“Cada qual levará a sua própria carga.” — PAULO (Gálatas, 6.5)
1 Quando a ilusão te fizer sentir o peso do próprio sofrimento, como sendo excessivo e injusto, recorda que não segues sozinho no grande roteiro.
2 Cada qual tolera a carga que lhe é própria.
3 Fardos existem de todos os tamanhos e de todos os feitios:
A responsabilidade do legislador.
A tortura do sacerdote.
A expectativa do coração materno.
A indigência do enfermo desamparado.
O pavor da criança sem ninguém.
As chagas do corpo abatido.
4 Aprende a entender o serviço e a luta dos semelhantes para que te não suponhas vítima ou herói num campo onde todos somos irmãos uns dos outros, mutuamente identificados pelas mesmas dificuldades, pelas mesmas dores e pelos mesmos sonhos.
5 Suporta o fardo de tuas obrigações valorosamente e caminha.
6 Do acervo de pedra bruta nasce o ouro puro.
7 Do cascalho pesado emerge o diamante.
8 Do fardo que transportamos de boa vontade procedem as lições de que necessitamos para a vida maior.
9 Dirás, talvez, impulsivamente: — “É o ímpio vitorioso, o mau coroado de respeito, e o gozador indiferente? Carregarão, porventura, alguma carga nos ombros?”
10 Responderemos, no entanto, que provavelmente viverão sob encargos mais pesados que os nossos, de vez que a impunidade não existe.
11 Se o suor te alaga a fronte e se a lágrima te visita o coração, é que a tua carga já se faz menos densa, convertendo-se, gradativamente, em luz para a tua ascensão.
12 Ainda que não possas marchar livremente com o teu fardo, avança com ele para a frente, mesmo que seja um milímetro por dia…
13 Lembra-te do madeiro afrontoso que dobrou os ombros doridos do Mestre. Sob os braços duros do lenho infamante, jaziam ocultas as asas divinas da ressurreição para a divina imortalidade.
Emmanuel
Essa mensagem foi publicada originalmente em 1952 pela LAKE e é a 32ª lição do
livro “Cartas do coração”