1 No capítulo dos sofrimentos voluntários, se somássemos os problemas, conflitos, obstáculos e tribulações decorrentes da prevenção que alimentamos habitualmente contra aquilo que os nossos irmãos estejam pensando ou poderiam pensar, decerto que chegaríamos a conclusões espantosas acerca de aflição desnecessária e tempo perdido.
2 Oponhamos o bem ao mal e deixemos aos outros a faculdade de serem eles mesmos.
3 Esse amigo ter-nos-á omitido o nome para determinada manifestação de alegria…
4 Outro companheiro nos haverá negado a saudação que lhe endereçamos com frase amistosa…
5 Pessoa querida passou indiferentemente por nós com o semblante carregado de preocupação ou azedume…
6 Certo colega terá erguido demasiadamente a voz, ferindo-nos a sensibilidade, por bagatelas…
7 E caímos nos excessos de imaginação, fantasiando ofensas que não existem.
8 Aprendamos a considerar que, tanto quanto nos acontece, os outros também podem sofrer lapsos da memória, contrariedades imanifestas, inquietações e doenças.
9 E lembremo-nos: toda vez que descambamos para semelhantes desequilíbrios, somos igualmente capazes de esquecer ou ferir, sem participação de nossa vontade.
10 Evitemos a prevenção no cotidiano, a fim de que a nossa vida encontre o máximo de rendimento no bem.
11 Confiança em Deus.
12 Consciência tranquila.
13 Dever cumprido.
14 Trabalho à frente.
15 E, fazendo todo o bem que se nos faça possível, por todos os modos justos, em todas as ocasiões, com todos os recursos ao nosso alcance e para com todas as criaturas, nunca nos previnamos contra quem quer que seja, porque os pensamentos dos outros pertencem a eles e não a nós.
Emmanuel