O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Registros imortais — F. C. Xavier e outros médiuns do Grupo Meimei — Autores diversos


21

Mediunidade e aperfeiçoamento

21ª reunião | 14 de março de 1957.


Presentes: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Francisco Gonçalves, Geni Pena Xavier, Francisco Teixeira de Carvalho, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Antônio Inácio de Melo, Aderbal Nogueira Lima, Zínia Orsine Pereira, Francisco Cândido Xavier, Waldemar Silva, Olga Leal Peduto, Luiz Peduto, Esmeralda Bittencourt e Hélio Porciúncula.

Comunicação recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.


1 Meus amigos, que a paz de Jesus seja conosco.

2 Alongando os nossos conceitos despretensiosos da reunião anterior, julgamos necessário alinhar algumas anotações acerca de mediunidade e auto aperfeiçoamento, a fim de que os tarefeiros de intercâmbio se capacitem quanto ao impositivo de nossa própria elevação.

3 Não basta desenvolver a energia psíquica. Antes de tudo, é preciso saber conduzi-la e aproveitá-la, aprimorando-lhe as manifestações e os impulsos.   4 O avião cortará o firmamento, irmanando povos, mas requer adequado campo de pouso para não destruir-se. 5 A locomotiva carreará o progresso em continentes inteiros, entretanto, reclama trilhos que lhe disciplinem a marcha.

6 O cooperador de escritório exibirá inexcedível habilidade datilográfica, contudo, se não sabe reger a língua que utiliza, em vão grafará um texto.   7 O homem que realiza uma viagem caminhará com facilidade, no entanto, se desconhece o próprio rumo, desperdiçará movimento. 8 Assim também na mediunidade. Não vale, simplesmente, o enriquecimento e a explosão das forças psíquicas para a multiplicidade indiscriminada de fenômenos que, de certo, não conseguirão ferir o senso moral das criaturas. 9 A alma encarnada reside temporariamente num soberbo agregado de fenômenos, sem que lhes assinale a grandeza e a extensão.

10 Tenhamos em vista o fenômeno da mentalização das ideias… O fenômeno da visão… O fenômeno da audição… O fenômeno das células gustativas… O fenômeno da composição epidérmica… O fenômeno do equilíbrio… 11 Tantos fenômenos não impedem o desregramento da alma, que se distancia do serviço que lhe compete realizar.   12 Inferimos dar o imperativo do esforço incessante nos companheiros convocados à comunicação entre os dois planos para que o tempo terrestre lhes seja favorável à solução dos problemas que lhes dizem respeito.

13 Comparemos a força mediúnica ao violino precioso entregue aos cuidados da consciência do médium. 14 Há quem se vale do instrumento para a cooperação em leviandade festiva. 15 Há quem o aproveita nos espetáculos pagos de feiras públicas e há quem o mobiliza na obtenção de vantagens inferiores. Em todos esses misteres, agregam-se ao responsável pelo apetrecho valioso Espíritos desencarnados que se demoram em prazeres inúteis, em mercado ruinoso ou em propósitos destrutivos… 16 Todavia, o médium acordado para a sublimação que a experiência lhe perpetua conserva o instrumento primorosamente afinado, à espera dos artistas divinos, capazes de desferirem as melodias do aperfeiçoamento e da elevação, da paz e do reconforto, da educação e da ascensão das almas aos planos superiores.   17 Nesse sentido, pois, é necessário — reconhecendo semelhante impositivo para todos nós, operários da evolução — que os médiuns se consagrem ao pensamento nobre, cultivando na própria vida os valores da responsabilidade, da caridade e do estudo. 18 Responsabilidade que seja dever irrepreensivelmente cumprido.   19 Caridade que seja fraternidade incessante. Estudo que seja progresso. 20 Responsabilidade que inspire respeito. 21 Caridade que traga simpatia. 22 Progresso que realize renovação.

23 Para isso é imperioso que o pensamento mediúnico se demore na escolha do melhor que a vida nos oferece, que se resigne à disciplina moral, que se ambiente com a solidariedade espontânea, para que as possibilidades de interpretação permaneçam manejadas pelas inteligências superiores na formação do reino de Deus.

24 Lembremo-nos, dessa forma, que é de toda importância a disseminação dos círculos de estudo, com devotamento ao serviço salutar, para que todos estejamos compenetrados nos arraiais de nossa redentora Doutrina quanto ao trabalho construtivo a que fomos chamados por nosso divino Mestre e Senhor. 25 Trabalho que alivie, que cure, que fortaleça, que limpe, que socorra, que eduque, que ilumine, que ajude e que enobreça, a começar do íntimo do coração para o reduto doméstico e a transbordar no campo social em que fomos chamados a viver na condição de almas desencarnadas ou encarnadas, porque todos nos achamos em círculos de expressão dinâmica, nos quais o pensamento do Cristo deve ser refletido a benefício de todos, porque o benefício de todos é o nosso benefício particular.

26 O grande codificador de nossos princípios carreou para a Terra este código abençoado que denominamos Doutrina Espírita para que Jesus fosse realmente revelado à humanidade terrestre.

27 Chamados, pois, a cooperar, desde os planos mais simples aos mais complexos na exaltação do bem, guardemos consciência de nossas responsabilidades, glorificando no Espiritismo a doutrina de amor e de luz que opere no mundo a nossa consagração a Deus.


Barros Fournier


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir