1 “Tempos difíceis!… Época de lutas!…”
Dizes guardando na alma a luz acesa
Da análise que vem da madureza
Que o tempo te ensinou a registrar!…
Nesses amplos conflitos da existência,
Embora os desencantos do caminho,
Eis que o Céu te aconselha ao peito em desalinho:
— Perdoar, perdoar…
2 Companheiros terão mudado a senda,
Olvidando-te a fome de ternura,
Sem notarem a dor que te tortura,
Ao senti-los descendo de lugar;
Choras almas queridas que te esquecem,
Perseguindo o prazer ruidoso e vão,
Mas a vida te pede ao coração:
— Perdoar, perdoar…
3 Quantos amigos vês, trocando a fé,
Por negação que as faltas lhes encobre,
Quantas almas geniais de sentimento pobre
Que te procuram desencorajar!…
As horas, entretanto, vão passando
E o Tempo resguardando a antevisão de tudo,
Roga-te na função de mestre mudo:
— Perdoar, perdoar!…
4 Não te isoles. Prossegue trabalhando
Na tarefa de amor que te eleva e te apura,
Quantos se dão à sombra da aventura,
Não encontram senão ânsia e pesar!…
Age, fazendo o bem… Caminha e continua…
Para seguir Jesus, estrada adiante,
A própria Lei de Deus nos lembra a cada instante:
— Perdoar! Perdoar!…
Maria Dolores
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