O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Trovadores do Além — Autores diversos — F. C. Xavier / Waldo Vieira / Elias Barbosa


PARTE 2

Notas biobibliográficas

 dos Trovadores e dos Médiuns desta Obra

ADERBAL Ribeiro do Rego MELO: Poeta de elevado merecimento. Estudou as primeiras letras e o curso secundário no Colégio Salesiano do Recife. Tinha grande inclinação para o desenho. Informa o Barão de Studart que Aderbal Melo faleceu quando se preparava para matricular-se no curso de Engenharia Civil e Arquitetura. Colaborou em vários periódicos de Pernambuco. O poeta, segundo Luiz Otávio, desencarnou poucos dias antes do lançamento de seu livro Trovas. (Recife, PE, 4 de junho de 1910 — Recife, PE, 9 de abril de 1931.) — (40, 52, 230, 278.)


ALBERTO FERREIRA: Segundo Luiz Otávio (Meus Irmãos…, p. 222), Alberto Ferreira desencarnou vitimado pela tuberculose em 1932, “com 21 anos, sem deixar livros”. — (50, 202, 220, 274.)


ALCEU de Freitas WAMOSY: Uma das belas vozes da poesia riograndense e jornalista de mérito. Patrono da cadeira nº 40 da Academia Sul-Riograndense de Letras. O célebre autor do soneto — “Duas Almas” é, no dizer de Mansueto Bernardi, “um grande amoroso, mas o seu amor, isento de impurezas, é semelhante a uma pira votiva, a uma espécie de incenso oloroso, a uma oblata, a uma oração”. BIBLIOGRAFIA: Flâmulas, Coroa de Sonhos, Poesias, etc. (Uruguaiana, RS, 14 de fevereiro de 1895, Livramento, RS, 13 de setembro de 1923.) — (80, 156, 236, 284.)


ALCIDES Pinto BRANDÃO: Poeta e jornalista. Colaborou em diversas publicações de Rio Grande e de Porto Alegre, entre outras “O Corymbo”, o “Correio do Povo”, “A Farpa”. Na capital gaúcha, dirigiu a “Arcádia”, revista dos estudantes da Escola de Engenharia. (RS, 1888 — Alcides Brandão desencarnou a 6 de outubro de 1907.) — (54.)


ÁLVARO Dias MARTINS: “Jornalista vibrante e poeta popular dos mais aplaudidos no Norte do Brasil, era de uma fecundidade prodigiosa” — assim o descreve Edgard Rezende em O Brasil que os Poetas Cantam. Colaborou na folha abolicionista de José do Patrocínio — “Cidade do Rio”, no “Libertador” e na “A República”. os dois últimos de Fortaleza. Foi um dos criadores da memorável “Padaria Espiritual” e do “Centro Literário”. É patrono da cadeira nº 2 da Academia Cearense de Letras. Elogiado por Valentim Magalhães, que o considerou “um continuador de Juvenal Galeno”, “um trovador que nasceu como tal” (apud Studart Dic. Bio-Bibl. Cear., p. 41). Muito escreveu com o pseudônimo “Alvarins”. BIBLIOGRAFIA: Pescadores de Taíba, Agonia Suprema, Casa Mal-Assombrada, Alma Cearense (póstumo) etc. (Trairi, CE, 4 de abril de 1868 — Fortaleza, CE, 30 de junho de 1906.) — (190, 262, 312.)


AMÉRICO Augusto de Souza FALCÃO: Poeta, jornalista advogado pela Faculdade de Direito do Recife, diretor da Biblioteca do Estado da Paraíba e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Considerado por Guimarães Barreto o maior trovador da Paraíba, aliando, “à altiloquência das imagens, uma simplicidade comovente em seu despretensioso versejar”. BIBLIOGRAFIA: Náufragos, A Rosa de Alençon, Paraíba, Soluços de Realejo, etc. (Praia de Lucena, Município de Santa Rita, PB, 11 de fevereiro de 1880 — João Pessoa, PB, 9 de abril de 1942.) — (39, 78, 123, 152, 232, 265, 282, 297.)


ANÍSIO Auto de ABREU: Poeta jornalista político jurisconsulto de grande talento e orador parlamentar de alto merecimento. Deputado, senador e governador do Piauí. Labutou na imprensa desde o tempo da Faculdade de Direito do Recife, fazendo-se paladino da Abolição. Seus versos quase todos da fase acadêmica, foram elogiados por Tobias Barreto. E Higino Cunha (cit. por João Pinheiro in Lit. Piauiense, p. 144) escreveu: “O seu lirismo é doce, espontâneo, apaixonado e mimoso.” Embora muitos dos seus poemas se tenham perdido inéditos ou nas publicações esparsas, o que nos resta é, segundo a afirmação de João Pinheiro, “mais que suficiente para lhe dar um posto de destaque entre os melhores”. BIBLIOGRAFIA: Íntimos, versos românticos no volume “Três Liras”, de parceria com Joaquim Ribeiro Gonçalves e Antônio Rubim; O Micógrafo, com César Rego Monteiro; Ciência e Teologia; O Escravo; Carta ao Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira; etc. (Teresina, PI, 1864 — Teresina, PI, 6 de dezembro de 1909). n — (139, 217, 279.)


ANTONIETA Lisboa SALDANHA: Laureada poetisa e educadora distinta. Lecionou em Rio Pardo e Caxias do Sul. Foi colaboradora assídua da “Revista Acadêmica”, da “Kodak” e da “Ilustração Pelotense”, todas do Rio Grande do Sul. BIBLIOGRAFIA: Rimas Sem Metro. (Rio Pardo, RS, … — Rio de Janeiro, GB, 2 de novembro de 1944.) — (144, 222, 280.)


ANTÔNIO DE CASTRO Vidal Barbosa: Prosador e poeta. Seus versos, muito apreciados, mereceram o elogio de Raimundo Correia. Sócio fundador da “Padaria Espiritual” memorável associação literária de Fortaleza, tendo assiduamente colaborado em “O Pão”, às vezes com o pseudônimo de Aurélio Sanhassu. BIBLIOGRAFIA: Versos; Marinhas; idem, dividido em Marinhas, Ruínas e Trovas. (Aracati, CE, 2 de maio de 1872 — …) — (74, 84, 138.)


ANTÔNIO Roviano de AZEVEDO: Poeta eminente e original. Fez os estudos escolares em sua terra natal, seguindo depois para o Recife. Era funcionário público estadual na Paraíba. Segundo Guimarães Barreto (Excursão pelo Reino… p. 97) Antônio Azevedo desapareceu tragicamente num desastre no Recife. (Mamanguape, PB, 17 de setembro de 1882 — Recife, PE, 6 de novembro de 1922.) — (27, 107, 132, 183, 185, 247.)


ANTÔNIO SALES: Poeta exímio, jornalista, teatrólogo, tradutor, romancista, biógrafo, foi brilhante exemplo de autodidata. Exerceu vários cargos públicos aposentando-se como Escriturário do Tesouro Nacional. Presidente efetivo e honorário da Academia Cearense de Letras e membro correspondente das Academias de Letras de outros Estados. Colaborou em numerosos jornais e revistas do Rio, do Ceará, de S. Paulo e de Pernambuco. Idealizador e fundador da “Padaria Espiritual”, famosa entidade literária de Fortaleza, de cujo órgão — “O Pão” foi diretor. Escreveu sob vários pseudônimos entre eles o de Moacyr Jurema. “No gênero da trova, ombreou-se com os seus mais distinguidos cultores em nosso país.” (Ant. Cearense, p. 53). Foi, segundo a expressão de Guimarães Barreto, um “ás da sátira”. BIBLIOGRAFIA: Versos Diversos, Trovas do Norte, Poesias, Minha Terra, etc. (Parazinho, Munic. de Paracuru, CE, 13 de junho de 1868 — Fortaleza, CE, 14 de novembro de 1940.) — (18, 86, 164, 242, 286.)


ARTUR CANDAL de Carvalho: Professor, jornalista, poeta, “prosador sóbrio e elegante”, no dizer de Antônio Carlos Machado. Exerceu sempre o magistério particular, lecionando em vários estabelecimentos de Porto Alegre, onde dirigiu durante 17 anos a Escola Mauá. Gramático respeitado. Colaborou em vários jornais e revistas, como “A República” “Atualidade” “O Riograndense” e nos órgãos da Sociedade Ensaios Literários e da Sociedade Pártenon Literário associações de que foi membro preeminente. BIBLIOGRAFIA: Musa Ligeira (inédito), Origens da Língua Portuguesa, Traduções de Goethe, etc. (Porto Alegre, RS, 30 de outubro de 1857 — Porto Alegre, RS, 21 de outubro de 1924.) — (254, 266, 272.)


