“Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” — PAULO (Gálatas, 6.10)
1 Decerto que o apóstolo Paulo, em nos recomendando carinho especial para com a família da nossa fé, mantinha em vista a obrigação inarredável da assistência imediata aos que convivem conosco.
2 Se não formos úteis e compreensivos, afáveis e devotados, junto de alguns companheiros, como testemunhar a vivência das lições de Jesus, diante da Humanidade?
3 Admitimos, porém, à luz da Doutrina Espírita, que o aviso apostólico se reveste de significação mais profunda. É que, entre os nossos domésticos, estão particularmente os laços de existências passadas, muitos deles reclamando reajuste e limpeza.
4 Na equipe dos familiares do dia a dia formam, comumente, aqueles Espíritos que, por força de nossos compromissos do pretérito, nos fiscalizam, criticam, advertem e experimentam.
5 Sempre fácil dar boa impressão a quem não prive intimamente conosco. 6 Num gesto ou numa frase, arrancamos, de improviso, o aplauso ou a admiração de quantos nos encontram exclusivamente na paisagem escovada dos atos sociais. 7 Diante dos amigos que se despedem de nós, depois de uma solenidade ou de qualquer encontro formal, nada difícil cairmos desastradamente sob a hipnose da lisonja, com que se pretende exagerar as nossas virtudes de superfície.
8 Examinemos, contudo, as nossas conquistas morais, demonstrando-as perante aqueles que nos conhecem os pontos fracos.
9 Não nos iludamos.
10 Façamos o bem a todos, mas provemos a nós mesmos, se já somos bons, fazendo o bem, a cavaleiro de todos os embaraços, diante daqueles que diariamente nos acompanham a vida, policiando o nosso comportamento entre o bem e o mal.
Emmanuel
(Reformador, outubro de 1964, p. 223)