“… Que te importa a ti? Segue-me tu.” — JESUS (João, 21.22)
1 Viste, sim, as desilusões com que não contávamos.
2 Muitos daqueles mesmos amigos que nos exortavam à estrada certa, enovelaram-se nos cipoais da perturbação, como que petrificados na indiferença.
3 Companheiros que supúnhamos estandartes vivos nas trilhas da verdade; renderam-se a deslavadas mentiras.
4 Irmãos que nos prometeram fidelidade inquebrantável deixaram-nos a sós, na primeira dificuldade.
5 Parentes que nos deviam proteção e respeito bandearam-se para campos de sombra e vício, hostilizando-nos o ideal.
6 E multiplicam-se tropeços para que a nossa caminhada se obstrua.
7 Converteram-se estímulos em sarcasmos.
8 Quem nos dava esperança, fornece negação.
9 Quem ontem nos ajudava, hoje nos desajuda.
10 Mãos que nos atiravam flores de aplauso fazem agora chover sobre nós as farpas da incompreensão.
11 Sozinhos, sim…
Muita vez, encontrar-nos-emos, desse modo, entre a expectativa e a solidão.
12 Nosso primeiro impulso é o de reclamar naquilo que supomos nosso direito; contudo, buscando a palavra do Evangelho, surpreendemos a inesquecível advertência do Senhor:
— … “Que te importa a ti? Segue-me tu.”
Emmanuel
(Reformador, fevereiro de 1961, p. 26)