Reunião pública de 10-10-1960.
Questão n.º 279.
1 Quando à frente do companheiro que sofre, determina a verdadeira superioridade moral te imagines no lugar dele, a fim de que a tua palavra lhe sirva de refrigério e lição.
2 Excetuando as criaturas deliberadamente enfurnadas na ignorância ou bestializadas no crime, que reclamam a compaixão da Providência Divina, ninguém se aprisiona em armadilhas do erro, agindo de própria vontade.
3 Aqui, alguém abraçou a delinquência, admitindo que afeto seja capricho.
4 Ali, há quem padeça escárnio na praça pública, por haver acreditado cegamente naqueles que lhe zombaram da confiança.
5 Perante os que lutam e choram nas consequências das próprias quedas, sejam encarnados ou desencarnados, arma-te de humildade e entendimento se aspiras a auxiliar.
5 Convence-te, sobretudo, de que o necessitado é o primeiro a conhecer-se.
6 O doente sabe em que ponto do corpo se lhe encrava a enfermidade e não aguarda acusações porque se desgoverna nos momentos de crise.
Pede socorro e medicação.
7 O mutilado sabe que peça lhe falta no carro orgânico e não aguarda acusações porque exibe forma imperfeita.
Pede auxílio e recurso.
8 O faminto sabe que tem o estômago torturado e não aguarda acusações porque se aflige em descontrole.
Pede um prato de pão.
9 O sedento sabe que carreia consigo o tormento da secura e não aguarda acusações pelos esgares que mostra.
Pede um copo de água fria.
10 Assim também, os que tombaram na culpa conhecem, por si mesmos, o labirinto de sombra em que jazem situados e não aguardam acusações maiores que as da própria consciência, em se vendo dementados e cegos, humilhados e infelizes.
11 Diante, pois, do irmão que caiu em remorso e rebeldia, azedume ou desespero, não lhe batas nas chagas.
12 Se queres efetivamente reajustá-lo, deixa que o teu amor apareça e lhe tanja as cordas do coração.
Emmanuel