O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Relatos da vida — Irmão X


19

O livro, dádiva do Céu

1 Quando o Divino Mestre, nascituro, abria os braços tenros à luz suave da noite, na estrebaria singela, eis que fulgura no alto sublimada estrela…
E quantos velavam na Terra compreenderam que o Divino Rei havia nascido.

2 Toda a província Romana da Palestina recebeu, de improviso, na claridade silenciosa do astro solitário, a esperada revelação.

3 Sacerdotes e oráculos, políticos e príncipes da Judeia tremeram espantados.
Onde estaria o excelso Embaixador? No templo de Jerusalém ou no domicílio aristocrático de algum dos veneráveis doutores do Sinédrio?
Poderosos dignatários imperiais, nas vilas de repouso da Galileia, empalideceram, surpreendidos.

4 Em que privilegiado ponto do mundo permaneceria o Celeste Redentor? No palácio de Augusto ou no lar patrício de algum legado importante?
Ricos senhores da Samaria confiaram-se, perturbados, à insônia… Em que região venturosa da Terra teria surgido o Salvador? Em algum santuário do monte ou em abastada propriedade particular?

5 Negociantes de Cesaréa de Felipe, viajores do extenso vale do Jordão, caravaneiros que vinham da Fenícia, peregrinos de Decápole e todos os homens e mulheres acordados, desde o topo nevado do Hermon até as águas imóveis do Mar Morto, estáticos e felizes, viram a estrela descer vagarosamente, assinalando o berço divino, e os pastores e as crianças, almas simples da natureza, foram os primeiros a descobrir que o Rei Celeste brilhava na manjedoura…

6 Desde então, Jesus permanece vivo entre os homens, ensinando, reajustando, curando, redimindo…
Através de sombras e pesadelos, de calamidades e guerras, em quase vinte séculos de luta, a geografia sentimental do Cristianismo estendeu suas linhas da Palestina Ocidental a todos os círculos do Planeta e a estrela da grande Revelação, personificada hoje na ideia santificadora da fraternidade e da paz, continua luzindo no firmamento das nações, anunciando a Era Nova…

7 Onde encontraremos o Senhor? Prosseguem perguntando os inumeráveis viajadores da vida…
Nos castelos primorosos da fé? Nos monumentos que consagram o domínio exclusivista? Nas cerimônias suntuárias do culto exterior? Nos preciosos discursos da convicção dogmática?

8 Eis, porém, que a claridade cintilante da ideia conduz o coração que se faz simples e sincero ao Evangelho da Vida e o livro, em seu humilde arcabouço de papel, representa a nova manjedoura, em que realizamos o nosso encontro com o Espírito do Senhor…

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Veremos no livro o santuário de nossa ascensão espiritual.

9 Quando o povo missionário se desvairava na idolatria, o Todo Poderoso salvou-o, com o livro dos Dez Mandamentos, por intermédio de Moisés.

10 Quando o Mestre Divino veio trazer à Terra as justas diretrizes da redenção, determinou o Todo Compassivo que um livro — O Evangelho da Boa Nova — lhe fixasse a luz.

11 Quando a civilização se desequilibrava com as tempestades morais, luminosas e destruidoras, da Revolução Francesa, o Todo Sábio amparou o mundo, então no declive de tenebrosos despenhadeiros, oferecendo-lhe O Livro dos Espíritos, através de Allan Kardec.

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12 Depois da oração, o livro é a única escada pela qual o Céu pode descer à Terra.
Em verdade, quando um povo abandona o livro, começa a penetrar, sem perceber, o vale da estagnação e da morte.


Irmão X

(Humberto de Campos)

Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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