“Quantos pães tendes?” — JESUS (Marcos, 8.5)
1 Observemos que o Senhor, diante da multidão faminta, não pergunta aos companheiros: — “de quantos pães necessitamos?” mas, sim, “quantos pães tendes?”
2 A passagem denota a precaução de Jesus no sentido de alertar os discípulos para a necessidade de algo apresentar à Providência Divina como base para o socorro que suplicamos.
3 Em verdade, o Mestre conseguiu alimentar milhares de pessoas, mas não prescindiu das migalhas que os apóstolos lhe ofereciam.
4 O ensinamento é precioso para a nossa experiência de oração.
5 Não vale rogar as concessões do Céu, alongando mãos vazias, com palavras brilhantes e comoventes, mas sim pedir a proteção de que carecemos, apresentando, em nosso favor, as possibilidades ainda que diminutas de nosso esforço próprio.
6 Não adianta solicitar as bênçãos do pão imobilizando os braços no gelo da preguiça, como é de todo impróprio rogar os talentos do amor, calcinando o coração no fogo do ódio.
7 Decerto, o Senhor operará maravilhas, no amparo a todos aqueles que te partilham a marcha…
8 Dispensará socorro aos que amas, transformará o quadro social em que te situas e exaltará o templo doméstico em que respiras…
9 Contudo, para isso, é necessário lhe ofereças os recursos que já conseguiste amontoar em ti mesmo para a extensão do progresso e para a vitória do bem.
10 Não te esqueças, pois, de que no auxílio aos outros não prescindirá o Senhor do auxílio, pequenino embora, que deve encontrar em ti.
Emmanuel
(Reformador, março de 1957, p. 54)