1 Sem que o sol guarde a Terra e sem que a Terra inteira
Obedeça ao Senhor, de segundo a segundo,
Estendendo o seu manto amoroso e fecundo,
Ninguém recolheria os dons da sementeira.
2 Sem que a semente desça ao vale negro e fundo,
Morrendo por servir aos júbilos da leira,
E sem que o lavrador se confie à canseira
Não há bênçãos do pão nos celeiros do mundo.
3 Sem a glória do bem cantando em toda estrada,
A vida rolaria estranha e desvairada
Às furnas abismais do Universo atro e mudo…
4 Assim também conosco, em plena luta humana,
Sem a Fraternidade esplêndida que irmana,
Tudo é miséria e dor na frustração de tudo.
Amaral Ornellas
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