“Depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer” — JESUS (Lucas, 17.10)
1 Guarda tua alma no júbilo de servir.
2 Não reclames honrarias, por mais alto te pareça o triunfo em tuas mãos.
3 Se a terra se julgasse dona da árvore que frutifica na sua crosta, intentando negar-lhe arrimo, não faria mais que privar-se da proteção que o vegetal lhe dispensa, e se a árvore se presumisse proprietária da terra que a suporta, fugindo-lhe às bases, nada mais conseguiria que a eliminação de si mesma. Atenta, porém, à seiva e ao equilíbrio que a Sabedoria Divina lhe assegura entra em abençoada cooperação e produz a bênção da colheita.
4 Todos os bens da vida fluem da Bondade de Nosso Pai.
5 Nas tuas horas de êxito medita nas forças conjugadas que te sustentam. Pensa nos que te beneficiam e te instruem, nos que te amparam e te garantem.
6 Orgulhar-se das boas obras é ensombrar a própria visão, invocando homenagens indébitas que, de direito, pertencem a Deus.
7 À maneira do instrumento leal e dócil deixa que o Sumo Bem te use a vida.
8 O violino, ainda mesmo o de mais rara fabricação, não vale por si. Engrandece-se, porém, na fidelidade com que se rende às mãos do artista que o integra na exaltação da Harmonia Eterna.
Emmanuel
(Reformador, dezembro 1955, p. 266)