1 Quase que, por toda parte da Terra, encontramos os companheiros sofredores ou desorientados, à feição de viajores sem bússola, que lhes aponte o rumo certo.
2 Muitas vezes, estarão detendo a fortuna amoedada e outros exibem superioridade intelectual manifesta pela inteligência cultivada que já conquistaram, mas transportam consigo o íntimo atormentado que procuram disfarçar. Isso, porém, não os torna menos infelizes.
3 Tanto quanto ocorre aos irmãos francamente desventurados, seja pela penúria material ou por amargas provações ocultas, guardam a impressão de que o frio da adversidade lhes vergasta a vida por dentro de si mesmos.
4 E a lista desses companheiros se alonga, cada vez mais, conforme se nos faz possível relacionar:
os doentes;
os desabrigados;
os esquecidos;
os angustiados;
os perturbados;
5 os tristes;
os cansados;
os desesperados;
os quase suicidas;
os abandonados;
6 os revoltados;
os desanimados;
os desiludidos;
os arrependidos;
os desvalidos;
7 os insatisfeitos;
os desnorteados;
os marginalizados;
os injuriados;
8 os que carregam o fardo da direção;
os que administram, entre a inquietação e a responsabilidade;
os subalternos incompreendidos;
os desempregados por culpa própria;
os que cometem atos puníveis pela justiça;
9 os desertores do próprio dever;
os sanatorizados sem razão;
os acusados por faltas que não perpetraram;
os que a necessidade costuma enlouquecer de sofrimento;
e tantos outros que não conseguimos enumerar.
10 Para esses companheiros sob a ventania das provações foi escrito este livro. Por isso mesmo, denominamo-lo “Refúgio”. Que este refúgio de paz e amor, compreensão e boa vontade, possa confortá-los e reerguer-lhes o ânimo, em nome de Jesus, nosso Divino Mestre e Senhor, são os nossos votos.
Emmanuel
Uberaba, 15 de março de 1989.