O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Registros imortais — F. C. Xavier e outros médiuns do Grupo Meimei — Autores diversos


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Mensagem de irmã

32ª reunião | 6 de junho de 1957.


Presentes: Francisco Teixeira de Carvalho, Ênio Santos, Elza Vieira, Francisco Cândido Xavier, Lucília Xavier Silva, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Edite Malaquias Xavier, Aderbal Nogueira Lima, Zínia Orsine Pereira e Waldemar Silva.

Comunicação recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.


1 Meus amigos, que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo reine em nossos corações!

2 Fala-vos humilde companheira, que militou em Cachoeiro do Itapemirim, de cuja experiência pode dar notícia o nosso Ênio. Não me comunico, porém, com qualquer propósito pessoal em minha visitação. Trago-vos apenas minha própria alma a derramar-se-me nas palavras singelas com o júbilo daquelas afeições que se reencontram sob a permissão do Senhor. Outros doutrinarão, nós conversaremos. Lembrar-nos-emos de alguns traços esquecidos de nosso movimento, como sejam, a construção do nosso caráter espírita para o dia de amanhã.

3 Recordaremos, assim, nossos deveres mais simples, aquela caridade da mão direita que se oferece sem que a esquerda o saiba. ( † ) Caridade que não se resume à doação do supérfluo de nossa mesa, mas sim aquela que entrega a própria alma em função desse amor que nós fomos chamados a cultivar com o Mestre da Cruz.   4 Desculpar em silêncio, sem nunca mais nos referirmos à ofensa. Cumprir os nossos deveres com alegria. 5 Tolerarmo-nos, mutuamente, dentro do lar, naquela harmonia, por vezes, tão difícil de construir. 6 Ajudar sem exigir o entendimento daqueles que as nossas mãos auxiliam. 7 Olvidar, de maneira definitiva e sem qualquer condição, as pequeninas alfinetadas que recebemos, em nosso próprio benefício, no círculo daqueles a quem mais amamos. 8 Cultuar cada dia a humildade, o serviço, a oração. Ser, realmente, bons uns para com os outros.

9 Por vezes, nós, os espíritas que precedemos nossos companheiros na grande viagem, percebemos, em quase toda parte, intensivo interesse na salvação obrigatória dos outros. 10 Tanto tempo gasto em conversação sem proveito!… Tantas horas que despendemos, julgando àqueles cuja conduta não nos diz respeito à edificação espiritual!… 11 Estamos, habitualmente, preocupados no exame dos outros, observando a consciência dos outros, a inclinação dos outros, a economia dos outros, a atitude dos outros e os passos dos outros, quando em matéria de nossas relações recíprocas fomos chamados a ajudar — ajudar a todos —, começando de nossa própria casa, plasmando o Espiritismo naqueles que nos acompanham de perto.

12 Por isso mesmo a nossa cartilha de pregação há de principiar com aqueles a quem Deus nos confia: nossa esposa, nosso esposo, nossos filhos, nossos pais, nossos irmãos, nossos parentes, nossos amigos… 13 Caminharmos entre eles com a obrigação de elevá-los com o nosso próprio exemplo, através da assimilação da Doutrina abençoada que veio florir, em bênçãos, no campo de nossas almas.

14 No mundo, como o de agora, em que há corridas quase que intermináveis e quase todos os dias para determinados interesses materiais, acreditamos que nós, os espíritas, precisamos, algumas vezes, parar, de algum modo, para pensar.   15 A grande obra, a obra fundamental de nosso movimento, é a da própria restauração de nós mesmos para nosso Senhor Jesus Cristo.

16 Tudo na vida pertence a Deus, sob a jurisdição de nosso divino Mestre. Nada possuímos senão a oportunidade que a Misericórdia Celestial nos confere, a fim de que possamos burilar nosso Espírito para a comunhão com a divina Luz.   17 É por esse motivo que, em nos comunicando, temos lágrimas nos olhos. Pranto de alegria, de confiança!… É uma velha amiga que volta. 18 É um coração de mulher que sente na Doutrina Espírita um regaço de mãe… Mãe que nos perdoa, que nos afaga, que nos acolhe, perante a qual tantos deveres nos honram a fé, a esperança e o caminho…

19 Interpretamos Jesus em nossa casa, ponto nevrálgico de nossa redenção, tanto quanto nos círculos de nossos trabalhos e afetos, templo primeiro em que somos convidados a testemunhar a nossa aplicação de conhecimento superior. Sirvamos, aprendamos e eduquemo-nos.

20 E aqui todos nós, os companheiros que vos precederam os passos, vos esperam para continuarmos a abençoada luta, como quem sabe que a evolução nos pede tempo, que o aperfeiçoamento definitivo reclama muitas experiências e que todos nós voltaremos outra vez à grande casa terrestre para refazer os nossos próprios trilhos, clareando-os, em definitivo, com a luz do Senhor, cuja glória pressente os que temos tanta dificuldade para realmente compreender.


Amintas Soares


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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