Reunião pública de 21-9-1959.
Questão n.º 752.
1 Deixa que a bênção de Deus te alumie o coração para que saibas abençoar.
2 Ninguém prescinde do amor para viver.
3 Observa os que marcham, desdenhosos, ignorando-te a presença, habituados à convicção de que o ouro pode comprar a felicidade.
Abençoa-os e passa.
Ninguém conhece o rochedo em que o barco da ilusão lhes infligirá o derradeiro travo de angústia.
4 Vês, inquieto, os que se desmandam no poder.
Abençoa-os e passa.
Muitos deles simplesmente arrastam as paixões que os arrastarão para o gelo do ostracismo ou para a cinza do esquecimento.
5 Contemplas, espantado, os que são portadores de títulos preciosos, a te exigirem considerações e tributos especiais.
Abençoa-os e passa.
O tempo cobrar-lhes-á aflitivo imposto da alma pelas distinções que lhes conferiu.
6 Ouves, triste, os que injuriam e amaldiçoam.
Abençoa-os e passa.
São eles tão infelizes que ainda não podem assinalar as próprias fraquezas.
7 Fitas, admirado, os que fazem tábua rasa dos mais altos deveres para desfrutarem prazeres loucos, enquanto a vitalidade lhes robustece o corpo jovem.
Abençoa-os e passa.
Amanhã, surgirão acordados, em mais elevado nível de entendimento.
8 Se alguém te fere, abençoa.
E se esse mesmo alguém volta a ferir-te, abençoa outra vez.
9 Não te prevaleças da crueldade para mostrar a justiça, porque a justiça integral é de Deus e todos viverão para conhecê-la.
10 Se teu filho é rebelde e insensato, abençoa teu filho, porque teu filho viverá.
11 Se teus pais são irresponsáveis e desumanos, abençoa teus pais, porque teus pais viverão.
12 Se o companheiro aparece ingrato e desleal, abençoa teu companheiro, porque continuará ele vinculado à existência.
13 Se há quem te calunia ou persegue, abençoa os que perseguem e caluniam, porque todos eles viverão.
14 Humilhado, batido, esquecido ou insultado, abençoa sempre.
15 Basta a vida para retificar os erros da consciência.
16 Inquirido, certa vez, pelo Apóstolo quanto ao comportamento que lhe cabia perante a ofensa, afirmou Jesus:
— “Perdoarás não sete vezes mas setenta vezes sete.” ( † )
17 Com isso o Divino Mestre desejava dizer que ninguém precisa vingar-se, porque o autor de qualquer crueldade tê-la-á como fogo nas próprias mãos.
Emmanuel