“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” — PAULO (2 Coríntios, 4.7)
1 Utilizando as faculdades mediúnicas de que foste dotado, não olvides que funcionas à guisa de refletor, cujo material de estrutura nada tem de comum com a luz que retrata.
2 O espelho, seja de metal ou de vidro, detém os raios solares, sem comungar-lhes a natureza, e o fio simples transmite o remoinho eletrônico, sem partilhar-lhe o poder.
3 Entretanto, se o espelho jaz limpo consegue reter a bênção da claridade e se o fio obedece à inteligência que o norteia converte-se em portador da energia.
4 Assim também a mediunidade, pela qual, sem maior obstáculo, te eriges em mensagem de instrução e refazimento, esperança e consolo. Através dela, recolhes o influxo da Esfera Superior sem compartilhar-lhe a grandeza, mas se guardas contigo humildade e correção, converter-te-ás no instrumento ao socorro moral de muitos.
5 Todavia, assim como, às vezes, o espelho se turva e o fio se rompe, exigindo reajustamentos, também a força mediúnica em tua alma é suscetível de rupturas diversas, reclamando trabalho restaurativo.
6 Não te afaças, assim, ao desânimo ou à negação se essa ou aquela dificuldade aparece na obra do intercâmbio.
7 O erro, no clima da sinceridade, é sempre lição.
8 Afervora-te no trabalho do bem e recolhe-te à humildade do aprendiz atencioso e vigilante, gastando severidade contigo e benevolência para com os outros, porque qualquer dom da Luz Divina na obscuridade do ser humano, qual se expressa na conceituação apostólica, é um “tesouro em vaso de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.”
Emmanuel
(Reformador, outubro de 1958, p. 219)