ARTUR RAGAZZI: Poeta de admirável sensibilidade. Italiano de nascimento, radicou-se inicialmente em Ouro Preto, donde se transferiu, em 1897, para Belo Horizonte aí permanecendo, sobremaneira estimado, até ao fim da existência. Suas obras poéticas foram recebidas com expressivos elogios pela crítica nacional. BIBLIOGRAFIA: Cavaleiro Andante, Coivara Acesa, e os inéditos Minhas Estâncias e Trovas. (Veneza, Itália, 31 de julho de 1879 — Belo Horizonte, MG, 4 de novembro de 1948.) — (23, 65, 131, 181, 243, 285.)


AUGUSTO DE OLIVEIRA Manuel: “Poeta delicado e inspirado” teve existência marcada de grandes provações. Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife. Juiz em várias cidades cearenses. “Prosador dos melhores que tivemos lá pelas plagas nortistas” — escreveu Mário Linhares (Poetas Esquecidos) acrescentando (p. 54); “Com o pseudônimo de Heitor Silva publicou formosos, inspirados sonetos que se perderam em revistas e jornais.” Desencarnou tragicamente. (Tabuleiro do Pinto, Munic. de Santa Luzia do Norte, AL, 6 de setembro de 1879 — São Bernardo das Russas, CE, 5 de julho de 1919.) — (35, 81, 199.)


BATISTA CEPELOS, Manuel: Bacharel em Direito pela Faculdade de S. Paulo, promotor público, jornalista, poeta, romancista contista e teatrólogo. “Poeta simples e espontâneo” segundo M. R. Martins (Evol. da Lit. Bras., p. 141) foi elogiado por Júlia Lopes de Almeida, sendo tido por Melo Nóbrega como “hábil manejador de ritmos”. Colaborou em grande número de jornais e revistas do País. Experimentou acerbas provações desencarnando tragicamente. BIBLIOGRAFIA: A Derrubada, O Cisne Encantado, Os Bandeirantes, Vaidades, etc. (Vila de Cotia, SP, 10 de dezembro de 1872 — Rio de Janeiro, GB, 8 de maio de 1915.) — (6, 98, 258.)


BELMIRO Belarmino de Barros BRAGA: Poeta de estro invulgar, pertenceu o grande lírico à Academia Mineira de Letras. Waltensir Dutra e Fausto Cunha salientaram que Belmiro realizou-se “na quadrinha humorística na trova sentimental”. Escrevendo sobre o “trovador de Vargem Grande” (Pan. da Poes. Bras., V p. 98), Fernando Góes declara: “Espontaneidade e simplicidade são, talvez, seus dois traços principais, traços que aliados à emoção fizeram com que mais de um crítico aproximasse sua poesia do lirismo de João de Deus.” BIBLIOGRAFIA: Montesinas, Tarde Florida, Redondilhas, Rosas, etc. (Sítio da Reserva, Vargem Grande, Munic. de Juiz de Fora, MG, 7 de janeiro de 1872 — Juiz de Fora, MG, 31 de março de 1937.) n — (33, 118, 196, 294.)


BENEDITO CANDELÁRIA IRMÃO: Poeta, dramaturgo, historiador, orador. Dedicou sua mocidade às letras, e informa Inocêncio Candelária (in Poetas do Norte de São Paulo) que Bendito Candelária Irmão “adquiriu cultura pelo seu esforço próprio, lendo bons livros”. Ocupou vários cargos públicos em Mogi das Cruzes, Paraibuna e Salesópolis. Colaborou em jornais dessas cidades, tendo sido um dos redatores de “O Salesópolis”. Fazia parte, na sua juventude, do grupo de jovens sonhadores que deram vida e entusiasmo às letras salesopolenses. Escreveu o drama Amor, Virtude e Crime e, como “poeta inspirado”, deixou vários sonetos dispersos. (Salesópolis, SP, 17 de janeiro de 1897 — Desencarnou em 1948.) — (42, 204.)


BERNARDO Rodrigues DE PASSOS: Poeta e jornalista português. Considerado um dos mais lídimos cultores do lirismo em Portugal, dele escreveu Fidelino de Figueiredo jamais ter encontrado “homem que fosse mais constantemente e espontaneamente poeta” (apud Grande Enc. Port. e Bras., v. XX). Afora modelares sonetos e poesias de rara elevação, ele cultivava também a redondilha com rara felicidade, deixando quadras “de tal modo ao jeito popular que o povo as aprendeu e canta como se suas próprias fossem”. Pouco depois da implantação da República, foi nomeado secretário da Câmara Municipal da cidade de Faro, cargo que desempenhou até à desencarnação. BIBLIOGRAFIA: Adeus, Grão de Trigo, A Árvore e o Ninho, Refúgio, etc. (S. Brás de Alportel, Portugal, 29 de outubro de 1876 — Faro, Portugal, 1 de junho de 1930.) — (49, 211, 249, 293.)


CARLOS Augusto FERREIRA: Escritor dos mais distintos, foi romancista, comediógrafo, jornalista e “poeta de alteado valor”, conforme a expressão de Luís Correia de Melo. Militou na imprensa de S. Paulo e do Rio. Segundo Afrânio Coutinho, “Carlos Ferreira era um lírico de formação lamartineana voltado para o amor e a sentimentalidade”. Membro da Academia de Letras de São Paulo, patrono da cadeira nº 13 da Academia Sul-Riograndense de Letras. BIBLIOGRAFIA: Redivivas, Cânticos Juvenis, Alcíones, etc. (Porto Alegre, RS, 26 de outubro de 1846 — Rio de Janeiro, GB, 12 de fevereiro de 1913). n — (170, 306.)


CARLOS CÂMARA: Poeta, jornalista, autor teatral de grande nomeada pertenceu à redação de “A República”, de Fortaleza onde publicou uma série de crônicas que o fizeram notado como escritor. Sócio fundador da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, da Academia Cearense de Letras etc. BIBLIOGRAFIA: Alvorada, Alma de Artista, etc. (Fortaleza CE, 3 de maio de 1881 — Fortaleza, CE, 11 de maio de 1922.) — (34, 46, 114, 194, 270.)


CASIMIRO CUNHA: Inspirado poeta, apenas pôde cursar a escola primária. Cegou completamente aos 16 anos de idade, e ainda bem jovem iniciou sua colaboração na imprensa vassourense. Soube, como espirita convicto, amar a Deus, os homens e a si mesmo. Do Centro Espírita “Bezerra de Menezes” foi um dos fundadores. Armando Gonçalves, em “Colar de Pérolas”, exalta-lhe o estro, dizendo logo adiante: “Seus trabalhos poéticos, primorosos na forma e no fundo, são verdadeiras gemas guardadas com muito amor pelos apreciadores da arte.” BIBLIOGRAFIA: a) do homem: Singelos, Aves Implumes, Perispíritos, etc.; b) do Espírito: Cartilha da Natureza, Gotas de Luz, Juca Lambisca, etc. (Vassouras, RJ, 14 de abril de 1880 Vassouras, RJ, 7 de novembro de 1914.) — (77, 119, 193, 225.)


CELESTE JAGUARIBE de Matos Faria: Cantora, musicista, compositora e poetisa de vastos recursos. Usava, por vezes, o pseudônimo de Stella Bomilcar. Catedrática de Teoria Musical na Escola Nacional de Música, fecunda foi a sua atividade de educadora. Andrade Muricy, referindo-se a ela, escreveu: “Toda a sua vida foi de arte e de enlevo sonhador.” Autora da letra e música de inúmeras peças musicais, entre cantos, canções, cantigas, etc. BIBLIOGRAFIA: Vibrações, obra póstuma, em versos. (Rio de Janeiro, GB, 30 de abril de 1873 — Rio de Janeiro, GB, 9 de setembro de 1938.) — (45, 111, 207, 269.)


CHIQUITO DE MORAIS — Nome por que era conhecido Francisco José de Morais Júnior. Poeta desde o berço, era, no dizer de Inocêncio Candelária, “romântico, afetivo e enamorado do Belo na personificação da mulher”. Diplomou-se cirurgião-dentista pela Escola de Farmácia e Odontologia de Pindamonhangaba, tornando-se, depois, bacharel em Ciências, Letras e Artes, pela Escola de Campinas. Deixou o poeta muitos poemas e sonetos, ternos, delicados, amorosos, reunidos por sua mãe no caderno a que deu o nome de Filigrana. (Santa Branca, SP, 1904 — Campinas, SP, 15 de julho de 1928). n — (28, 108, 168, 186.)


COLOMBINA (Yde Schloenbach Blumenschein): Poetisa e cronista de grande inspiração. Fez parte de seus estudos na Alemanha. Estudou piano e canto. Com o pseudônimo Colombina, aparecia frequentemente nas revistas de São Paulo e do Rio. Fundadora da Casa do Poeta, em 1948, na capital bandeirante. “Foi sempre uma poetisa do amor” — disse-o Fernando Góes (Jornal do Commercio, do Rio, de 24-3-1963), afirmando que seus versos “encontraram larga ressonância”. BIBLIOGRAFIA: Sândalo, Lampião de Gás, Versos em lá menor, Inverno em Flor, etc. (S. Paulo, SP, 26 de maio de 1882 — S. Paulo, SP, 14 de março de 1963.) — (70, 106, 158, 260.)


