevação da vida,
Não se detém no mal, nem censura a ninguém.
Maria Dolores
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