Reunião pública de 16-3-1959.
Questão n.º 822.
1 Toda corrigenda, antes que se exprima em palavras, há de vazar-se em amor para que a vida se eleve.
2 Senão vejamos, em comezinhos incidentes da Natureza.
3 Não amaldiçoarás a gleba que o deserto alcançou, mas oferecer-lhe-ás a graça da fonte para que retorne aos talentos da produção.
4 Não condenarás o pântano em que a lama se acumulou, provocando a inutilidade, mas drenar-lhe-ás o leito de lodo, a fim de que se restaure em leira fecunda.
5 Não reprovarás simplesmente a veste que os detritos desfiguraram, mas mergulhá-la-ás na água pura, recompondo-lhe a forma para a bênção da serventia.
6 Não martelarás indiscriminadamente a máquina, cuja engrenagem se nega à função devida, e sim lhe examinarás, com atenção, os implementos defeituosos, de modo a recuperá-la para o justo exercício.
7 Não derrubarás a plantação nascente que a praga invadiu, mas mobilizarás carinho e cuidado para libertá-la do elemento destruidor, propiciando-lhe recurso preciso ao refazimento.
8 Não aniquilarás certa província corpórea, porque se mostre enfermiça, mas fornecer-lhe-ás adequado remédio, normalizando-lhe os movimentos.
9 Repreensão sem paciência e esperança, ainda mesmo quando se fundamente em razões respeitáveis, é semelhante ao punhal de ouro fulgurando rara beleza, mas carreando consigo a visitação da morte.
10 Corrigir é ensinar e ensinar será repetir a lição, com bondade e entendimento, tantas vezes quantas se fizerem necessárias.
11 Unge-te, pois, de compaixão, se desejas retificar e servir.
12 Lembra-te de que o próprio Cristo, embora portador de sublimes revelações no tope do monte, antes de ministrar a verdade à mente dos ouvintes sequiosos de luz, ao reparar-lhes a fome do corpo, deu-lhes, compassivo, um pedaço de pão. ( † )
Emmanuel