O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Palavras de vida eterna — Emmanuel


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No campo do verbo

“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.” — PAULO (Tito, 2.1)


1 Na atividade verbalista, emprega o homem grande parte da vida. E, com a palavra, habitualmente se articulam os bens e os males que lhe marcam a rota.

2 É de se lamentar, entretanto, o desperdício de força nesse sentido.

3 Quase sempre, computada a conversação de toda uma existência, o balanço acusa diminuta parcela de proveito, com largo coeficiente de prejuízo e inutilidade.

4 Muitas vezes, ninguém denota agradecimento pela riqueza de um dia claro; todavia basta a passagem de uma nuvem com leve garoa a cair, para que muita gente destile exclamações vinagrosas, em longas tiradas inconsequentes. 5 De maneira geral, não existem olhos para a contemplação de grandes serviços públicos; no entanto, vaga incerteza do trabalho administrativo gera longos debates da opinião.

6 Há criaturas que guardam barômetros em casa para criticarem o tempo, tanto quanto há pessoas que adquirem pontualmente o jornal para a censura ao governo.

7 Muitos dormem tranquilos quando se trate de ouvir ensinamentos edificantes, declarando-se enfermos da memória, mas revelam admirável controle de si mesmos, quando o rádio anuncia calamidades, gastando vastas horas de comentário eloquente.

8 Esmaece a atenção quando é preciso aprender o bem, contudo, o olhar flameja interesse quando o mal surge à vista.

9 O mundo em si é sempre um parlatório de proporções gigantescas onde as almas se encontram para falar combinando fazer…
Raras, no entanto, conversam para ajudar…

10 Desborda-se a maioria no espinheiral da reprovação, no tormento da inveja, na fogueira da crítica ou no labirinto da queixa.

11 Para nós outros, no entanto, o Evangelho é seguro na advertência.
“Tu, porém, — diz-nos o apóstolo, — fala o que convém à sã doutrina.”

12 Não olvides, assim, que de sentimento a sentimento chegamos à ideia. De ideia em ideia, alcançamos a palavra. De frase a frase, atingimos a ação. E de ato em ato, acendemos a luz ou estendemos a treva dentro de nós.


Emmanuel



(Reformador, outubro de 1959, p. 218)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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