66ª reunião | 13 de fevereiro de 1958.
Presentes: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Francisco Gonçalves, Laura Nogueira Lima, Gil de Lima, Geni Pena Xavier, Lucília Xavier Silva, Francisco Teixeira de Carvalho, Edite Malaquias Xavier, Neuza Rocha, Aderbal Nogueira Lima, Francisco Cândido Xavier, Geraldo Benício Rocha e Waldemar Silva.
Comunicação recebida pelo médium Geraldo Benício Rocha.
Meus amigos, cheio de fé e de alegria, que a minha voz se erga em uníssono na vossa para louvarmos a Jesus pelo entendimento nascido em vosso coração, pelo vosso esforço em conjunto de há muito, apesar das épocas diferentes, para interpretarmos o seu Evangelho, para contribuirmos, de algum modo, na sementeira da evangelização aos nossos irmãos na Terra e no Espaço.
Militante, como vós, fui no Espiritismo, entretanto, sem ser uma alma infeliz, e sem ser também um luminar do Espaço, venho, através de muitos anos, lutando, trabalhando para corrigir as falhas do meu proceder na última vida. Mas louvo ao Senhor, porque o entendimento não me falhou! O seu conselho me guiou em todas as horas e eu pude, de coração aos seus pés e de joelhos, muita vez, diante dos meus inimigos, diante daqueles que eu ofendi, diante daqueles que eu soube desrespeitar, soube ofender e apezinhar noutras épocas, pude, desta vez, de joelhos, lhes suplicar perdão e muitas vezes, graças ao entendimento que o Senhor nos concede, pude encaminhá-los e vós muito me valestes nesse particular.
Hoje, me concederam, os nossos maiores, os orientadores do vosso e do nosso trabalho, a possibilidade de uma palavra para treinar-me novamente no contato com o bendito santuário da carne.
De há muito perdi esse contato, de há muito perdi o agradável deste calor que este templo sublime nos proporciona ao Espírito, concedendo-nos, nas vinte e quatro horas de rotina da vida diária, pelo menos dez de pleno esquecimento das nossas angústias, dos nossos erros, pesares e sofrimentos.
E é com verdadeira alegria que eu venho fluir no vosso meio esse dom de falar, o dom de ouvir, de sentir, de chorar, de pedir e sorrir, e mesmo de errar, porque os olhos do Espírito se encontram mais sedados… Apenas a intuição… Apenas uma reminiscência do que nos propomos a seguir nos dias sagrados do labirinto da carne.
Mas como é agradável, depois de 52 anos de contato com os desafetos, com os erros, com a própria consciência, livro que não se cala, que não se apaga e não se estraga, caracteres que não mudam, não escurecem, voltar, novamente, a viver a vida da carne! Reaprender, recomeçar cheio de entusiasmo, vendo a cada dia o sol despontar e um pouco mais de horas, ver a noite calma e serena descer, e o sono nos fazer esquecer!…
Deus é muito misericordioso! Estou certo de que me esforçarei, que aprenderei, que resgatarei muito! Terei a tolerância, a boa vontade, o esforço e a dedicação para as minhas novas responsabilidades, mas antes que a minha personalidade se torne introspectiva, antes que eu comece o processo de renascimento, vim aqui haurir mais um pouco de forças, ver as responsabilidades que pesam sobre os médiuns, sobre os dirigentes, sobre as organizações evangélicas, a situação, finalmente, em que se apresentam hoje os nossos irmãos desencarnados, para voltar a viver neste bendito templo.
Eu agradeço ao Senhor a graça que me concedeu e por certo, mesmo inconscientemente, virei buscar a prece reflexa que aqui fazeis em meu benefício.
Deixo-vos um adeus, que não será até breve, porque muito tenho que lutar e, possivelmente, nos encontraremos nestes caminhos do Senhor.
Eu vos saúdo em seu nome.
Peço-lhe que derrame sobre vossos corações essa tranquilidade de todos que cumprem os seus deveres, sobre as vossas inteligências e Espíritos aquela sabedoria de discernir, sobre o vosso proceder aquela harmonia imprescindível para que exemplifiquemos, ou que exemplifiquem, o discipulado do Evangelho.
A todos, muita paz, muita bênção e muita luz do Senhor!
Gregório
[1] Mensagem originalmente sem título, o que foi feito para a composição do presente volume.