“Eu sou o pão da vida.” — JESUS (João, 6.48)
1 Importante considerar a afirmativa de Jesus, comparando-se ao pão.
2 Todos os povos, em todos os tempos, se ufanam dos pratos nacionais.
3 As mesas festivas, em todas as épocas, banqueteiam-se com viandas exóticas. Condimentação excitante, misturas complicadas, confeitos extravagantes, grande cópia de animais sacrificados.
4 Às vezes, depois das iguarias tóxicas, as libações de entontecer.
5 O pão, no entanto, é o alimento popular. Ainda mesmo quando varie nos ingredientes que o compõem e nos métodos de confecção em que se configura, é constituído de farinha amassada e vulgarmente fermentada e que, depois de submetida ao calor do forno, se transforma em fator do sustento mundial. Sempre o mesmo, na avenida ou na favela, na escola ou no hospital. 6 Se lhe adicionam outra espécie de quitute, entre duas fatias, deixa de ser pão. É sanduíche. Se lançado à formação de acepipe que o absorva, naturalmente desaparece.
7 O pão é invariavelmente pão.
8 Quando alguém te envolva no confete da lisonja, insuflando-te vaidade, não te dês à superestimação dos próprios valores. Não te acredites em condições excepcionais e nem te situes acima dos outros.
9 Abraça nos deveres diários o caminho da ascensão, recordando que Jesus — o Enviado Divino e Governador Espiritual da Terra — não achou para si mesmo outra imagem mais nobre e mais alta que a do pão puro e simples.
Emmanuel
(Reformador, abril de 1963, p. 74)