“Portanto, tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles, porque esta é a Lei e os Profetas.” — JESUS (Mateus, 7.12)
1 A regra áurea recebe citações em todos os países.
2 Em torno dela gravitam livros, poemas, apelos e sermões preciosos.
3 Entretanto, raros se lembram do primeiro passo para que se desvele toda a sua grandeza.
4 Não podemos reclamar a ajuda dos outros.
Antes, é justo prestar auxílio.
5 Não será lícito exigir a desculpa de alguém.
Antes, é imperioso saibamos desculpar.
6 Convidados a compreender, muitos dizem “não posso”, e instados a auxiliar, respondem muitos “ainda não…”
7 Esquecem-se, porém, de que amanhã serão talvez os necessitados e os réus, carecentes de perdão e socorro. 8 E, muitas vezes, ainda quando não precisem de semelhantes bênçãos para si mesmos, por elas suspirarão em favor dos que mais amem, à face das sombras que lhes devastam a vida.
9 Se um exemplo pode ser invocado, como bússola, recordemos Jesus.
10 O Mestre dos mestres faz o bem, despreocupado de considerações, alivia sem paga, acende a esperança sem que os homens lha peçam e perdoa espontaneamente aos que o injuriam e apedrejam, sem aguardar-lhes retratação.
11 Veneremos, assim, a regra áurea e estendamos o espírito de amor de que se toca, divina; contudo, estejamos certos de que ela somente valerá para nós se lhe dermos a aplicação necessária.
12 O texto do ensinamento é vivo e franco:
— “Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles.”
13 Querer o bem é impulso de todos, mas, na prática do estatuto sublime, é forçoso sejamos nós quem se adiante a fazê-lo.
Emmanuel
(Reformador, dezembro de 1959, p. 276)