1 A Terra é um magneto enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem evolutiva.
2 Comboio imenso, a deslocar-se sobre si mesmo e girando em torno do Sol, podemos comparar as classes sociais que o habitam a grandes vagões de categorias diversas.
3 De quando em quando, permutamos lugar com os nossos vizinhos e companheiros.
4 Quem viaja em instalações de luxo volta a conhecer os bancos humildes em carros de condição inferior.
5 Quem segue nas acomodações singelas, ergue-se, depois, a situações invejáveis, alterando as experiências que lhe dizem respeito.
6 Temos aí o símbolo das reencarnações.
7 De corpo em corpo, como quem se utiliza de variadas vestiduras, peregrina o Espírito de existência em existência, buscando aquisições novas para o tesouro de amor e sabedoria que lhe constituirá divina garantia no campo da eternidade.
8 Podemos, ainda, filosoficamente, classificar o Planeta, com mais propriedade, tomando-o por nossa escola multimilenária.
9 Há muitos aprendizes que lhe ocupam as instalações, na expectativa inoperante, mas o tempo lhes cobra caro a ociosidade, separando-os, por fim, de paisagens e criaturas amadas ou relegando-os à paralisia ou à cristalização, em largos despenhadeiros de sombra.
10 Outros alunos indagam, dia e noite… e, com as perquirições viciosas, perdem os valores do tempo.
11 Imaginemos um educandário, em cuja intimidade comparecessem os discípulos de primária iniciação, exigindo retribuições e homenagens, antes de se confiarem ao estudo das primeiras lições.
12 O menino bisonho não poderia reclamar esclarecimentos, quanto à congregação que dirige a casa de ensino onde está recebendo as primeiras letras.
13 E, ante a grandeza infinita da vida que nos cerca, não passamos de crianças no conhecimento superior.
14 Vacilamos, tateamos e experimentamos, a fim de aprender e amealhar os recursos do Espírito.
15 Compete-nos, assim, tão somente, um direito: — o direito de trabalhar e servir, obedecendo às disciplinas edificantes que a Sabedoria Perfeita nos oferece, através das variadas circunstâncias em que a nossa vida se movimenta.
16 Ninguém se engane, julgando mistificar a Natureza.
17 O trabalho é divina lei.
Pesquisar indefinidamente, na maioria das vezes é disfarçar a preguiça intelectual.
18 A vida, porém, é ciosa dos seus segredos e somente responde com segurança aos que lhe batem à porta com o esforço incessante do trabalhador que deseja para si a coroa resplendente do apostolado no serviço.
Emmanuel
[1] [A Gênese, 11.30, 34]