CORNÉLIO PIRES: Poeta popular por excelência, contista, humorista, jornalista e conferencista. Espírita convicto, apóstolo do bem. Foram muitas as publicações de S. Paulo e do Rio que receberam a sua colaboração. De sua obra se têm valido alguns escritores, como Amadeu Amaral e outros, para estudos folclóricos. Certos livros de Cornélio Pires têm numerosas edições. BIBLIOGRAFIA: O Monturo, Musa Caipira, Versos, Coisas d’Outro Mundo, etc. (Tietê, SP, 13 de julho de 1884 — S. Paulo, SP, 17 de fevereiro de 1958.) — (24, 104, 228.)


CRISTÓVÃO BARRETO: Poeta satírico. Exerceu o magistério e a advocacia. Como jornalista, atuou na capital e no interior do Estado bahiano, terminando seus dias na direção do “Jornal de Amargosa”. Estudioso da Arqueologia, revelou a existência de artefatos de nefrite na cidade de Amargosa. Sacramento Blake diz que Cristóvão Barreto era “um polemista de conhecimentos variados”. BIBLIOGRAFIA: Lendas e Prebendas. (Oliveira dos Campinhos, Munic. de Santo Amaro, BA, 23 de julho de 1836 — Amargosa, BA, 21 de maio de 1905.) — (4, 162.)


DA COSTA E SILVA, Antônio Francisco: Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife, foi o poeta da Saudade. Funcionário público do Ministério da Fazenda, aí ascendendo a altos cargos. Viveu, por quase dois lustros, em Belo Horizonte. Andrade Muricy exalta-lhe o estro em seu “Panorama do Mov. Símb. Bras.”, vol. III. BIBLIOGRAFIA: Sangue, Zodíaco, Pandora, Verhaeren, etc. (Amarante, PI, 28 de novembro de 1885 — Rio de Janeiro, GB, 29 de junho de 1950.) — (94, 120, 130, 172, 250.)


DELFINA BENIGNA DA CUNHA: Poetisa de talento, cegou aos vinte meses de idade. É dela “o primeiro livro de versos que se publicou em prelos rio-grandenses” (Guilhermino César, Hist, Lit. R.G.S., p. 95), sendo também a primeira figura literária de alguma importância surgida naquelas paragens. Sem a visão do mundo exterior, “volta-se sobretudo para dentro de si mesma, para o seu desamparo de mulher bela e inválida”. Daí a sua poesia achar-se impregnada de melancolia e tristeza, embora ressumbre bondade e ternura em seus versos. Cultivou vários gêneros literários: epístola, glosa, quadras, sonetos, etc. BIBLIOGRAFIA: Poesias Oferecidas às Senhoras Rio-Grandenses por sua patrícia…, Poesias Oferecidas às Senhoras Brasileiras, Coleção de Várias Poesias dedicadas à Imperatriz viúva. (Estância do Pontal, Munic. de S. José do Norte, RS, 17 de junho de 1791 — Rio de Janeiro, GB, 13 de abril de 1857). n — (238, 310.)


DERALDO dos Passos NEVILE: Exerceu o magistério secundário e o jornalismo, desencarnando como professor da Escola de Aprendizes Marinheiros, da Bahia. Mário Linhares, in Poetas Esquecidos, declara que Deraldo Neville, poeta lírico “de estro fecundo e brilhante”, distinguiu-se “pela delicadeza de ritmos espontâneos”, tendo ocupado uma posição de relevo na geração de seu tempo. BIBLIOGRAFIA: Revérberos, Musa Infantil (inédito). (Munic. de Macaúbas, BA, 4 de dezembro de 1889 — Salvador, BA, 12 de outubro de 1918). n — (25, 69, 227.)


EMÍLIO DE MENEZES: Poeta satírico, inesquecível na literatura nacional, uma das figuras mais populares nas plagas cariocas. Farmacêutico e jornalista. Colaborou em vários jornais e revistas. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1914, apenas algum tempo antes de desencarnar é que tomou posse, sem as formalidades exigidas pelo Regulamento oficial. Patrono da cadeira nº 26 da Academia Paranaense de Letras. BIBLIOGRAFIA: Poemas da Morte, Poesias, Últimas Rimas, Mortalhas, etc. (Curitiba, PR, 4 de julho de 1866 — Rio de Janeiro, GB, 6 de junho de 1918.) — (10, 90, 246, 288, 308.)


EUFRÁSIO DE ALMEIDA: Poeta distinto, fundou e dirigiu, com dois companheiros, a revista semanal “Via Látea”, de Maranguape, Ceará, na qual estampou seus primeiros versos, segundo Augusto Linhares. “Minava-o a mais desconsoladora e pungente descrença”, escreveu Dolor Barreira (Rev. do Inst. do Ceará, t. 63, p. 134 e segs.), acrescentando que “a musa da sátira, galhofeira e foliona, frequentava, por vezes, a poesia de Eufrásio de Almeida”. Epigramista. Não deixou livro publicado. (Inhamuns, perto de Tauá, CE, 2 de setembro de 1888 — Fortaleza, CE, 13 de maio de 1913.) — (76, 150, 182.)


EUGÊNIO Júlio SAVARD de Saint-Brisson: Poeta espontâneo, de funda emotividade, “em suas composições” — assinala Herculano Moreira de Barros — “cintila a inspiração, como diamante engastado”. Eugênio Savard foi talentoso cultor dos chamados versos sinfônicos. Compositor e musicista excelente. Acompanharam-no, durante a existência terrena, sofrimentos e desventuras. BIBLIOGRAFIA: Asas, Serenata, etc. (RJ, 13 de novembro de 1865 — Niterói, RJ, 1 de dezembro de 1899.) — (148, 226.)


EUGÊNIO RUBIÃO: Trovador de mérito. Foi na Academia Mineira de Letras o primeiro sucessor de Navantino Santos, fundador da cadeira nº 35. Informa Martins de Oliveira que o poeta pertencia a uma família de escritores, sendo pai de Murilo Rubião, igualmente homem de letras. BIBLIOGRAFIA: No Horto Suave da Legenda, Nos Caminhos do Evangelho e Trovas. (Silvestre Ferraz, MG, 14 de abril de 1887 — Belo Horizonte, MG, 1 de março de 1949.) — (112, 244, 256.)


FIDÉLIS ALVES: Poeta fluminense, radicou-se, a partir de 1901, no Paraná, aí constituindo família. Exerceu o cargo de tesoureiro da Prefeitura de Ponta Grossa. Segundo informam Rodrigo Júnior e A. Plaisant (Ant. Paran., p. 136), o poeta “nunca se dispôs a enfeixar em livro as suas rimas”. (São Fidélis, RJ, 29 de abril de 1881 — …) — (59, 143, 219.)


FÓCION CALDAS: Poeta e jornalista filho de David Moreira Caldas. Colaborou em quase todos os jornais que se publicaram ao seu tempo no Piauí e redigiu o “Oitenta e Nove” (2ª fase), “O Norte” “O Povo” etc. Exerceu o cargo de ajudante da Repartição de Obras Públicas, em Teresina. BIBLIOGRAFIA: Turris Davídica (versos) e Malícias (prosa), ambos inéditos. (Teresina PI, 30 de Janeiro de 1870 — Teresina, PI, 4 de dezembro de 1904.) n — (113, 255.)


FRANCISCO FERNANDES BASTO: Poeta parnaibano. Promotor público em Parnaíba e Manaus. Segundo João Pinheiro (Lit. Piauiense, p. 247), Francisco F. B. faleceu deixando inédito Trêmulos, pequeno volume de versos que, ora graciosos e despreocupados como na “Vingança” e ora atormentados e amargos como no “Desespero”, refletem, talvez, em singulares cambiantes, os vários prismas de sua acidentada existência. (Parnaíba, PI, 1879 — Remate de Males, AM, 1904.) — (198, 298.)


FRANCISCO OTAVIANO de Almeida Rosa: Poeta, jornalista, além de parlamentar e diplomata. Pelos jornais, revistas e coletâneas espalhou o que ia escrevendo. “Como poeta, sua produção foi escassa, mas de méritos indiscutíveis” — assim se pronunciou Edgard Cavalheiro (Pan. Poes. Brasil., II, p. 85), observando na página seguinte: “Sua poesia é toda ela subjetiva, de um lirismo queixoso e melancólico.” Bacharel em Direito pela Faculdade de São Paulo. Patrono da cadeira nº 13 da Academia Brasileira de Letras. Membro do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro. BIBLIOGRAFIA: Os Cantos de Selma, Traduções e Poesias, Poesias, etc. Xavier Pinheiro reuniu-lhe biografia e obras no volume — Francisco Otaviano, carioca ilustre nas letras, no jornalismo, na política, na tribuna e na diplomacia. (Rio de Janeiro, GB, 26 de junho de 1825 — Rio de Janeiro, GB, 28 de maio de 1889.) — (129, 195, 209, 305.)


