Reunião pública de 11-3-1960.
Questão n.º 217.
1 Compadece-te dos médiuns de todas as procedências, mas, notadamente, daqueles que abraçam no serviço a estrada do aprimoramento e da redenção.
2 Sabes que a existência te pede o exato desempenho das próprias obrigações.
Eles também.
3 Compreendes que é preciso disciplinar o tempo, a fim de que não caias no descrédito de ti mesmo.
Eles também.
4 Não estimarias explorar a bolsa alheia, quando podes e deves viver à custa do próprio esforço.
Eles também.
5 Não ignoras que tentarias, debalde, ensinar a outrem o acesso à virtude sem base no bom exemplo, começando na tua própria casa.
Eles também.
6 Sofrerias, decerto, se alguém te exilasse do trabalho digno, lançando-te à zombaria e ao desapreço.
Eles também.
7 Não podes dar o tempo todo ao ideal, porquanto não te encontras livre de compromissos ante as rotas humanas.
Eles também.
8 Vives num corpo, suscetível de queda na enfermidade, muita vez carecente de remédio e socorro e sempre necessitado de higiene e alimentação.
Eles também.
9 Percebendo que não podes satisfazer irrestritamente e reconhecendo que a construção do bem é sementeira e seara de todos, agradeces, feliz, a desculpa espontânea do próximo, diante de tuas faltas involuntárias.
Eles também.
10 Ajudemos aos companheiros da mediunidade em nossos templos de confraternização e de amor.
11 Qual nos acontece, eles também trazem consigo as raízes profundas do pretérito sombrio, afrontados por enigmas do sentimento a lhes desafiarem a fé.
12 Eles também são seres humanos, em conflito consigo mesmos.
Também lutam.
Também choram.
Também erram.
Também sofrem.
13 Como nós mesmos, não precisam de elogios e homenagens, mas sim de apoio e compreensão para que venham a caminhar entre sombras menores, já que todos nós, encarnados e desencarnados, em atividade na Terra, respiramos ainda muito distantes da Grande Luz.
14 Auxiliemo-los, assim, na execução dos próprios deveres, dentro dos moldes da disciplina e da ordem, do trabalho correto e do respeito à consciência tranquila, que desejamos para nós mesmos, porque o fruto perfeito não é obra sublime apenas da vigilância e da obediência da árvore, mas também do carinho e da paciência que brilham nas mãos do cultivador.
Emmanuel