1 No caminho que a treva encheu de horrores.
Passa a turba infeliz, exausta e cega.
— É a humanidade que se desagrega
No apodrecido ergástulo das dores!
2 Ouvem-se risos escarnecedores…
É Caim que, de novo, se renega,
Transborda o mar de pranto onde navega
A esperança dos seres sofredores!
3 É nesse abismo de miséria e ruínas,
Que estenderás, amigo, as mãos divinas,
Como estrelas brilhando sobre as cruzes.
4 Vai, Cirineu da luz que santifica,
Que o Senhor abençoa e multiplica
O pão da caridade que produzes.
Augusto dos Anjos
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