GODOFREDO Mendes VIANA: Poeta, romancista, contista, jurisconsulto notável, tribuno de raras qualidades. Foi professor catedrático na antiga Faculdade de Direito de S. Luís. Deputado e senador, chegou a governar o Maranhão (1922-1926). Fundador, na Academia Maranhense de Letras, da poltrona patrocinada por Odorico Mendes. Escritor castiço, deu a público discursos, conferências e obras de Direito. BIBLIOGRAFIA: Timidez e Orgulho, Poemas Bárbaros, ambos de poesias, inéditos. S. Luís, MA, 14 de julho de 1878 n — Rio de Janeiro, GB, 12 de agosto de 1944.) — (29, 189, 251, 289.)


GOMES LEITE de Carvalho Júnior, Alberto: Poeta, apreciado prosador, jornalista. Com 15 anos veio para o Rio, onde se bacharelou na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, tendo sido o orador da turma. Colaborou em várias revistas e jornais da época. Pertenceu à Academia Fluminense de Letras, na cadeira que tem por patrono Luís Pistarini. Segundo Artur de Almeida Torres, Gomes Leite “se caracteriza por sentimento de suave lirismo, embora com acentuada preocupação filosófica”. Espírito afetivo e piedoso, faleceu vítima de atropelamento. BIBLIOGRAFIA: Cratera, Caravana dos Destinos, Póstuma, etc. (Resende, RJ, 1 de abril de 1897 — Rio de Janeiro, GB, 2 de março de 1923.) — (17, 99.)


HELVINO Pereira DE MORAIS: Criou-se em Taubaté, onde aprendeu as primeiras letras, dedicando-se desde cedo à literatura, de preferência à poesia satírica, conforme acentuou Inocêncio Candelária. Militou na imprensa, manteve polêmicas brilhantes com ilustres intelectuais. Diz o poeta e jornalista Irineu Garcia Santos que Helvino de Morais, com a verve de um Gregório de Matos, se insurgia contra tudo que denunciasse má-fé, maldade, egoísmo, e daí nem sempre ter sido ele festejado, a seu tempo. BIBLIOGRAFIA: Domínio do Terror, inédito, Domínio do Terror (II), etc. (Paraibuna, SP, 11 de julho de 1876 — Taubaté SP, 30 de setembro de 1930.) — (9, 91, 167, 235.)


HENRIQUE DE MACEDO: Poeta, cronista, orador, jornalista, tradutor, foi, conforme declara Inocêncio Candelária um “intelectual de larga projeção nos meios literários de São Paulo e do Brasil”. Médico pela Escola Homeopática do Rio de Janeiro, e pela Universidade de Filadélfia. Colaborou em vários jornais e revistas de São Paulo, alguns dos quais fundou. Com Afonso Schmidt, Gastão Costa, Quintino de Macedo e outros, fez parte da redação do quinzenário “O Cromo”. Membro da Academia de Ciências e Letras, de S. Paulo. Foi presidente da União Espírita Santo Agostinho, e durante a epidemia de gripe, de 1918, dirigiu ao lado de Militão Pacheco o hospital de emergência mantido por aquela Sociedade. Publicou em “Reformador” órgão da Federação Espírita Brasileira belas páginas em prosa. BIBLIOGRAFIA: Nova Primavera, Solidão (em versos inédita) Pátria Brasileira, prosa, etc. (Jacareí, SP, 29 de dezembro de 1880 — S. Paulo, SP, 21 de setembro de 1944.) — (290, 292.)


HILDO RANGEL: Poeta de grandes possibilidades. Segundo Antônio Carlos Machado (Colet. Poetas Sul-Riog., p. 313) Hildo Rangel “cultivou de preferencia e com rara felicidade o decassílabo” e deixou esparsos, na imprensa do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, dezenas de trabalhos poéticos admiráveis. BIBLIOGRAFIA: Jardim das Emoções, Musa Demente. (Porto Alegre, RS, 20 de junho de 1897 — Rio de Janeiro, GB, 2 de agosto de 1940.) — (57, 141.)


IRENE Ferreira de SOUSA PINTO: Poetisa de inspiração delicada, contista e romancista. Foi quem introduziu no “Correio Paulistano” as crônicas sociais. Colaboradora por muito tempo, da “Revista Feminina”, de S. Paulo. Estreou como poetisa, em 1917. Desencarnou, paralítica, depois de longa enfermidade. BIBLIOGRAFIA: Primeiro Voo, Gorjeios, etc. (Amparo, SP, 8 de abril de 1887 — Rio de Janeiro, GB, 21 de maio de 1944.) — (22, 102, 176, 180.)


ISMAEL Alves Pereira MARTINS: Poeta jornalista e polemista de renome. Sócio fundador do Centro de Letras do Paraná. Patrono na Academia Paranaense de Letras, da cadeira nº 34, Colaborou em vários periódicos literários de Curitiba. BIBLIOGRAFIA: Ciclos (póstuma, em versos) A Mocidade de Hoje, prosa, etc. (Campo Largo, PR, 27 de julho de 1876 — Curitiba, PR, 7 de dezembro de 1926.) — (71, 153.)


IVAN Santos de ALBUQUERQUE: Talentoso jovem poeta, espírita, filho do Sr. Romeu Vieira Albuquerque e da Profª. D. Laura Santos de Albuquerque. Estudou no Ginásio de Bebedouro (Est. de S. Paulo), concluindo o curso em 1936. Foi sanitarista no Centro de Saúde de Araçatuba e no Centro de Profilaxia da Malária em Porto Feliz e Sorocaba. Colaborou em vários jornais, como a “Comarca”, de Araçatuba, “A Alvorada”, de S. João da Boa Vista, “Nova Era”, de Franca. Deu a público folhetos evangélico-espíritas de excelente conteúdo. (Brotas, SP, 16 de Janeiro de 1918 — Pompeia, SP, 5 de abril de 1946.) — (87, 291.)


JÔNATAS BATISTA: Jornalista, poeta cintilante, dramaturgo e conferencista primoroso. Neto de David Caldas, seu patrono na Academia Piauiense de Letras. Membro efetivo e correspondente da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Redigiu vários periódicos, colaborando em numerosos outros do Piauí. Ocupou vários cargos públicos e, por fim, o de Secretário da Recebedoria de S. Paulo. Édison Cunha declara em sua obra Vozes Imortais que “o parnasiano vigoroso do Piauí sentia-se arrastado pelas ideias kardecianas” (p. 158). BIBLIOGRAFIA: Sincelos, Maio, Alma Sem Rumo…, etc. (Natal, Munic. de Teresina, PI, 18 de abril de 1885 — S. Paulo, SP, 15 de abril de 1935.) — (43, 127, 205.)


JOSÉ BARTOLOTA: Grande poeta mineiro, patrono da cadeira nº 24 da Academia Belo-Horizontina de Letras. No seu discurso de posse, na citada Academia (Rev. da Ac. Belo-Horiz. de Letras, vol. I, 1956), a poetisa Simphorosa Ferry de Oliveira enalteceu a personalidade e a obra de José Bartolota, dizendo ter sido ele dotado de sensibilidade profunda, ora em efusões de amor fraternal, ora em acentos de tristeza pelas misérias do mundo, ou de revolta contra o que lhe parecia injusto e cruel. Poeta do povo, viveu junto dele, embora pertencesse a abastada família da capital mineira. Encerrou em dois volumes a sua produção poética, um dos quais se intitulava — Ariel. Desencarnou quando cursava o 4º ano da Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais. (Belo Horizonte, MG, 24 de outubro de 1917 — …) — (68, 146, 224.)


JOSÉ de Abreu ALBANO: Poeta de linhagem clássica, sonetista primoroso e trovador de mérito. Professor e diplomata, andou por várias partes do Mundo. No dizer da Antologia Cearense, p. 254, “era um gênio atribulado pela obsessão do perfeito”, deísta e céptico ao mesmo tempo. BIBLIOGRAFIA: Rimas de José Albano, divididas em Redondilhas, Alegoria, Canção a Camões e Ode à Língua Portuguesa; Antologia Poética de José Albano; etc. (Fortaleza, CE, 12 de abril de 1882 — Montauban (Tarn-et-Garone), França, 11 de julho de 1923.) — (67, 161, 203, 229.)


JOSÉ NAVA: Poeta e prosador cearense pertenceu à “Padaria Espiritual” em cujo órgão literário, “O Pão”, assim como em outros jornais de Fortaleza, colaborou com poesias, artigos e traduções, usando frequentemente pseudônimos, entre eles o de Gil Navarra. Médico e farmacêutico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em Juiz de Fora onde passou a clinicar, foi Diretor de Higiene Municipal, Secretário da Sociedade de Medicina e Cirurgia e redator do seu Boletim, professor na Escola de Odontologia, etc. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, aí foi médico por concurso, da Diretoria de Saúde Pública e do Instituto Médico Legal. Não publicou livro de poesia. (Fortaleza, CE, 18 de setembro de 1876 — Rio de Janeiro, GB, 30 de julho de 1911.) — (105, 245, 283.)


