O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Roteiro — Emmanuel


21

Evangelho e educação

1 Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.

2 Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.

3 Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.

4 Prosperava a instrução, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza.

5 O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.

6 A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.

7 Homens de consciência enobrecida, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como animais.

8 Os pais podiam vender os filhos.

9 Era razoável cegar os vencidos e aproveitá-los em serviços domésticos.

10 As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.

11 Enfermos eram sentenciados ao abandono.

12 As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.

13 Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.

14 Qualquer tirano desfrutava o direito de reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém.

15 Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral.

16 Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como impositivo natural dos costumes.

17 Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.

18 Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para aqueles que o vergastavam e feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições espirituais.

19 Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes.

20 Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.

21 Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.

22 Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.

23 Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a fortaleza moral e a esperança.

24 Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de numerosos cativos.

25 Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao mundo livre.

26 Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos são recebidos no lar.

27 Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.

28 A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: — “meu irmão”.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir