O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Roteiro — Emmanuel


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Diante da Terra

1 Diante da luta humana, o Espírito que amadureceu o raciocínio e despertou o coração, sente-se cada vez mais só, mais desajustado e menos compreendido.

2 Por vagas crescentes de renovação, gerações diferentes surgem no caminho, impondo-lhe conflitos sentimentais e lutas acerbas.

3 Estranha sede de harmonia invade-lhe a alma.

4 Habitualmente, identifica-se por estrangeiro na esfera da própria família.

5 Ilhado pela corrente escura das desilusões, a se sucederem, ininterruptas, confia-se ao tédio infinito, guardando enrijecido o coração.

6 Essa, porém, não é a hora da desistência ou do desânimo.

7 O fruto amadurecido é a riqueza do futuro.

8 Quem se equilibra no conhecimento é o apoio daquele que oscila na ignorância.

9 Que será da escola quando o aluno, guindado à condição de mestre, fugir do educandário, a pretexto de não suportar a insipiência e a rudeza dos novos aprendizes? 10 E, quem estará assim tão habilitado, perante o Infinito, ao ponto de menoscabar a oportunidade de prosseguir na aquisição da Sabedoria?

11 A Terra é a venerável instituição onde encontramos os recursos indispensáveis para atender ao nosso próprio burilamento.

12 Milhões de vidas formam o pedestal em que nos erigimos e, alcançando o grande entendimento, cabe-nos auxiliar as vidas iniciantes, por nossa vez.

13 Por isso, na plenitude do discernimento, reclamamos uma fé que nos reaqueça a alma e nos soerga a visão, a fim de que a madureza de espírito seja reconhecida por nós como o mais belo e o mais valioso período de nossa romagem no mundo, ensinando-nos a agir sem apego e a servir sem recompensa.

14 Situados no cimo da grande compreensão, não prescindimos da grande serenidade.

15 Se, com o decurso do tempo, registamos o nosso isolamento íntimo, quando alimentados pelo ideal superior, depressa observamos a nossa profunda ligação com a Humanidade inteira.

16 Informamo-nos, pouco a pouco, de que ninguém é tão indigente que não possa concorrer para o progresso comum e tomamos, com firmeza, o lugar que nos compete no edifício da harmonia geral, distribuindo fragmentos de nós mesmos, no culto da fraternidade bem vivida.

17 Valendo-nos da ressurreição de hoje para combater a morte de ontem, encontramos na luta o esmeril que polirá o espelho de nossa consciência, a fim de nos convertermos em fiéis refletores da beleza divina.

18 O mundo, por mais áspero, representará para o nosso espírito a escola de perfeição, cujos instrumentos corretivos bendiremos, um dia.  19 Os companheiros de jornada que o habitam, conosco, por mais ingratos e impassíveis, são as nossas oportunidades de materialização do bem, recursos de nossa melhoria e de nossa redenção, e que, bem aproveitados por nosso esforço, podem transformar-nos em heróis.

20 Não há medida para o homem, fora da sociedade em que ele vive.  21 Se é indubitável que somente o nosso trabalho coletivo pode engrandecer ou destruir o organismo social, só o organismo social pode tornar-nos individualmente grandes ou miseráveis.

22 A comunidade julgar-nos-á sempre pela nossa atitude dentro dela, conduzindo-nos ao altar do reconhecimento, ao tribunal da justiça ou à sombra do esquecimento.

23 O Espiritismo, sob a luz do Cristianismo, vem ao mundo para acordar-nos.

24 A Terra é o nosso temporário domicílio.

25 A Humanidade é a nossa família real.

26 Todos estamos destinados por Deus a gloriosa destinação.

27 Em razão disso, Jesus, o Divino Emissário do Amor para todos os séculos, proclamou com a realidade irretorquível: — “Das ovelhas que o Pai me confiou nenhuma se perderá”. ( † )


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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