JOVINO GUEDES: Poeta e prosador. Foi empregado do comércio em Fortaleza e lente de Português no Liceu da mesma cidade. Exonerado destas funções por motivos políticos mudou-se para Manaus, onde continuou a vida de guarda-livros. Sentindo-se enfermo dos pulmões, deixou o Estado do Amazonas retornando ao Ceará, onde faleceu a 26 de agosto de 1905. Jovino Guedes foi ainda deputado estadual no Ceará e sócio fundador da “Padaria Espiritual”. Colaborou no jornal “A Federação”, de Manaus. Deixou “Carta Aberta a Rodolfo Teófilo”. Todos os dados acima extraímo-los do Dic. Bio-Bibl. Bras., pelo Barão de Studart, II, p. 208. — (48, 126, 140, 218, 234.)


JUCA MUNIZ: Nome por que era conhecido José Martins Siqueira. “Poeta espontâneo, os seus versos são naturais como o cântico das cachoeiras.” Este comentário é de Inocêncio Candelária, de cuja obra Poetas do Norte de São Paulo, p. 131, extraímos os dados desta breve biografia. As Rádios Record e Cultura, de S. Paulo, apresentaram muitas das composições poéticas de Juca Muniz, especialmente as do gênero caipira. Sua produção é vasta. Viveu algum tempo em Salesópolis, SP, onde desencarnou. Nasceu no Bairro do Paraíba, Munic. de Santa Branca, SP, a 20 de março de 1889. — (73, 252.)


JULINDA ALVIM: Forma entre as poetisas mineiras que, segundo Martins de Oliveira, conseguiram renome nacional, notabilizando-se pelas suas produções. Cândida de Brito (Ant. Feminina, p. 94) declara que a arte de Julinda Alvim é “despida de roupagens requintadas. Entretanto, nos seus versos de encantadora simplicidade, sente-se a exuberância de um temperamento artístico.” Na “Gazeta Comercial”, de Juiz de Fora, o cronista literário Brito Machado escreveu: “Ao lado de Gilka, Francisca Júlia, Áurea Pires, Ibrantina Cardona, Maria Higina, Rosalina Coelho Lisboa e outras que formam como que uma constelação no firmamento da nossa Poesia — a senhora Julinda Alvim brilha com distinção, pois sua musa, pura como orvalho do céu no cálice de uma flor, vive, quase que exclusivamente, de uma seiva luminosa: o panteísmo.” BIBLIOGRAFIA: Saudades. — (187, 273.)


JUVENAL GALENO da Costa e Silva: Considerado um dos maiores poetas populares do Brasil, “intérprete da alma do seu povo, no que este possui de mais primário e espontâneo”, segundo as palavras de Edgard Cavalheiro. Membro fundador do Instituto Histórico do Ceará e Diretor da Biblioteca Pública do Ceará. Colaborou em diversas publicações, inclusive no “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira, no qual traduziu em excelentes páginas poéticas (“As Visões”, “Viagem à Bíblia”, “Reminiscências”, “O Mundo”, “Da Terra ao Céu”, etc.) a sua crença consciente nas verdades espíritas. Desde que cegou, aos 70 anos de idade, sua filha Henriqueta Galeno tornou-se-lhe dedicadíssima secretária, fundando a famosa “Casa de Juvenal Galeno” . BIBLIOGRAFIA: Prelúdios Poéticos, Lendas e Canções Populares, Lira Cearense, etc. (Fortaleza, CE, 27 de setembro de 1836 — Fortaleza, CE, 7 de março de 1931. n — (21, 109, 179.)


LAURO PINHEIRO: Poeta piauiense, deixou várias composições espalhadas nos jornais em que colaborava, entre eles a “Pátria”, a “República”, o “Brasil”, etc. Diretor do Ginásio Murtinhense, advogado e promotor público em Corumbá, desencarnou quando ainda cursava o quarto ano de Direito. Colhemos estes poucos dados na Lit. Piauiense de João Pinheiro, p. 251. (Teresina, PI, 1882 — Porto Murtinho, MT, 1919.) — (11, 93, 169, 303.)


LEÔNCIO CORREIA: Jornalista, poeta, teatrólogo, contista e professor. Foi diretor da Imprensa Nacional, da Escola Normal (Instituto de Educação) do Rio de Janeiro e da Instrução Pública no ex-Distrito Federal. Redator do “Jornal do Commercio” do Rio. Pertenceu às Academias Carioca, Paranaense e Petropolitana de Letras, assim como a diversas outras instituições culturais do País. Deputado federal e estadual. Foi presidente da Liga Espírita do Brasil (atual Liga Espírita do Estado da Guanabara). BIBLIOGRAFIA: Em Derredor da Vida, Flores Agrestes, Volatas, Litanias, etc. Em comemoração do 1º Centenário do Paraná, o Governo publicou-lhe as “Obras Completas”, 10 volumes. (Paranaguá, PR, 1 de setembro de 1865 — Rio de Janeiro, GB, 19 de junho de 1950.) — (75, 155.)


LINDOLFO Eduardo GOMES: Poeta, folclorista, romancista, teatrólogo, filólogo, dedicou-se também ao gênero didático. Redigiu vários jornais mineiros. Foi Inspetor Técnico do Ensino, Lente de Português na Escola Normal de Juiz de Fora. Membro das Academias Mineira e Carioca de Letras, da Academia Brasileira de Filologia, da Sociedade Brasileira de Folclore, da Federação das Academias de Letras do Brasil e de várias outras instituições culturais. BIBLIOGRAFIA: Luto Lusitano, Filha Morta, 45 sonetos (na 1ª ed., 25), etc. (Guaratinguetá, SP, 12 de março de 1875 — Rio de Janeiro, GB, 15 de maio de 1953.) — (97, 173, 241, 287.)


LÍVIO BARRETO: Poeta “por uma violenta impulsão do seu organismo”, segundo as palavras de Waldemiro Cavalcanti, foi Lívio Barreto um dos mais inspirados de quantos nasceram no Ceará. Fundador e componente dos mais brilhantes da famosa “Padaria Espiritual”, em cujo órgão “O Pão” colaborou. Patrono, na Academia Cearense de Letras, da cadeira nº 24. BIBLIOGRAFIA: Dolentes. (Distrito de Ibuaçu, Munic. de Granja, CE, 18 de fevereiro de 1870 — Camocim, CE, 29 de setembro de 1895.) — (7, 89, 163.)


LOBO DA COSTA, Francisco: Embora tenha escrito um romance e alguns dramas, foi sobretudo poeta, e de felicíssima inspiração. Cultivou com frequência — di-lo Guilhermino César — “o gosto do poema longo, o lirismo amoroso e a sátira rimada”. Ingressou no jornalismo aos 16 anos, colaborando em todas as publicações importantes de sua terra natal. Patrono nas Academias Riograndense de Letras e Sul-Riograndense de Letras. BIBLIOGRAFIA: Lucubrações, Mariposas, Rosas Pálidas, Auras do Sul, etc. (Pelotas, RS, 12 de julho de 1853 — Pelotas, RS, 19 de junho de 1888.) n — (53, 137, 215, 277.)


LOPES de Abreu Lage FILHO, João: Talentoso poeta decadista do Ceará, pertenceu ao “Centro Literário” e à “Padaria Espiritual”. Em “O Pão”, folha da última sociedade, estampou vários sonetos e trovas. Obra poética elogiada por Raimundo Correia, Clóvis Beviláqua e Araripe Júnior. Traduziu quase todo o Baudelaire. Necrologiando-o a 20-7-1900, “A República” jornal de Fortaleza em que Lopes Filho colaborou, disse, entre outras coisas: “Sofria satisfeito as maiores injustiças, sem modificar o rictus do rosto e a expressão do olhar, como quem estava seguro de justiça superior, fora do mundo.” BIBLIOGRAFIA: Fantos, Procelas. (Fortaleza, CE, 7 de abril de 1868 — Fortaleza, CE, 19 de julho de 1900.) — (63, 147, 223, 281.)


LUCÍDIO FREITAS: Poeta, jornalista, jurista, professor e magistrado. Lente substituto, por concurso, da cadeira de Processo da Academia de Direito do Pará. Poeta com tendência para os temas filosóficos, foi o principal fundador da Academia Piauiense de Letras, ocupando a cadeira nº 9. Peregrino Júnior elogia-lhe sobremaneira a obra em versos, acentuando: “Outros poetas entre nós terão sido mais perfeitos, ou talvez maiores. Nenhum foi tão poeta como ele.” Em Homens que iluminam, p. 57, Castelo Branco igualmente enaltece a “grande, fecunda e movimentada inteligência moça” do Piauí. BIBLIOGRAFIA: Alexandrinos, com Alcides Freitas, Vida Obscura, Minha Terra, etc. (Teresina, PI, 5 de abril de 1894 — Teresina, PI, 14 de maio de 1921.) n — (37, 121, 201, 263, 295.)


