O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Rumo certo — Emmanuel


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Problemas dos outros

1 No que se refere à inquietação, às vezes os problemas que nos atingem não são propriamente nossos, mas dos outros.


2 Estaremos em paz de consciência, todavia, entes amados terão assumido compromissos graves, suscitando-nos desajuste e insegurança.

3 Possuímos, por enquanto, o nome inatacado; no entanto, criaturas profundamente ligadas a nós surgem sofrendo o assédio da injúria, com ou sem razão, impelindo-nos ao desejo de preservá-las contra as pedras que lhes dilapidam a imagem.

4 Com o amparo de certas escoras morais, conseguimos sustentar-nos relativamente livres, quanto aos arrastamentos do coração; entretanto, afligimo-nos, como é justo, por almas abençoadas de nosso convívio que aparecem na arena das lutas afetivas, suportando conflitos difíceis de carregar.

5 Sob a proteção de facilidades transitórias que nos resguardam a segurança, acalentamos a própria resistência, diante das tentações que nos enxameiam a estrada, mas entes queridos haverão tombado em delinquência, impulsionando-nos ao anseio de ajudá-los na recuperação da própria paz.

6 Como, porém, auxiliá-los de nossa parte?

7 Saberíamos, porventura, orientar-lhes o tratamento restaurador se ignoramos toda a extensão e conteúdo da influência que os precipitou na sombra mental em que se debatem? E como poderíamos julgá-los se lhes desconhecemos o drama comovedor, desde o princípio?

8 Seria desumano golpear a ferida, sob o pretexto de socorrer o doente, e não seria lógico traçar diretrizes em territórios acerca dos quais não possuímos ainda qualquer experiência.

9 Ante os problemas daqueles que nos rodeiam, contudo, podemos ouvi-los com paciência e caridade, doando-lhes esperança e consolo. 10 E, acima de tudo, cabe-nos recordar que a luz da Divina Providência está em nós, tanto quanto neles, e que, por isso mesmo, o máximo auxílio que nos será lícito prestar-lhes será sempre respeitar-lhes as escolhas e decisões, orando por eles e rogando à mesma Providência Divina os guie e esclareça, ampare e ilumine, reconhecendo que, no íntimo das próprias vidas, são todos eles tão livres e responsáveis, diante de Deus, quanto nós.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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