“Contendas de homens corruptos de entendimento e privados de verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.” — Paulo (1 Timóteo, 6.5)
1 No amontoado de problemas espirituais que integram o quadro de preocupações do discípulo, destacamos o fenômeno palavroso, como dos mais importantes ao seu bem-estar.
2 A contenda verbal tem o seu lado útil ou o seu objetivo elevado, no entanto, é preciso considerar, antes do início, sua verdadeira finalidade.
3 Discussões a esmo são ventanias destruidoras. Quando alguém delibere romper o silêncio é indispensável examinar o caráter dessa atitude.
4 Naturalmente, não estamos falando para o homem vulgar, empenhado em críticas a todas as criaturas e cousas do caminho comum, olvidando a si mesmo, mas para o discípulo de boa e sincera intenção.
5 A inferioridade com seus tentáculos numerosos convida insistentemente aos atritos, todavia, o aprendiz fiel deve conservar-se vigilante, em seu posto, sob pena de ser inscrito como servo relapso, indigno da tarefa.
6 Surgirão, como é justo, horas de esclarecimento, dilatando as luzes espirituais nas sendas retas, contudo, quando se verifique um desafio à discussão, convém meditar gravemente no assunto, antes de se atirar ao duelo das palavras. Não haverá recurso fora dos elementos de sensacionalismo? Não será falsa piedade, mascarando a causa de ganho?
7 Nem sempre esse ganho é o dinheiro; pode ser também prepotência de opinião, sectarismo, vaidade.
8 Um homem na sua tarefa de realização com Deus, do trabalho mais simples ao mais complicado, pode estar certo de que está no lugar próprio, atendendo à Vontade do Senhor que ali o colocou sabiamente; mas quando se ponha em contendas, ninguém, nem ele mesmo, pode saber até onde irá e quanto carvão será depositado em sua alma, após o grande incêndio.
Emmanuel