“Prossigo para o alvo…” — PAULO (Filipenses, 3.14)
1 Encontras o semblante amargo da solidão no momento em que as circunstâncias te compelem a deixar o conhecido.
2 Supões que a construção de toda a existência desaba sobre ti mesmo, como se a ausência da moldura familiar te rasgasse o quadro da própria alma.
3 Corações amigos, atraídos por outras sendas, abandonaram-te os ideais; pessoas queridas deixaram-te a sós; aposentaram-te a distância do trabalho de muitos anos, ou a morte, de passagem, ceifou o sorriso dos companheiros que te eram mais caros…
4 Sentes, por vezes, que estás deixando para trás tudo o que te parece mais valioso, entretanto, não é verdade.
5 Basta jornadeies corajosamente adiante e, buscando expressar-te em novas formas, reconhecerás que o amor e o trabalho são mais belos em teu caminho.
6 Compreenderás, então, que podes adicionar novas parcelas de alegria à felicidade dos que mais amas e que podes servir com mais entendimento às aspirações que te inspiram a marcha.
7 Se a vida te apresenta a fisionomia triste da solidão, recorda a própria imortalidade e não te detenhas.
8 O menino deixa a infância para entrar na mocidade, o jovem deixa a mocidade para entrar na madureza, o adulto deixa a madureza para entrar na senectude e o ancião deixa a extrema velhice para entrar no mundo espiritual, não como quem perde os valores adquiridos, mas sim prosseguindo para o alvo que as Leis de Deus nos assinalam a cada um…
Emmanuel
(Reformador, outubro de 1960, p. 220)