1 D. Maria Rita era médium de incorporação.
Embora os achaques constantes, era devotada ao serviço.
2 Trabalhava com afinco, organizando a sopa que o Centro Espírita oferecia aos mais carentes.
3 Confeccionava enxovais para os recém-nascidos.
Aplicava passes nos enfermos.
Orientava os jovens.
4 No entanto, estava sempre atormentada por muitas dores. Distúrbios estomacais, cefaleias, reumatismo…
5 Um dia, logo após deitar-se, saiu de forma consciente do corpo, encontrando-se com Logogrifo, o vigilante guia espiritual que lhe orientava as atividades na Terra.
— Bondoso amigo — principiou por dizer a serva do bem — tenho feito o que posso… Luto comigo mesma para perseverar na tarefa, mas o meu fardo pesa muito… Peço-lhe que interceda por minha saúde, pois estou cansada de médicos e remédios…
6 E meio sem jeito, arrematou:
— Será que já não tenho merecimento suficiente para me livrar de vez dos males que me atormentam?!
7 Fitando-a, sorridente e afável, o protetor simplesmente indaga:
— Minha irmã, e se você se liberasse dessas pequeninas indisposições orgânicas que a mantêm vinculada à fé, distanciando-se do caminho em que vem cumprindo com fidelidade os deveres que lhe competem?!…
8 D. Maria Rita nada respondeu, contudo dali para a frente, o seu semblante, antes carregado e taciturno, iluminou-se de uma nova alegria.
Hilário Silva