LUÍS Joaquim DE OLIVEIRA: Poeta, prosador, e teatrólogo com várias peças encenadas. Filho do próprio esforço, veio para Juiz de Fora, e aí se fez jornalista e professor. Foi um dos fundadores da Academia Mineira de Letras, ocupando a cadeira nº 30. Espírita valoroso na fé e na ação, dirigiu por muitos anos o Asilo “Deus, Cristo e Caridade” de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Em sua Hist. da Literat. Mineira, Martins de Oliveira disse da simplicidade e da modéstia do poeta. É farta a colaboração de Luís de Oliveira, quer em prosa, quer em verso, nas páginas do “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira. BIBLIOGRAFIA: Sertanejas, Sonhos e Visões, Clamores, Livro d’Alma, os folhetos Folhas do Natal (de parceria com sua esposa, Ipomeia de Oliveira) e Folhas Cristãs, etc. (Sapucaia, RJ, 25 de agosto de 1874 — Cachoeiro de Itapemirim, ES, 28 de julho de 1960.) n — (151.)


LUÍS Norton Barreto MURAT: Poeta jornalista filósofo político. Formado pela Faculdade de Direito de São Paulo. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras cuja cadeira nº 1 ocupou. Conforme se pode ler no seu admirável comentário à obra “Solitudes”, de A. J. Pereira da Silva (in “Beatitudes”, de A. J. Pereira da Silva pp. 171-230), Luís Murat cria firmemente na evolução do Espírito, na reencarnação e na cooperação da Esfera invisível com a Esfera visível. Sua poesia — di-lo Ronald de Carvalho — “apresenta de par com algumas notas profundas certas obscuridades talvez intencionais certas meias-tintas de um espiritualismo transcendente”. BIBLIOGRAFIA: Quatro Poemas, Ondas (3 volumes), Poesias, Ritmos e Ideias, etc. (Itaguaí, RJ, 4 de maio de 1861, Rio de Janeiro, GB, 3 de julho de 1929.) — (154, 214.)


LUÍS PISTARINI: “Poeta, mereceu sempre dos deuses a graça da mais pura e sublime inspiração” — assim se pronunciou Edgard Rezende. Aos 11 anos de idade, Luís Pistarini já compunha seus primeiros versos. Há muitas colaborações suas no célebre semanário humorístico — “Tagarela”, que se publicava no Rio. Patrono na Academia Fluminense de Letras da cadeira criada por Gomes Leite. Diz Artur de Almeida Torres que a vida de Luís Pistarini “foi uma sucessão de lutas de sofrimentos, de tristeza”, mas que “a dor o fez grande poeta”. BIBLIOGRAFIA: Bandolim, Sombrinhas e Postais, Agonias e Ressurreições (póstumo), etc. (Resende, RJ, 25 de junho de 1877 — Resende, RJ, Fevereiro de 1918.) n — (117, 133, 197, 301.)


LULU PAROLA: Pseudônimo literário de Aloísio Lopes Pereira de Carvalho. Poeta humorista e popular, político e jornalista. Co-proprietário e diretor do “Jornal de Notícias”, de Salvador, aí manteve durante 28 anos a sua seção diária de versos. Ocupou na Academia de Letras da Bahia, como um dos fundadores, a cadeira de que é patrono Gregório de Matos Guerra. BIBLIOGRAFIA: Cantando e Rindo, 1ª e 2ª séries, etc. (Salvador, BA, 27 de março de 1866 — Salvador, BA, 2 de fevereiro de 1942. — (56, 307.)


MACIEL MONTEIRO, Antônio Peregrino: Considerado o nosso Félix d’Arvers por Edgard Cavalheiro, por ter sobrevivido tão somente por um soneto que ficou célebre. Poeta inspirado, foi também destacada figura de político, orador parlamentar de excelentes recursos e diplomata. Doutor em Medicina pela Universidade de Paris, fundou e presidiu a Sociedade de Medicina Pernambucana. Pertenceu a várias entidades literárias e científicas. Patrono da cadeira de Joaquim Nabuco na Academia Brasileira de Letras. A seu respeito, disse Joaquim Manuel de Macedo: “…ele poetava como pronunciava discursos, improvisando sempre.” BIBLIOGRAFIA: Poesias (póstuma). (Recife, PE, 30 de abril de 1804 — Lisboa, Portugal, 5 de janeiro de 1868.) — (30, 110, 188, 264.)


MARCELO GAMA: Nome literário de Possidônio Cezimbra Machado. Poeta, jornalista, conferencista e teatrólogo. “Integralmente poeta” — escreve Andrade Muricy, “queria viver no sonho e no mundo da poesia.” Como jornalista, exerceu essa profissão no Rio Grande do Sul e, depois, no Rio de Janeiro, onde sofreu um acidente mortal. Para Luís Correia de Melo, Marcelo Gama foi “um artista munificente do verso”. BIBLIOGRAFIA: Noite de Insônia, Avatar, Via Sacra, Via Sacra e Outros Poemas, onde se reuniu toda a sua produção. (Mostardas, Munic. de São José do Norte, RS, 3 de março de 1878 — Rio de Janeiro, GB, 7 de março de 1915.) — (2, 32.)


MARIA CELESTE: Entidade espiritual de delicada sensibilidade poética, e que foi, na Terra, mãe extremosíssima. BIBLIOGRAFIA (da Autora espiritual): De Coração para Coração, pelo médium Waldo Vieira. — (36, 116, 210, 268.)


MÁRIO DE AZEVEDO: Jornalista e poeta. Na seção “Livros Novos” de A Gazeta, de S. Paulo, o crítico João S. Paulo assim se referiu a Mário Azevedo: “É poeta na mais rigorosa expressão do termo.” Da carta-prefácio (6-1-1920) ao livro “Vigílias” de Mário Azevedo, destacamos esta afirmativa de Amadeu Amaral, acerca do poeta: “O seu talento reluz a cada estrofe.” BIBLIOGRAFIA: Vigílias. (S. Gonçalo de Sapucaí, MG, 31 de julho de 1894 — São Paulo, SP, 27 de julho de 1935.) — (103, 149, 159.)


MARTINS COELHO Antônio: Foi, em sua mocidade, exímio alfaiate. Mais tarde diplomou-se em professor normalista acabando por bacharelar-se na Faculdade de Direito de S. Paulo. “Seu nome” — escreve Inocêncio Candelária (Poetas do Norte de S. Paulo, p. 29) — “está ligado a todos os jornais e publicações de sua cidade, pelas suas constantes colaborações.” Redator-chefe de “O Liberal” e da “Gazeta de Mogi”, ambos de Mogi das Cruzes. Sua obra poética, dispersa, não foi enfeixada em livro. (Mogi das Cruzes, SP, 17 de junho de 1867 — Desencarnou em 9 de novembro de 1946.) n — (12, 20, 100, 178.)


MEIMEI: Pseudônimo usado por Irma de Castro Rocha em suas notáveis e comovedoras páginas transmitidas do Além. Não deixou trabalhos publicados, quando encarnada. Era uma jovem senhora extremamente admirada por sua grandeza de alma e fina sensibilidade poética. (Pará de Minas, MG, 22 de outubro de 1922 — Belo Horizonte, MG, 1 de outubro de 1946.) — (51, 135, 213, 275.)


MÍLTON Cezimbra da CRUZ: Fundador da revista “Lotus” em S. Paulo, onde se formou em Direito. Colaborou no “Petit-Journal”, de Porto Alegre, na “Ilustração Pelotense” e no “Escrínio”, segundo Antônio Carlos Machado. BIBLIOGRAFIA: Hinário, O Brasil e os Estados, Gaúchos etc. (Cachoeira, RS, 27 de fevereiro de 1880 — Bagé, RS, 21 de dezembro de 1929.) — (221, 259.)


MOISÉS EULÁLIO: Distinto poeta piauiense promotor público e advogado na cidade piauiense de Campo Maior, onde nasceu a 1871, ali desencarnando em 1931. Não conseguimos maiores dados biográficos. — (200, 296.)


OSCAR BATISTA: Segundo Luiz Otávio (Meus Irmãos…, p. 243), Oscar Batista residiu e trabalhou em S. Fidélis e Cambuci no Estado do Rio. Na última cidade foi prefeito. Filho de João Batista da Silva e Rita Barroso da Silva. (S. João Nepomuceno, MG, 10 de outubro de 1873 — Desencarnado em 1951.) — (62, 208, 276.)


PLÍNIO PEREIRA RIBEIRO: Poeta paulista e médium espírita, deixou-se influir pelos árabes, segundo diz Clóvis Ramos (Ant. Poetas Espíritas, pp. 12-13). Era farmacêutico. Prefaciando-lhe a obra “Meu Casebre”, Marina Tricânico disse a certa altura: “O poeta é um contemplador da vida.” BIBLIOGRAFIA: Meu Casebre, Luz de Querosene, Bateia de Ilusões, Penumbra e Meditação, etc., além da obra em prosa, por ele psicografada — Vida, Caminho e Diretriz. (Itatinga, SP, 3 de setembro de 1900 — S. Paulo, SP, 3 de outubro de 1958.) — (64, 134, 192.)


