Enquanto nos demoramos nas teias escuras da animalidade, costumamos centralizar a vida na concha envenenada do egoísmo, orientando-nos pelo cérebro, agindo pelo estômago e inspirando-nos pelo sexo…
A passagem na Terra significa, então, para nossa alma, o movimento feroz de caça e presa.
O cálculo é o nosso modo de ser.
A satisfação física é o nosso estímulo.
O prazer dos sentidos é a finalidade de nosso esforço.
Contudo, quando a luz do Evangelho se faz sentir em nosso coração, altera-se-nos a vida.
O amor passa a reger nossas mínimas expressões individuais.
Identificamos as nossas próprias feridas, catalogamos nossos próprios defeitos e inventariamos nossas próprias dificuldades.
A língua perde a volúpia criminosa da maledicência.
Os olhos olvidam a treva, em busca de sol que lhes descortine horizontes mais vastos.
Os ouvidos esquecem as serpes invisíveis do mal, a fim de se concentrarem nas sugestões do Bem.
E a cabeça procura o suave calor da fornalha da caridade, a fim de que as ilusões lhe não imponham o frio do desapontamento amargo, triste compensação de quantos reclamam da carne a felicidade que a carne não [lhes] pode dar…
Chegada esta hora de renovação do nosso próprio Espírito, nossa existência se transforma numa pregação permanente aos que nos seguem os passos, de vez que a lâmpada acesa do ensinamento de Jesus, no imo da nossa alma, é astro irradiante a clarear a marcha da vida.
Não te gastes, portanto, desesperando-te em exigências descabidas, nem te percas no cipoal das queixas sem significação…
Procura o Cristo, em silêncio, e grava as lições d’Ele nas páginas da tua luta de cada dia, e quem te acompanha saberá encontrar em tua conduta e em teus gestos o santificado caminho da redenção.
Emmanuel
[1] O título da mensagem original é o que se encontra entre parênteses e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], consta de uma mensagem publicada originalmente em 1988 pela editora IDEAL e é a 16ª lição do livro: “Alvorada do Reino.”