O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Relicário de luz — Autores diversos


Palavras dos editores

Este livro apresenta em bela forma literária de prosa e verso, lições valiosas de Doutrina eterna e universal. Muitos de seus Autores são mestres consagrados e venerados; outros aparecem dando mensagens a parentes e poder-se-iam considerar Espíritos familiares dos destinatários das epístolas, mas cumpre notar que estes igualmente são Espíritos superiores, como se revelam nos ensinos que transmitem, embora ainda desconhecidos, ou menos conhecidos do que os mestres. Por isso mesmo devemos divulgar-lhes as comunicações.

Os iniciados em Espiritismo nenhum esclarecimento precisam receber neste prefácio, mas a quem desconheça a Terceira Revelação convém darmos algumas linhas.

Os fenômenos espíritas sempre existiram, desde que o homem apareceu na Terra, e deram origem às antigas mitologias com seus deuses e deusas bons e maus, bem como às religiões antigas e modernas com seus anjos, demônios, santos e santas, que são, essas religiões, um estágio mais adiantado das extintas mitologias; mas só a partir de 31 de março de 1848 esses fenômenos passaram a ser mais profundamente estudados e assim vão revelando aspectos novos da vida espiritual dos seres e confirmando a teoria evolucionista da vida.

Num excelente livro sobre a evolução — Making of Man — o sábio inglês Sir Oliver Lodge mostra-nos a formação dos seres vivos no Planeta e chama nossa atenção para fatos costumeiros da Natureza, aos quais não temos dado a merecida atenção, mesmo por serem costumeiros e nos parecerem banais. Damos-lhes um rótulo que nada explica e passamos adiante sem nenhuma compreensão. Por exemplo, um pintainho, mesmo nascido numa incubadora, sem ter visto nenhuma ave adulta que lhe desse ensino, sabe equilibrar-se nas pernas, caminhar, examinar o meio em que se acha, distinguir o grão que lhe deve servir de alimentação e colhê-lo com o bico.

Dizemos que é apenas o instinto; mas por que, então, o pardal e outros pássaros do campo não nascem com esse instinto e, ao contrário, necessitam de longa aprendizagem, recebida de seus pais, para se alimentarem?

O pintainho formou esse instinto através de longa experiência anterior, de conhecimentos adquiridos antes de seu atual nascimento. O pardal ainda não fez tais aquisições. Cada família de viventes revela um grau de evolução e os indivíduos em cada uma dessas famílias têm alguma diferença dos seus companheiros, um certo grau de evolução individual própria, de suas conquistas espirituais.

O homem, em que pese a sua vaidade, não é diferente dos outros viventes, está apenas num grau de evolução diferente, espiritualmente mais adiantado, mas progredindo sempre e cada individuo da família humana demonstra suas próprias aquisições feitas no passado, continuadas no presente e destinadas a crescer num porvir para o qual não podemos imaginar fronteira.

Essas aquisições são diferentes de individuo para indivíduo e de grupo para grupo. Uns progrediram mais em inteligência, outros em energia, outros em moral. Uns só têm compreensão pelos sentidos, para coisas materiais, para ciências físicas; outros têm mais profundeza filosófica para pesquisarem as causas, a razão de ser das coisas. Ainda outros cogitam mais das relações entre os homens, das questões sociais e seus efeitos sobre os indivíduos, e tratam dessas relações, procurando orientá-las para o bem geral: são sociólogos.

Quando o sociólogo chega a compreender que a sociedade humana se estende além da morte e antes do berço, que o homem pode ser feliz ou infeliz e gerar felicidade, ou infelicidade, não só durante a sua curta encarnação na face da Terra, mas igualmente antes e depois dessa existência material, entra ele em indagações filosóficas sobre as Leis que regem a vida na matéria e fora dela e se reporta à Inteligência Suprema que estabeleceu essas sábias Leis; então ele atinge a sublimidade da Religião e adora o Criador das Leis e venera os executores de Sua vontade, os Espíritos excelsos que já atingiram culminâncias na evolução e presidem aos nossos destinos.

Aqui no Ocidente curvamo-nos diante de Jesus de Nazaré, como o Chefe Supremo dos Altos Espíritos que executam os desígnios de Deus quanto ao nosso Planeta; por isso mesmo neste livro a cada passo se encontram respeitosas referências a Jesus.
No Oriente muitos veneram igualmente outros nomes de Espíritos Superiores, mas a diferença de nomes não importa, porque nas Altas Hierarquias espirituais não há rivalidades, ciúmes, zelos por nomes; todos são solidários, unidos no cumprimento da vontade de Deus.

Damos o nome de Espiritismo ou de Terceira Revelação a esta nova fase de espiritualismo, iniciada em 31 de março de 1848, que confirma e explica todas as formas anteriores de espiritualismo, bem como se estende ao estudo de tudo o que vive na Natureza.
É a fase experimental do espiritualismo, porque se baseia em experimentação científica dos fenômenos e admite que este campo de estudos é infinito e eterno, porque se dilata por todo o Universo e terá de crescer sempre com o progresso da inteligência humana e esta crescerá eternamente.

Pela fé nas Revelações anteriores, o homem pode chegar à Religião sem indagações filosóficas e orientar bem sua conduta moral; mas o homem sem fé necessita de fatos, de compreensão, para chegar à Religião.
Neste livro muitas mensagens são ditadas pelo amor de pais a filhos, de filhos a pais, de amigos a amigos, demonstrando que o afeto não morre com o corpo, porque é da alma e até se aprimora mais depois da crise da morte, esta crise inevitável pela qual todos temos de passar.

São frequentes essas comunicações amorosas e quase sempre possuem grande força de convicção pelas revelações de fatos pessoais, desconhecidos do médium e de todas as outras pessoas, só compreensíveis para o destinatário e que por vezes falam muito ao coração. Quem redige estas linhas tem tido a fortuna de receber muitas mensagens íntimas que lhe dão muito conforto e lhe revelam de modo indiscutível a identidade do amigo comunicante.

Como os fenômenos espíritas são universais e eternos, repetem-se em todos os tempos e em todos os lugares, o Espiritismo não será apenas mais uma escola espiritualista, como uma das religiões do passado e do presente; terá que se universalizar e ser aceito no futuro por toda a Humanidade, como já o foram outros conhecimentos verificados pelos estudiosos de todo o Planeta, por exemplo, nas descobertas da física, da astronomia, da química, etc. Por isso a Humanidade futura terá que adquirir unidade religiosa, como já adquiriu, em certos domínios, unidade científica. E isso será um grande bem, porque pelo conhecimento do Espiritismo o homem adquire tranquilidade, segurança do seu futuro, certeza de que terá meios e tempo de libertar-se de todos os males que o afligem, inclusive de sua ignorância, de seus defeitos, das doenças e da morte.

O conhecimento do Espiritismo é o mais precioso dos bens que o homem pode adquirir na face da Terra e lhe dá a convicção de vir a realizar todos os seus ideais.


ISMAEL GOMES BRAGA


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Nota — O produto da venda deste livro destina-se às obras assistenciais do posto médico-farmacêutico e a aquisição de sede própria do Grupo Espírita Fabiano, na Rua Lopes da Cruz, 192, Méier, Rio.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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