RAIMUNDO DE AREIA LEÃO: Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia, onde, segundo João Pinheiro (Lit. Piauiense, p. 68), “deixou as mais eloquentes provas de uma inteligência pouco vulgar”. Primeiro Vice-Presidente da Província do Piauí, em cujo caráter assumiu, temporariamente, a presidência a 15-9-1885. Foi um dos redatores da “Época”, em 1880, e publicou Febres Palustres das Regiões Tropicais, deixando inédito Infantilidade, pequeno volume de poesias belíssimas em que — conforme escreveu João Pinheiro — “transparecem, quase sem intercadência, certos rebuscamentos estéticos, rara avis naquele tempo”. (Alto Longá, PI, 1846 — Rio de Janeiro, GB, 1904.) — (304.)


RAUL Paranhos PEDERNEIRAS: Poeta, jornalista, caricaturista, cronista, teatrólogo, fino humorista, jurista. Professor da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro durante 47 anos, e da Escola Nacional de Belas Artes. Integrou a Academia Carioca de Letras e outras agremiações literárias e científicas de alto gabarito. Conselheiro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e presidente da Associação Brasileira de Imprensa, sendo de ambas um dos fundadores. Redator da “Revista da Semana”, de “O Paiz” e do “Jornal do Brasil”. BIBLIOGRAFIA: Com Licença…, Versos, Musa Travessa, Idílio, etc. (Rio de Janeiro, GB, 15 de agosto de 1874 — Rio de Janeiro, GB, 11 de maio de 1953.) — (15, 175.)


REGUEIRA COSTA, João Batista: Distinguiu-se nas letras como tradutor e epigramista. Contemporâneo de Castro Alves, de quem foi amigo. Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife. Foi inspetor da Instrução Pública e membro efetivo do Conselho de Instrução. Por mais de 40 anos prestou assinalados serviços no Instituto Arqueológico Pernambucano. Pertenceu, ainda, ao Instituto do Ceará, à Sociedade de Geografia do Rio, etc. Foi um dos fundadores da Academia Pernambucana de Letras. São muitas as suas produções, quer literárias, quer científicas. BIBLIOGRAFIA: Flores Transplantadas, Ilíada Pernambucana, Nova Seleta Clássica, etc. (PE, 24 de junho de 1845 — PE, 2 de junho de 1915.) n — (261, 311.)


RICARDO JÚNIOR, Manuel: “Amante das letras e do verso, foi quem dirigiu os primeiros passos de seu sobrinho Cassiano Ricardo, o notável poeta de Martim Cererê” assim o diz Inocêncio Candelária, op. cit., p. 145. Espírito alegre e bom, tornou-se bastante popular e estimado em todo o norte do Estado bandeirante. Sua produção poética é grande, dispersa em jornais, revistas e cadernos particulares. “Sua inspiração” — segundo ainda In. Candelária — “era fácil, fecunda, repleta de elevada sentimentalidade.” Farmacêutico em sua terra natal. BIBLIOGRAFIA: A Lira do Capadócio. (S. José dos Campos, SP, 3 de maio de 1854 — S. José dos Campos, SP, 4 de dezembro de 1943.) — (55, 165.)


RITA BARÉM DE MELO: Talentosa poetisa, de fina sensibilidade, publicou seus primeiros versos aos 16 anos, sob o pseudônimo de Juriti. “É uma voz suave e pura; ninguém a excedeu até ao aparecimento de Lobo da Costa, em doçura, musicalidade e emoção” — disse Guilhermino César (Hist. da Lit. do R.G.S. p. 158), acrescentando mais adiante: “Os temas de Rita Barém de Melo foram os mais simples — o amor bem infeliz, já se vê a maternidade, a morte.” BIBLIOGRAFIA: Sorrisos e Prantos (póstumo). n (Porto Alegre, RS, 30 de abril de 1840 — Rio Grande, 27 de fevereiro de 1868.) — (31, 85, 191, 299.)


ROBERTO José CORREIA: Poeta épico lírico epigramista, contista, educador, pertenceu à Academia de Letras da Bahia e foi uma das figuras destacadas da “Nova Cruzada”, famoso grêmio literário de Salvador. Na juventude, trabalhou como tipógrafo. Diplomou-se aluno-mestre, em 1898, passando a lecionar até a sua desencarnação. Simples, espontâneo e humano, é Roberto Correia “o poeta do povo”, segundo C. Chiacchio, que o considerava ainda como “um dos maiores poetas da Bahia desses derradeiros tempos”. BIBLIOGRAFIA: Epigramas, Partituras, Folhas, Histórias da Boa Terra, etc. (Salvador, BA, 10 de maio de 1876 — Salvador, BA, 24 de dezembro de 1941.) — (8, 88, 166.)


RODRIGUES DE CARVALHO, José: Poeta e jurista, professor e político, humorista e homem de imprensa, foi ativa a sua atuação em todos esses setores. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, e do Arqueológico de Pernambuco. Membro da Academia Cearense de Letras. Escreve Guimarães Barreto (Excursão pelo Reino…, p. 95) que R. de Carvalho, “em arroubos de menestrel, esquecia a vasta cultura jurídica de que era possuidor e se punha a burilar joias de subido e real valor”, como são as suas trovas. Para Mário Linhares, R. de Carvalho “foi o poeta original pelo sentimento e pela filosofia da vida palpitante em seus versos”. BIBLIOGRAFIA: Prismas, Poemas de maio, Cancioneiro do Norte, etc. (Alagoinha, Munic. de Guarabira, PB, 18 de dezembro de 1867 — Recife, PE, 20 de dezembro de 1936.) — (79, 231.)


RUBENS DE SÁ — (3, 61, 145.)


SABINO BATISTA, Manuel: Poeta e jornalista, colaborou nos jornais do Pará e do Ceará. Muito jovem ainda, seguiu o poeta paraibano para o Ceará, onde foi amanuense da Secretaria do Interior, sendo posteriormente promovido a 2º oficial da mesma Repartição. Participou da fundação do célebre grêmio literário “Padaria Espiritual”, de cujo órgão “O Pão” foi gerente e colaborador. BIBLIOGRAFIA: Flocos e Vagas. (Vila Teixeira, PB, 30 de dezembro de 1869 — Fortaleza, CE, 16 de agosto de 1899.) — (16, 38, 60, 96, 174.)


SEBASTIÃO RIOS: Professor de Matemática no Liceu de Goiás, onde fez o curso secundário. Seguindo depois para o Rio de Janeiro, aí se formou em Direito. “É notável” — assinala Veiga Netto em sua Ant. Goiana, I, p. 235 — “pela sua musa triste e ansiosa de perfeição.” Não deixou livro, achando-se suas produções poéticas, máxime sonetos, esparsas pelos jornais em que ativamente colaborava. Segundo Gastão de Deus (apud Gilberto Mendonça Teles, A Poes. em Goiás, p. 105), Sebastião Rios “deve ser classificado como um bissexto de seu tempo”. (Goiás, GO, 23 de janeiro de 1878 — Rio de Janeiro, GB, 6 de março de 1929.) — (92, 122, 248, 302.)


SOARES BULCÃO, José Pedro: Poeta genuíno, jornalista de grandes recursos, polemista incontido e o mais autorizado genealogista do Ceará. “As suas produções líricas” — di-lo a Ant. Cearense, — “muito bem limadas, encerram o espírito de acrisolado sentimentalismo e de invencível melancolia, que a morte da esposa inspirou e quase exacerbou.” Membro do Centro Literário, do Instituto do Ceará e da Academia Cearense de Letras (2ª fase). BIBLIOGRAFIA: Parêmias, Póstumos, Helianto (inédito), etc. (Uruburetama (antiga Vila S. João do Arraial ou S. João de Uruburetama), CE, 13 de maio de 1873 — Fortaleza, CE, 17 de julho de 1942.) — (1, 83, 157, 233.)


SOUZA LOBO, José Carlos de: Poeta, jornalista, romancista, era filho do professor e escritor José Teodoro de Souza Lobo. Colaborou no “Jornal do Comércio”, no “O Dia” e no “Correio do Povo”, todos de Porto Alegre. Do último foi redator até a desencarnação. Tomou assento na cadeira nº 5 da Academia Riograndense de Letras. Patrono na Academia Sul-Riograndense de Letras. Usava o pseudônimo de João Crisóstomo. BIBLIOGRAFIA: Meu Coração, Decassílabos do Amor (inédito) Estricnina, romance, em colaboração com Mário Totta e José Paulino de Azurenha, etc. (Porto Alegre, RS, 11 de outubro de 1875 — Porto Alegre, RS, 18 de outubro de 1935.) — (237, 253, 271, 309.)


TARGÉLIA BARRETO de Menezes: Filha do grande poeta sergipano Tobias Barreto de Menezes, nasceu no Recife, PE, em 1882. Desencarnou em 1909, sem deixar livro publicado. A esses dados, fornecidos por Oliveira e Silva em sua Colet. de Poetas Pernambucanos, p. 78, podemos acrescentar que a primorosa sonetista inscreveu seus versos em algumas publicações recifenses, inclusive no “Almanaque Literário Pernambucano”. — (13, 95, 171, 239.)


