1 “De nada sabes, Mãe…” eis que eu dizia
A gritar palavrões, cerrando a porta…
Trocando-te doente e semimorta
Por noites de ilusão e rebeldia.
2 Lembro-te trabalhando, qual eu via,
No tanque de lavar, no apoio à horta…
Partiste para o Além… A dor me corta,
Entretanto, o prazer me consumia…
3 Fui rica, mas a morte em meu cansaço
Tudo arrasou em penúria e fracasso,
Falando-me em remorso e ingratidão…
4 Sinto-me só, embora socorrida,
Vem amparar me, luz de minha vida,
Anjo querido de meu coração.
Ana Monteiro
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