Reunião pública de 8-8-1960.
Questão n.º 289 - § 7.º
1 Se pesquisas praticamente o futuro, contempla a faixa de terra que o abandono confiou à secura.
2 Se não lhe estendes braços amigos, podes perfeitamente vaticinar-lhe o amanhã, porque o amanhã, para todo solo relegado ao desleixo, será sempre desolação.
3 Mas se lhe buscas a água viva no próprio seio, removendo areia e detrito, ninguém consegue prever a excelência do oásis que se erguerá do deserto.
4 Em verdade, toda gente avalia, com segurança, o futuro do mal, quando o mal é conservado; entretanto, pessoa alguma conseguirá predizer toda a glória do bem, quando o bem aparece.
5 Transplantemos a imagem para o campo da vida.
6 Se cultivas a intolerância, não precisas perguntar quanto à colheita de aversões que obterás fatalmente.
7 Se estimas o abuso, não precisas recorrer aos decifradores da sorte para conhecer o desequilíbrio a que te projetas.
8 Se foges ao dever que te cabe, não precisas inquirir adivinhadores para saber quanto doem as consequências da deserção.
9 Se contrais uma dívida, não precisas ouvir revelações de outro mundo para reconhecer a obrigação de pagar.
10 É possível tenhas contigo largo acervo de problemas trazidos do passado, no que se refere a moléstias e tentações, compromissos e provas, entre dificuldades da vida e lutas da parentela, porque aquilo que é agora representa aquilo que tem sido justamente até hoje.
11 Não te percas, porém, a formular consultas quanto ao que possa haver nas telas do porvir, porquanto, se quiseres renovar-te no bem, alimentando o bem, todo o mal que te aflige será bem, amanhã.
Emmanuel