“E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos.” — (MARCOS, 5.9)
1 Consciências oneradas em culpas e desacertos de numerosas reencarnações, ser-nos-á justo ponderar a resposta do Espírito conturbado e infeliz à pergunta do Mestre.
2 “Legião é o meu nome, — disse ele, — porque somos muitos.”
3 Iniludivelmente, ainda hoje, em nos aproximando do Senhor, reconhecemo-nos, não apenas afinados com vários grupos de companheiros tão devedores quanto nós, mas igualmente em lamentável dispersão íntima, qual se encerrássemos um feixe de personalidades contraditórias entre si.
4 Ao contato das lições de Jesus, é que, habitualmente, nos vemos versáteis e contraproducentes, qual ainda somos… 5 Acreditamos na força da verdade, experimentando sérios obstáculos para largar a mentira; 6 ensinamos beneficência, vinculados a profundo egoísmo; 7 destacamos os méritos do sacrifício pela felicidade alheia, agarrados a vantagens pessoais; 8 manejamos brandura em se tratando de avisos para os outros e estadeamos cólera imprevista se alguém nos causa prejuízo ligeiro; 9 proclamamos a necessidade do espírito de serviço, reservando ao próximo tarefas desagradáveis; 10 pelejamos pela paz nos lares vizinhos, fugindo de garantir a tranquilidade na própria casa; 11 queremos que o irmão ignore os golpes do mal que lhe estraçalham a existência e estamos prontos a reclamar contra a alfinetada que nos fira de leve; 12 salientamos o acatamento que se deve aos Desígnios Divinos e pompeamos exigências disparatadas, em se apresentando o menor de nossos caprichos.
13 Sim, de modo geral, somos individualmente, diante de Jesus, a legião dos erros que já cometemos no pretérito e dos erros que cultivamos no presente, dos erros que assimilamos e dos erros que aprovamos para nos acomodarmos às situações que nos favoreçam.
Emmanuel
Essa mensagem, com diferenças, foi publicada pela FEB no Reformador em setembro de 1964, página 198.