“É na vossa paciência que ganhareis as vossas almas.” — JESUS (Lucas, 21.19) n
1 Todos necessitamos de paciência uns para com os outros, mas compete-nos igualmente a todos estudar a paciência em sua função educativa.
2 Paciência!
É serenidade; calma, porém, não é aprovação ao desequilíbrio.
3 É compreensão; entendimento, no entanto, não é passaporte ao abuso.
4 É harmonização; ajuste, todavia, não é apoio à delinquência.
5 É tolerância; brandura, entretanto, não é coonestação com o erro deliberado.
6 Paciência, sobretudo, é a capacidade de verificar a dificuldade ou o desacerto nas engrenagens do cotidiano, buscando a solução do problema ou a transposição do obstáculo, sem toques de alarde e sem farpas de irritação.
7 Em todos os aspectos da paciência, recordemos Jesus.
8 O Mestre foi, no mundo, o paradigma de semelhante virtude, mas não foi conformista. 9 Nunca se apassivou diante do mal, conquanto lhe suportasse as manifestações, diligenciando meios de tudo renovar para o bem; e, em lhe lembrando a sinceridade e a franqueza, não nos será lícito esquecer que o Cristo se revelou tão paciente que não hesitou em regressar, depois da morte, ao convívio das criaturas humanas que o haviam abandonado. 10 Ainda assim, é forçoso reconhecer que ele se materializou perante os discípulos que, em maioria, podiam ser iletrados e medrosos, mas suficientemente sinceros para continuar-lhe a obra libertadora, e não diante dos fariseus, altamente intelectualizados e profundos conhecedores das revelações divinas, mas habitualmente atolados em conveniências e preconceitos e, por isso mesmo, capazes de omitir a verdade e estabelecer a perturbação.
Emmanuel
[1] No original a referência está fora do contexto: (Lucas, 2.19)