TELES DE MEIRELES: Nome literário de Antônio Peres Júnior. Poeta e jornalista muito conceituado, dirigiu o célebre semanário humorístico — “Tagarela”, que marcou época na imprensa do Rio de Janeiro. Colaborou em vários periódicos, entre eles a revista “Folha Azul”, frequentada por literatos de renome. BIBLIOGRAFIA: Credos, Líricas e Humorísticas (inédito). (Rio de Janeiro, GB, Julho de 1867 — Rio de Janeiro, GB, 1943.) — (66, 136, 212.)


TEOTÔNIO FREIRE, Manuel: Jornalista, romancista, crítico, teatrólogo e poeta. Primeiro ocupante da cadeira nº 19 da Academia Pernambucana de Letras. Sócio do Liceu de Artes e Ofícios do Ceará e do Ateneu Pernambucano Musical. Colaborou em muitos jornais e revistas de Pernambuco. BIBLIOGRAFIA: Ritornelos Líricos, em colaboração com França Pereira, Lavas, Stelos, Bronze de Corinto, etc. (Recife, PE, 6 de outubro de 1863 — Recife, PE, 1917.) — (58, 128, 206.)


TONINHO BITTENCOURT (Antônio Bittencourt): Jornalista e poeta. Trovador de vastos recursos. Não chegou a concluir o curso primário. Autodidata, dotado de prodigiosa inteligência, foi bancário. Na Academia Varginhense de Letras é patrono da cadeira nº 3, fundada pelo poeta e jornalista Edgard de Britto. BIBLIOGRAFIA: Rosas do Ermo, Manual de Trovas, e vários inéditos. (Varginha, MG, 14 de outubro de 1924 — Belo Horizonte, MG, 31 de julho de 1954.) — (82, 160, 240, 300.)


ULISSES BEZERRA: Bem jovem ainda, viu os pais desencarnarem no sertão cearense assolado pela seca, acompanhando, então, os irmãos rumo a Fortaleza. Só aos 20 anos pôde adquirir alguns conhecimentos da língua vernácula, tornando-se, desde logo, ávido leitor de tudo quanto lhe caía às mãos. Em 1887 estreou na imprensa do Ceará, e foram diversos os periódicos que receberam a sua colaboração. Sócio fundador da “Padaria Espiritual”, em cujo órgão publicou belas poesias, às vezes sob o criptônimo de Frivolino Catavento. Sócio honorário da “Mina Literária”, do Pará, e de outras sociedades literárias. (Arneiroz (Inhamuns), CE, 6 de dezembro de 1865 — …) — (47, 115, 257.)


VIDA: Pseudônimo de Maria Augusta dos Santos Giuvice, filha de Normando Coelho dos Santos e Ana Augusta dos Santos Viana. Talentosa poetisa, que muito prometia, desencarnou bem jovem, deixando uma filhinha com cerca de dois anos. Colaborou em “O Malho”, revista que fez época no Rio de Janeiro. Nasceu em Itajubá, MG, em 1889, desencarnando a 1 de agosto de 1910. — (14, 44.)


VIRGÍLIO BRANDÃO: Trovador emérito, de “inspiração espontânea e feliz”, filiado, segundo Dolor Barreira (Hist. da Lit. Cear.), “à corrente popular que fez de Juvenal Galeno a sua melhor expressão”. Deixou valiosas produções em muitas revistas literárias de Fortaleza. BIBLIOGRAFIA: Líricas, Redondilhas, etc. (Fortaleza, CE, 10 de junho de 1885 — Fortaleza, CE, 12 de abril de 1943.) — (5, 41, 125, 184, 216, 267.)


VIVITA CARTIER: Segundo Antônio Carlos Machado (Col. Poetas Sul-Riog., p. 277), Vivita Cartier “era um belo e alto temperamento de artista”, acrescentando: “Os seus versos recomendavam-se especialmente pela espontaneidade e singeleza.” Esta “cultora delicada do verso”, na expressão de Luís Correia de Melo, desencarnou em plena mocidade. (Porto Alegre, RS, 12 de abril de 1893 — Vila de Criúva, Munic. de S. Francisco de Paula, RS, 21 de março de 1919.) n — (26, 72, 124, 142.)




XAVIER DE CASTRO, Augusto: Poeta e jornalista, colaborou em vários órgãos da imprensa cearense. Segundo Augusto Linhares (Ant. Poetas Cear., p. 23), o humorismo marcou os versos de Xavier de Castro de fina originalidade, tornando-o ímpar nas letras cearenses. Membro do Clube Literário de Fortaleza e da “Padaria Espiritual”. “Foi do grupo dos Padeiros o poeta de mais singela e familiar inspiração” — afirmou Mário Linhares em sua Hist. Lit. do Ceará. “O Pão”, órgão da Padaria Espiritual, consagrou seu número de 30 de maio de 1895 à memória de Xavier de Castro, salientando ser o extinto queridíssimo em todas as classes da sociedade cearense. BIBLIOGRAFIA: Cromos. (Fortaleza, CE, 30 de Janeiro de 1858 — Fortaleza, CE, 30 de abril de 1895.) — (19, 101, 177.)


FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER: Sua mediunidade, manifestada desde os cinco anos de idade, só se desenvolveu no correr de 1931. Tornou-se conhecido do público com o aparecimento do livro “Parnaso de Além-Túmulo”, em 1932. Desse grande tarefeiro da Doutrina Espírita, no campo da mediunidade, já se deu a público para mais de 80 obras, várias delas em parceria com o médium Waldo Vieira. (Pedro Leopoldo, MG, 2 de abril de 1910.)


WALDO VIEIRA: Médium espírita desde a infância, formou-se em Odontologia e, posteriormente, em Medicina. Exerce clínica médica exclusivamente gratuita. Mais de 18 obras já psicografou até o presente momento, algumas de parceria com o médium Francisco Cândido Xavier. (Monte Carmelo, MG, 12 de abril de 1932.)




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Elias Barbosa



[1] Há muita divergência entre os biógrafos, quanto ao ano do nascimento. Simões dos Reis regista 1863; Alarico Silveira 1864; Velho Sobrinho 1864; João Pinheiro, 1863 e 1868; Enciclopédia Jackson, 1864; Mário R. Martins, 1862. Dia e mês são desconhecidos, inclusive pelos próprios descendentes.


[2] Se há divergência quanto ao ano de nascimento, não temos dúvida alguma sobre a data de desencarnação.


[3] Há, quanto à data de nascimento divergência entre os biógrafos. Múcio Teixeira põe a 24-10-1844; Fábio Luz, a 26-10-1846; Souza Bastos a 24-10-1846; Domingos Carvalho da Silva Oliveira Ribeiro Neto e Péricles Eugênio da Silva Ramos, a 24-10-1844. E assim por diante…


[4] O “Diário do Povo”, de Campinas, de 17-7-1928, não deixa dúvida quanto ao dia 15 e informa haver o poeta desencarnado com 28 anos de idade, e não 24, como registou Inocêncio Candelária.


[5] Rio de Janeiro, é como regista Guilhermino César. Antônio Carlos Machado e João Pinto da Silva dão a cidade de Rio Grande, RS, como o local de desencarnação.


[6] Mário R. Martins (A Ev. Lit. Bras., p. 137) põe o poeta nascido em Lençóis, BA, e no ano de 1890.


[7] João Pinheiro regista apenas o ano de nascimento: 1869. A data que reproduzimos é de Mário R. Martins e Félis Aires. [Obs. A biobibliografia de FÓCION CALDAS encontra-se fora da ordem alfabética, à página 149 do livro impresso.]


[8] Junho, segundo Luiz Otávio, in “Meus Irmãos…, p. 233.


[9] É a data certa de falecimento. Veja-se o “Correio do Ceará”, Fortaleza, em 9-3-1931.


[10] É a data certa. Veja-se o “Correio Mercantil”, de Pelotas, em 20 de junho de 1888.


[11] Na obra do autor, “Vida Obscura”, há um retrato dele com esta data de nascimento: 5-Abril-1891.


[12] Veja-se a “Rev. da Academia Min. de Letras”, volume XX, p. 210, in Luís de Oliveira.


[13] Junho é como coloca S. Blake e Armando Gonçalves. E. Rezende e A. Almeida Torres escrevem — Julho.


[14] Junho é como regista Luís Correia de Melo no seu Dic. de Aut. Paul. p. 155, ao passo que Inocêncio Candelária (op. cit., p. 29) coloca maio.


[15] Junho, é como regista a Rev. do Inst. do Ceará, tomo XXIX, p. 397.


[16] Afirma Guilhermino César (op. Cit., nota 174) não ser verdade que Rita B. de Melo deixou livro com o título “Lira dos 15 anos”.


[17] Em vez de Munic. de S. Francisco de Paula, Antônio C. Machado regista: Munic. de Caxias.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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