Reunião pública de 11-5-1959.
Questão n.º 663.
1 A oração não suprime, de imediato, os quadros da provação, mas renova-nos o espírito, a fim de que venhamos a sublimá-los ou removê-los.
2 Repara o caminho que a névoa amortalha, quando a noite escura te distancia do Sol.
3 Em cima, nuvens extensas furtam-te aos olhos o painel das estrelas e, em baixo, espinheiros e precipícios ameaçam-te os pés.
4 Debalde, consultarás a bússola que a treva densa embacia.
5 Se avanças, é possível te arrojes na lama de covas escancaradas; se paras, é provável padeças o assalto de traiçoeiros animais…
6 Faze, porém, pequenina luz, e tudo se modifica.
7 O charco não perde a feição de pântano e a pedra mantém-se por desafio que te adverte na estrada; entretanto, podendo ver, surgirás, transformado e seguro, para seguir à frente, vencendo as armadilhas da sombra e as aperturas da marcha.
8 Assim, também, é a oração nos trilhos da experiência.
9 Quando a dor te entenebrece os horizontes da alma, subtraindo-te a serenidade e a alegria, tudo parece escuridão envolvente e derrota irremediável, induzindo-te ao desânimo e insuflando-te o desespero; todavia, se acendes no coração leve flama da prece, fios imponderáveis de confiança ligam-te o ser à Providência Divina.
10 Exteriormente, em torno, o sofrimento não se desfaz da catadura sombria; a morte, ainda e sempre, é o véu de dolorosa separação; a prova é o mesmo teste inquietante e o golpe da expiação continua sendo a luta difícil e inevitável, mas estarás, em ti próprio, plenamente refeito, no imo das próprias forças, com a visão espiritual iluminada por dentro, a fim de que compreendas, acima das tuas dores, o plano sábio da vida, que te ergue dos labirintos do mundo à bênção do amor de Deus.
Emmanuel